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Petite Messe Solennelle em Santiago do Cacém
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Alberto Zedda: o mais conceituado
intérprete de Rossini actua, aos 88 anos, à frente de um elenco de
excepção, no Festival Terras sem Sombra
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O Terras sem Sombra tem na sua génese a descentralização
cultural, a formação de novos públicos e a irradiação do Alentejo,
assim, e depois de dois fins-de-semana de programação do Festival em
Almodôvar e Sines, no dia 2 de Abril, cabe a Santiago do Cacém
acolher, num espaço de excepção – a sua igreja matriz gótica –, Petite Messe Solennelle,
de Gioachino Rossini, dirigida por Alberto Zedda, antigo director
musical do Teatro alla Scala, de Milão, uma das grandes figuras da
música internacional dos nossos dias. Uma iniciativa levada a cabo em
parceria com o Município de Santiago do Cacém.
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Alberto Zedda é um fenómeno da natureza e um
exemplo de dedicação à ópera: aos 88 anos, continua em pleníssima
actividade. Considerado o grande maestro de tudo o que diz respeito à
produção rossiniana, vê-se aclamado em todos os palcos que pisa.
Apresenta-se agora no Alentejo, na companhia de quatro notáveis
solistas formados na Accademia Rossiniana de Pesaro, a cidade natal
de Rossini, e do Coro de l Molino.
Alberto Zedda
desenvolveu uma intensa actividade operística nas principais salas do
mundo. Gravou um vasto conjunto de discos de música sinfónica, de câmara
e ópera. Dedica parte do seu tempo à actividade musicológica,
realizando edições críticas de óperas, oratórias e cantatas, com
particular incidência em Rossini.
Da sua obra escrita, salienta-se o livro Divagazioni Rossiniane (2012). Membro
do Comité Editorial da Fondazione Rossini desde os primórdios, foi
director do repertório italiano na New York City Opera; director
musical do Festival della Valle D’Itria, de Martina Franca; asessor
artístico do Rossini Opera Festival, de Pesaro, e do Festival Mozart,
da Corunha; director artístico do Festival Barocco, de Fano, do
Teatro Carlo Felice, de Génova, e do Teatro alla Scala, de Milão.
Actualmente, é o director artístico do Rossini Opera Festival, de
Pesaro; dirige também a Academia Rossiniana, com sede nesta cidade.
A Petite Messe
Solennelle nasceu em 1863, poucos anos antes da morte de
Rossini que chegado ao final de uma existência no decurso da qual
tinha podido observar como as maiores satisfações andavam a par com a
desilusão da interpretação errada e o drama da renúncia ao teatro,
Rossini regressou então à temática religiosa.
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Esta
surpreendente obra, concebida para dois pianos, um harmónio, um coro
de doze cantores e quatro solistas, vai ser interpretada em Santiago
do Cacém pela soprano Isabella Gaudí, pela meio-soprano Cecilia
Molinari, pelo tenor Sunnyboy Dladl e pelo barítono Pablo Ruiz, além
do Coro de Cámara de El Molino e de Ruben Sánchez-Vieco e Josu
Okiñena ao piano e ao harmónio.
A igreja matriz de Santiago Maior, uma obra-prima do Gótico
quatrocentista, estreitamente vinculada ao Caminho de Santiago, será
palco desta Missa que
se prevê um espectáculo tocado pela magia e será o ponto de partida
para o passeio de biodiversidade que se realiza no dia seguinte ao concerto.
Um dos traços que distinguem o Terras sem Sombra é a divulgação do
património edificado, da música sacra e da natureza, logo, no domingo
pela manhã, artistas, espectadores e membros da comunidade local,
estarão ao serviço da defesa da biodiversidade, na acção De Santiago do
Cacém a Santiago de Compostela - Conhecer, Salvaguardar e Valorizar o
Caminho Português no Sudoeste.
Serão
percorridos cerca de 5 km até às ruínas do convento franciscano de
Nossa Senhora do Loreto, seguindo uma etapa da Rota Vicentina que
acompanha o Caminho histórico de Santiago.
No presente troço, domina o sobreiro, uma árvore indispensável para a
economia local, para a formação do solo, para a composição da
paisagem, constituindo um elemento fundamental de todo um ecossistema
com extraordinária biodiversidade. O montado de sobro suporta um
conjunto de espécies únicas e com estatuto de protecção. Só em termos
de avifauna, existem nele mais de 50 espécies nidificantes que
poderão ser observadas ao longo do caminho.
De entrada livre, o Festival é organizado pelo Departamento do
Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e prolonga-se
até 2 de Julho. De
Santiago do Cacém segue para Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa,
Castro Verde e Beja, sob o título Torna-Viagem: o Brasil, a África e
a Europa (Da Idade Média ao Século XX). Um hino ao Baixo
Alentejo: à beleza dos seus espaços naturais e ao prazer da
descoberta cultural.
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Programa Santiago do Cacém
2 de Abril
[21:30]
Santiago do
Cacém Igreja Matriz de Santiago Maior
Petite
Messe Solennelle, de Gioachino
Rossini
Soprano Isabella Gaudí
Meio-soprano Cecilia
Molinari
Tenor Sunnyboy
Dladla
Barítono Pablo
Ruiz
Coro de Cámara
de El Molino
Direcção coral Eugenia
Durán
Piano-harmónio Ruben
Sánchez-Vieco, Josu Okiñena
Direcção musical Alberto
Zedda
Entrada
livre até se esgotar a capacidade da igreja
3 de Abril
[10:00]
De
Santiago do Cacém a Santiago de Compostela: Conhecer, Salvaguardar
e Valorizar o Caminho Português no Sudoeste
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