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terça-feira, 23 de junho de 2015

Terra Santa: os bispos católicos condenam o ataque contra a igreja em Tabgha

O templo guardado pelos beneditinos foi incendiado na quinta-feira. Os autores deixaram uma inscrição em hebraico. Os bispos pedem uma investigação

Roma, 22 de Junho de 2015 (ZENIT.org) Staff Reporter

A Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa condenou fortemente o ataque, realizado por desconhecidos, ao templo da Multiplicação dos Pães e dos Peixes, em Tabgha (Israel), na costa do Mar da Galileia, custodiado pela ordem beneditina.

Trata-se de um “ato de violência perpetrado por indivíduos intolerantes" indicam, "que prejudicam a imagem da Terra Santa, ofendem os cristãos neste país e a Igreja como um todo", denunciaram os bispos em um comunicado. O atentado "afeta a ideia de um Estado que define-se como democrático, tolerante e seguro", acrescentou.

Os Ordinários Católicos da Terra Santa também advertiram que "tais atos criminosos danificam seriamente a coexistência das comunidades religiosas no país". Por esta razão, salientaram que "judeus, cristãos e muçulmanos, juntos, devem lutar contra tais manifestações de violência e extremismo".

"Nos últimos meses, outros ataques foram perpetrados contra lugares cristãos ou mesquitas e não se deu continuidade às investigações. Dada a gravidade desses incidentes, exigimos uma investigação imediata e que os autores deste ato de vandalismo sejam levados à justiça", exigiram os bispos no seu comunicado.

Ainda assim, a Assembleia de Ordinários Católicos agradeceu "aos líderes políticos e religiosos que condenam este ato e expressou a sua solidariedade”. Mas recordou que a “educação dos jovens nas escolas religiosas, deve enfatizar o favorecer a tolerância e a coexistência".

"Nossa sociedade precisa do nosso testemunho de respeito pela dignidade de cada homem e mulher, o respeito pela sua fé e proteger a santidade de todos os lugares santos e o seu acesso livre aos crentes", insistiram os bispos.

O santuário de Tabgha, construído há três décadas sobre as ruínas de igrejas dos séculos IV e V, ficou danificado por causa de um incêndio criminoso, de acordo com a política e os bombeiros israelitas, que confirmaram que o fogo foi originado simultaneamente em vários pontos na noite da quarta-feira passada.

O fogo destruiu dois prédios ao redor da igreja, mas não afetou os valiosos mosaicos do interior da Igreja. Além disso, um monge beneditino e um voluntário ficaram gravemente feridos por terem inalado fumaça tóxica.

Os autores do ataque incendiário deixaram em um dos muros do edifício uma inscrição em hebraico com tinta vermelha que se refere a uma oração judaica contra a presença em Israel de "ídolos pagãos".

Esta é a terceira vez que a comunidade beneditina da Terra Santa foi afetada pela violência. No dia 27 de abril de 2014, em Tabgha, jovens extremistas judeus profanaram a cruz e o altar da igreja. E na Abadia da Dormição, perto do Cenáculo, outro incêndio ocorreu no dia 26 de maio de 2014, poucos minutos após a partida do Papa Francisco.



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