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quinta-feira, 25 de junho de 2015

‘A primeira vez no New York Times’

O primeiro milagre do Papa Francisco é que o New York Times não só tenha dedicado espaço para o problema, mas julga “valiosa” a encíclica, comenta o Wall Street Journal

Roma, 24 de Junho de 2015 (ZENIT.org) Staff Reporter

A encíclica ‘Laudato Si’ do Papa Francisco, publicada na quinta-feira passada, teve grande repercussão na imprensa internacional. O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, comenta algumas repercussões que propomos a seguir, começando por um artigo intitulado “A primeira vez no New York Times" que cita um comentário publicado no Wall Street Journal em 24 de junho.

O artigo de William McGurn, define como o primeiro milagre do papa Francisco, o fato de que o New York Times tenha dedicado não somente espaço ao tema, mas tenha julgado “valioso” o ensinamento do Santo Padre. Talvez nenhum pontífice anterior, escreve McGurn, tenha tido êxito nesta empresa. Durante vários anos, destaca o jornalista, “The New York Times" fez a guerra com vários papas sobre questões morais como o matrimónio ou o valor do nascituro.

Mas quando se trata de mudanças climáticas, o jornal New York - que gosta de considerar-se um jornal que segue rigorosamente os fatos – reconhece preto no branco a autoridade que tem a encíclica do Papa. Na verdade, diz McGurn, o jornal, tecendo elogios, acrescenta o advérbio "inesperadamente", como para mitigar o louvor.

E embora tenham se alegrado do Papa dar o aval à ideia da mudança climática causada pelo homem, não prestaram a devida atenção à crítica do Papa contra um “ecologismo” que protege as espécies em perigo de extinção, mas não as crianças por nascer.

A encíclica – escreve Lluís Bassets em "El País" do último dia 21 de junho, em um longo comentário intitulado O Papa como contra poder ganhou efeitos políticos imediatos e a repercussão foi muito além do mundo católico, o que demonstra um crescente prestígio e autoridade. Há capítulos interessantes para os cristãos e outros que chamam a atenção mais para aqueles que não se identificam com nenhuma fé, continua Bassets, salientando, porém, que a religiosidade do Papa Francisco é o oposto das técnicas de auto-ajuda ou de equilíbrio interior, tão de moda na nossa época, tanto no mundo cristão quanto no islâmico.

Perante a pobreza, a ameaça ambiental ou os danos da idolatria do mercado sem freios e sem regras, sua denúncia tão forte recorda as duras posturas de Wojtyla diante dos efeitos devastadores que os regimes totalitários do século XX causavam na sociedade, conclui o jornalista.

Proteger a casa comum não tem futuro se os homens continuam a ser tratados como mercadoria e o abismo entre norte e sul do mundo não diminui, lemos no "Le Monde" do 23 de Junho. "Esta mensagem poderia ser o primeiro ato de uma chamada a uma nova civilização", continua o colunista, citando Edgar Morin do "la Croix"; e esta encíclica terá o efeito de "ancorar o papado no século XXI".



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