Um guia para interpretar o documento histórico do papa Francisco e compreender a sua riqueza
Vatican City,
(ZENIT.org)
Staff Reporter
Na introdução da nova encíclica do papa Francisco, “Laudato Sì”,
publicada pela editora italiana La Scuola, o bispo teólogo dom Bruno
Forte analisa o texto em detalhes a fim de destacar não só a parte que
chama a atenção para a situação do planeta e para a defesa dos pobres do
mundo, mas, acima de tudo, a fim de identificar a real "espiritualidade
ecológica" de que Francisco de Assis é testemunha eloquente.
"A relevância e a precisão da análise inicial do texto, a força da denúncia inclusive política que ele propõe, o rigor das razões para as propostas apresentadas, tanto teológicas e espirituais quanto racionais, bem como as implicações existenciais sugeridas, fazem desta encíclica um presente e uma provocação para toda a humanidade, da qual me parece que ninguém poderá escapar moralmente", diz a introdução de dom Forte.
Depois do texto integral da encíclica, seguem-se linhas-guias para leitura com autores de diferentes especialidades, como as de Piero Stefani, biblista que escreve sobre "um desafio, problemático em relação à criação e ao Criador, que, a partir desta encíclica, a Igreja pode e deve encarar", e as do historiador Roberto Rusconi, que interpreta a retomada da mensagem de São Francisco pelo papa a fim de propor um relacionamento saudável com a criação, sem esquecer as reflexões de Teilhard de Chardin, também presentes em documentos recentes dos jesuítas.
Seguem-se dois filósofos. O primeiro é o incrédulo Salvatore Natoli, que lê na encíclica um convite à "conversão da mente e do coração" na atualização do louvor que São Francisco faz das criaturas. Para ele, a "laudatio" do Pobrezinho de Assis é a declinação coerente das bem-aventuranças evangélicas, junto com um olhar para o nexo entre riqueza-poder e fome-sede de justiça.
Depois, vem o filósofo católico Dario Antiseri, que, partindo da reflexão económica franciscana, chega aos privilégios e às distorções denunciadas na encíclica como portadoras de desigualdade. As outras análises da encíclica presentes nessa edição são do educador Fulvio De Giorgi, do jornalista Giovanni Santambrogio e do italianista Piero Gibellini, que estabelece ligações entre a Laudato Sì e o cântico de São Francisco na "leitura" do papa Francisco.
Para o historiador e educador Fulvio De Giorgi, a perspectiva bergogliana é uma "interseção de duas abordagens: uma franciscana, certamente mais pronunciada e óbvia, mas também uma jesuíta-teilhardiana"; a síntese espiritual entre as duas abordagens "está em Cristo Eucaristia". Após a visão geral de Giovanni Santambrogio sobre o meio ambiente e a natureza nos textos dos papas recentes, muito valorizados por Bergoglio, juntamente com os documentos de muitas conferências episcopais, vem um surpreendente ensaio do italianista Piero Gibellini, que analisa o Cântico como "um aviso para se guardar o dom da criação" e, ao mesmo tempo, um baluarte contra as heresias do seu tempo, que condenavam a natureza; um Cântico nascido historicamente também para expressar a "necessidade de perdão e da cobiçada paz, necessária para salvar o mundo e a alma". Quase uma "ponte" entre a encíclica e o iminente Jubileu da Misericórdia.
"A relevância e a precisão da análise inicial do texto, a força da denúncia inclusive política que ele propõe, o rigor das razões para as propostas apresentadas, tanto teológicas e espirituais quanto racionais, bem como as implicações existenciais sugeridas, fazem desta encíclica um presente e uma provocação para toda a humanidade, da qual me parece que ninguém poderá escapar moralmente", diz a introdução de dom Forte.
Depois do texto integral da encíclica, seguem-se linhas-guias para leitura com autores de diferentes especialidades, como as de Piero Stefani, biblista que escreve sobre "um desafio, problemático em relação à criação e ao Criador, que, a partir desta encíclica, a Igreja pode e deve encarar", e as do historiador Roberto Rusconi, que interpreta a retomada da mensagem de São Francisco pelo papa a fim de propor um relacionamento saudável com a criação, sem esquecer as reflexões de Teilhard de Chardin, também presentes em documentos recentes dos jesuítas.
Seguem-se dois filósofos. O primeiro é o incrédulo Salvatore Natoli, que lê na encíclica um convite à "conversão da mente e do coração" na atualização do louvor que São Francisco faz das criaturas. Para ele, a "laudatio" do Pobrezinho de Assis é a declinação coerente das bem-aventuranças evangélicas, junto com um olhar para o nexo entre riqueza-poder e fome-sede de justiça.
Depois, vem o filósofo católico Dario Antiseri, que, partindo da reflexão económica franciscana, chega aos privilégios e às distorções denunciadas na encíclica como portadoras de desigualdade. As outras análises da encíclica presentes nessa edição são do educador Fulvio De Giorgi, do jornalista Giovanni Santambrogio e do italianista Piero Gibellini, que estabelece ligações entre a Laudato Sì e o cântico de São Francisco na "leitura" do papa Francisco.
Para o historiador e educador Fulvio De Giorgi, a perspectiva bergogliana é uma "interseção de duas abordagens: uma franciscana, certamente mais pronunciada e óbvia, mas também uma jesuíta-teilhardiana"; a síntese espiritual entre as duas abordagens "está em Cristo Eucaristia". Após a visão geral de Giovanni Santambrogio sobre o meio ambiente e a natureza nos textos dos papas recentes, muito valorizados por Bergoglio, juntamente com os documentos de muitas conferências episcopais, vem um surpreendente ensaio do italianista Piero Gibellini, que analisa o Cântico como "um aviso para se guardar o dom da criação" e, ao mesmo tempo, um baluarte contra as heresias do seu tempo, que condenavam a natureza; um Cântico nascido historicamente também para expressar a "necessidade de perdão e da cobiçada paz, necessária para salvar o mundo e a alma". Quase uma "ponte" entre a encíclica e o iminente Jubileu da Misericórdia.
(18 de Junho de 2015) © Innovative Media Inc.
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