Ação final realiza-se em «santuário da biodiversidade peninsular»
“A música de Verdi, com a sua mensagem de esperança na salvação eterna dos oprimidos e de certeza do castigo para os opressores, deu corpo e voz ideais a uma espantosa afirmação de dignidade humana e de grandeza espiritual por entre as trevas da barbárie. Algo bem compreensível nos nossos dias”, assinala o departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA), da Diocese de Beja.
Neste contexto, a organização vai destacar a peça ‘Requiem’, escrita entre 1869-74, “uma das mais comoventes e impressionantes obras sacras do século XIX” que vai ser interpretada este sábado, às 21h30, na igreja de Santa Maria da Feira.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o DPHA adianta que uma característica do Festival Terras sem Sombra “reside no cruzamento” das páginas musicais do passado e da criação contemporânea, por isso, a obra do compositor italiano vai ser antecedido por ‘Nocturno’, “a única obra orquestral de um brilhante autor português, António Fragoso”, terminada em 1918.
“Pertence ao reduzido número de compositores nacionais que exploraram a linguagem impressionista nas primeiras décadas do século XX”, revela a organização do compositor que morreu aos 21 anos, “vítima da gripe pneumónica”.
A organização do festival de música sacra do Baixo Alentejo explica que para o último concerto da 11.ª edição do festival vão ter “intérpretes excecionais para um repertório de exceção” - “Orquestra do Norte; Coro do Teatro Nacional de São Carlos e o maestro José Ferreira Lobo, um excecional intérprete verdiano” – acompanhados pelas solistas, a soprano Cristiana Oliveira, a meio-soprano Cátia Moreso, o tenor Vicente Ombuena e o barítono Rui Silva.
A ação de salvaguarda da natureza e biodiversidade intitula-se ‘Ao longo do Caminho de Santiago – Percorrendo a ‘Grande Via’ de Beja ao Mar’ e realiza-se no domingo, a partir das 09h30.
“O foco de atenção dirige-se para os recursos naturais e para o património cultural do vale do Guadiana, um dos santuários da biodiversidade peninsular”, explica o comunicado.
Segundo o departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA), da Diocese de Beja, ao longo de um percurso vão explorar a “biodiversidade noturna de Terges-Cobres”, com realce para os seus anfíbios, mamíferos e aves, e vão ter também presente a “evocação” da passagem dos peregrinos, “antigos e modernos”, em direção a Santiago de Compostela.
‘Diálogos musicais do sul da Europa (séculos X-XXI)’ é o tema da 11ª edição que termina com a entrega do Prémio Internacional “Terras Sem Sombra”, em Sines, a 4 de julho, depois de um périplo iniciado na Igreja de Santo Ildefonso, em Almodôvar, a 14 de março.
O diretor-geral do festival, José António Falcão, está a pensar na internacionalização de Portugal e “muito particularmente do Alentejo”, com uma edição que se vai ligar a Manaus, no Brasil, em 2016.
CB/OC
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