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segunda-feira, 21 de março de 2016

Olhar atento ao marketing e publicidade

Há algum tempo que ando a reparar, como a publicidade quase está omnipresente nas nossas vidas. Quando se liga a rádio no carro, Outdoors nos passeios, no metro, transportes públicos. Claro que as empresas têm de vender o seu produto recorrendo às mais variadas formas de publicitação. Claro que há muitos anúncios com uma mensagem positiva que nos alerta aos cuidados a ter com meio ambiente ou mesmo na interacção social. Por exemplo, anúncios contra a violência no namoro, alertas para evitar andar de carro e utilizar com maior frequência transportes públicos. Contudo, há outro tipo de mensagens e imagens, que colocam a mulher e o homem como “objectos” seja de sensualidade seja de beleza ou do ter, que o cidadão comum não está precavido e sente-se inferior se não tiver acesso a tal produto. Vários cirurgiões plásticos alertam que são cada vez mais os jovens que recorrem às cirurgias plásticas para corrigir o corpo  ainda em crescimento. O número de rapazes  e raparigas operadas será praticamente o mesmo. As operações plásticas em jovens com menos de 18 anos estão a crescer em Portugal e representam já 10% do total das intervenções de alguns especialistas. É o caso do cirurgião Biscaia Fraga: das 1100 operações anuais, cerca de 100 são feitas em jovens menores de idade. O cirurgião Baptista Fernandes confessa que teve de recusar uma intervenção a uma adolescente com 14 anos que "queria pôr peito porque as suas amigas já tinham. Tive que lhe explicar que cada uma tinha o seu ritmo. Ela apareceu com a mãe e a avó e dizia que se ia suicidar se não a operasse", recorda o médico. A história dramática acabou por se resolver: "Consegui adiar algumas vezes, mas aos 16 anos acabei por fazê-lo”. Recusar plásticas a jovens com menos de 18 anos é algo comum para os cirurgiões. "Já recusei dezenas de dezenas delas. Quando uma criança vem ter comigo e pede um nariz como o do George Clooney ou os lábios da Angelina Jolie, digo logo que não", justifica Jaime Rocha. O cirurgião plástico reconhece que é difícil lidar com "os problemas psicológicos e de construção da personalidade, porque os jovens constroem mitos e acreditam que podem ficar iguais a eles". Este ano, dia 2 de Outubro o Dr. João Costa, director da faculdade de ciências sociais e humanas da Universidade Nova de Lisboa, a propósito das praxes serem cada vez mais agressivas e de cariz sexual sendo os caloiros obrigados a simular actos sexuais com outros alunos ou cantar cantigas obscenas afirmou …”estas actividades ultrapassam o limite do civismo e bom gosto …” posso referir alguns anúncios que despertam estas atitudes: nexpresso máquina de café com imagem de George Clooney, lingerie em que a figura é uma top model Helena Coelho, a Vogue que utiliza raparigas magras (sabe-se que muitas vezes estão todo o dia sem comer) …. Poderia alargar exemplos, mas o mais importante, é estarmos alertas e sabermos filtrar pois há “mentiras” que põem em relevo o que há de mais superficial e artificial esquecendo que o “ser” da pessoa é mais importante para uma sociedade que pretenda ser mais solidária, com um sentido profundo da importância do esforço, entreajuda, amor comprometido sem materialismos, relativismos em que somos seres descartáveis. Termino com uma frase de Demétrio sobre a amizade que diz” Amigo é quem, na prosperidade, vem quando é chamado e, na adversidade, sem sê-lo”.







Fátima Vaz Monteiro
Jurista


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