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segunda-feira, 21 de março de 2016

Centenas de cristãos que fugiram do Paquistão estão presos por causa da perseguição religiosa

Os cristãos que se encontram detidos estão, segundo a Associação Cristã britânico-paquistanesa, em “celas superlotadas e insalubres”

  Igreja e Religião

Foto: AIS
Estão detidos actualmente na Tailândia mais de duas centenas de cristãos paquistaneses – segundo informou AIS – que fugiram do seu país por causa da perseguição religiosa, como é o caso da lei da blasfémia.

Apesar de estes cristãos gozarem de um estatuto especial conferido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, por causa da perseguição de que são alvo, a verdade é que se calcula que entre 200 a 250 cristãos estarão detidos em prisões tailandesas e assim deverão continuar até que os respectivos processos de asilo estejam concluídos.

No total, calcula-se que viverão na Tailândia cerca de 10 mil paquistaneses, a maioria sem visto válido de permanência no país, situação que os coloca na mira das autoridades locais.

A maioria destes cristãos fugiu para a Tailândia por ser relativamente fácil a obtenção, neste país, do visto de turista que é válido, no entanto, apenas por um período de dois meses.

As razões da fuga de tantas pessoas prendem-se com o agravamento dos casos de perseguição religiosa no Paquistão, havendo relatos de “ameaças muito graves” por parte de grupos muçulmanos radicais, com “agressões físicas” e até de cristãos “assassinados” por causa da fé.

Falsas acusações de blasfémia estarão na origem da maior parte destes casos, de acordo com a Associação Cristã britânico-paquistanesa, uma das poucas organizações que tem procurado prestar localmente alguma assistência a esta comunidade religiosa.

A situação em que se encontram estes cristãos é extremamente complexa. Apesar de terem direito a assistência oficial, dado serem requerentes de asilo, como existe uma enorme morosidade nos respectivos processos, que normalmente excede os 90 dias do prazo oficial, depressa ficam numa situação ilegal e caem nas malhas das autoridades tailandesas.

De facto, há relatos de processos que “demoram mais de cinco anos”. Durante todo esse período, estes cristãos ficam numa situação particularmente vulnerável. Por um lado, estão indocumentados e, por outro, e em consequência disso, ficam impossibilitados de trabalhar legalmente e de assim conseguirem sustentar-se.

A maior parte destes cristãos paquistaneses encontra-se na região de Banguecoque, a capital tailandesa, em lugares como Charansanitwong, Pracha-Uthit, Onnuj, e ainda na província de Samut Prakarn.

Os cristãos que se encontram detidos estão, segundo a Associação Cristã britânico-paquistanesa, em “celas superlotadas e insalubres”.

Além dos cerca de 10 mil paquistaneses que vivem actualmente na Tailândia, calcula-se que outros quatro mil terão fugido para a Malásia e dois mil para o Sri Lanka, por causa também da perseguição religiosa de que são vítimas no seu país.

[Fundação AIS] 


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