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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Festa da Solidariedade: unidos em uma única oração

Marco Italiano, presidente da Res Magnae, ilustra o papel da sua associação no evento que vai destacar em Roma a importância da caridade

Roma, 23 de Junho de 2015 (ZENIT.org) Massimo Nardi

A Res Magnae é uma associação bastante ativa no panorama social de Roma graças a uma série de iniciativas de amplo alcance, da economia à religião, do direito à solidariedade e à cultura, caracterizadas pela inspiração cristã e baseadas no respeito pela pessoa e pelos seus valores. Recentemente, a associação ampliou o alcance da sua ação ao doar equipamentos profissionais para a Caritas do Líbano.

A Res Magnae também estará entre os protagonistas da Festa da Solidariedade, que se realizará em Roma de 24 a 29 de junho, junto à Basílica de São João de Latrão.

Zenit conversou com o presidente da associação, Marco Italiano, sobre os seus ideais e objetivos de solidariedade.

"Eu diria que o primeiro objetivo é de tipo semântico. Reafirmar no imaginário coletivo o valor da palavra ‘solidariedade’: uma palavra presente em nosso vocabulário, mas cujo conceito foi parcialmente banalizado, substituído por outros termos mais em voga hoje em dia, como competitividade, desafio, sucesso... O resultado disso é que todos nós ficamos mais frágeis e corremos o perigo de sair perdendo".


As palavras de Marco evocam as sugestões do papa Francisco, com a sua incrível capacidade de contrapor ao colapso ético e cultural do nosso tempo uma série de frases de grande conteúdo emocional, que tocam em cheio o coração das pessoas: "não à cultura do descarte"; "não tenham medo da bondade e da ternura"; "só quem reconhece a sua vulnerabilidade é capaz de realizar um ato de solidariedade", etc.


"Com a Festa da Solidariedade", prossegue Marco, “temos a oportunidade de expressar a nossa proximidade daqueles que enfrentam um momento difícil, além de oferecer ajuda prática. Uma ajuda certamente insuficiente, mas ainda útil para fazer circular uma mensagem, para sensibilizar as pessoas e atestar que os movimentos católicos estão na vanguarda e reafirmam o sentido de justiça e o respeito pela dignidade humana".


A dramática situação de exclusão social, que assumiu caráter endémico, tem novas confirmações a cada dia, inclusive nos chamados “países ricos”. Na Itália, por exemplo, um estudo deste mês aponta que uma em cada sete crianças no país nasce em condições de pobreza absoluta. "Felizmente, o flagelo da pobreza encontra um antídoto na solidariedade das pessoas, que, apesar de tudo, não desapareceu; pelo contrário, a solidariedade vem crescendo. Por isso é importante promover eventos como a Festa da Solidariedade, que é financiada exclusivamente por doações e que incentiva as atividades culturais e de caridade".


As palavras de Marco Italiano são confirmadas pelo grande número de associações comprometidas com a organização da Festa: um pequeno exército de voluntários chamará a atenção para questões de importância na vida da sociedade e nas suas perspectivas futuras: a família, os jovens, os doentes, os idosos...


Relata o presidente da Res Magnae: "No dia 31 de março, fomos recebidos pelo cardeal Agostino Vallini, vigário geral do papa Francisco para a diocese de Roma. Ele reuniu todas as associações que organizam a Festa. Giorgio Benigni, presidente da ONG Lumen Gentium, que é a associação-cabeça, agradeceu ao cardeal pela oportunidade e salientou a importância do bem que é feito muitas vezes em silêncio. Depois, Vallini passou a palavra a todos os presentes para falarem sobre as atividades das suas associações. Na ocasião, nós pedimos que a basílica ficasse aberta depois das 19 horas para receber um público mais amplo e combater a ‘fragmentação’, um pedido que foi prontamente aceito. E as atividades noturnas vão ser geridas justamente pela Res Magnae, junto com a Ação Católica. Vamos acolher todos os que desejem participar dos momentos de reflexão a partir das 19h de cada noite, até as 21h, depois da Adoração Eucarística. Mas a Festa da Solidariedade oferece muitas outras iniciativas: espetáculos, debates e uma cantina solidária para os necessitados. Será uma grande oportunidade para a cultura do encontro, que nos unirá numa mesma oração. Esperamos que se cumpra o desejo do cardeal Vallini: que a Festa da Solidariedade continue por pelo menos mais trinta anos", disse-nos Marco.


Para encerrar, pedimos que ele nos falasse do nome da associação, “Res Magnae”, que significa “Grandes Coisas” em latim. "O nome da nossa associação quer representar um sonho, uma ambição, uma esperança. A de realizar algo grande. Mas não em termos de cobiça e de posse, que identificam hoje a palavra ‘grandeza’, e sim em termos ‘antigos’ de prestígio, confiança e respeito, para a construção de uma sociedade mais solidária e mais humana".



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