O
templo guardado pelos beneditinos foi incendiado na quinta-feira. Os
autores deixaram uma inscrição em hebraico. Os bispos pedem uma
investigação
Roma,
22 de Junho de 2015
(ZENIT.org)
Staff Reporter
A Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa condenou
fortemente o ataque, realizado por desconhecidos, ao templo da
Multiplicação dos Pães e dos Peixes, em Tabgha (Israel), na costa do Mar
da Galileia, custodiado pela ordem beneditina.
Trata-se de um “ato de violência perpetrado por indivíduos
intolerantes" indicam, "que prejudicam a imagem da Terra Santa, ofendem
os cristãos neste país e a Igreja como um todo", denunciaram os bispos
em um comunicado. O atentado "afeta a ideia de um Estado que define-se
como democrático, tolerante e seguro", acrescentou.
Os Ordinários Católicos da Terra Santa também advertiram que "tais
atos criminosos danificam seriamente a coexistência das comunidades
religiosas no país". Por esta razão, salientaram que "judeus, cristãos e
muçulmanos, juntos, devem lutar contra tais manifestações de violência e
extremismo".
"Nos últimos meses, outros ataques foram perpetrados contra lugares
cristãos ou mesquitas e não se deu continuidade às investigações. Dada a
gravidade desses incidentes, exigimos uma investigação imediata e que
os autores deste ato de vandalismo sejam levados à justiça", exigiram os
bispos no seu comunicado.
Ainda assim, a Assembleia de Ordinários Católicos agradeceu "aos
líderes políticos e religiosos que condenam este ato e expressou a sua
solidariedade”. Mas recordou que a “educação dos jovens nas escolas
religiosas, deve enfatizar o favorecer a tolerância e a coexistência".
"Nossa sociedade precisa do nosso testemunho de respeito pela
dignidade de cada homem e mulher, o respeito pela sua fé e proteger a
santidade de todos os lugares santos e o seu acesso livre aos crentes",
insistiram os bispos.
O santuário de Tabgha, construído há três décadas sobre as ruínas de
igrejas dos séculos IV e V, ficou danificado por causa de um incêndio
criminoso, de acordo com a política e os bombeiros israelitas, que
confirmaram que o fogo foi originado simultaneamente em vários pontos na
noite da quarta-feira passada.
O fogo destruiu dois prédios ao redor da igreja, mas não afetou os
valiosos mosaicos do interior da Igreja. Além disso, um monge beneditino
e um voluntário ficaram gravemente feridos por terem inalado fumaça
tóxica.
Os autores do ataque incendiário deixaram em um dos muros do edifício
uma inscrição em hebraico com tinta vermelha que se refere a uma oração
judaica contra a presença em Israel de "ídolos pagãos".
Esta é a terceira vez que a comunidade beneditina da Terra Santa foi
afetada pela violência. No dia 27 de abril de 2014, em Tabgha, jovens
extremistas judeus profanaram a cruz e o altar da igreja. E na Abadia da
Dormição, perto do Cenáculo, outro incêndio ocorreu no dia 26 de maio
de 2014, poucos minutos após a partida do Papa Francisco.
(22 de Junho de 2015) © Innovative Media Inc.
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