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sábado, 20 de junho de 2015

Homilia do Papa: Onde está o seu tesouro?

Nesta sexta-feira, Francisco advertiu sobre os riscos de acumular riquezas para si. O que salva o coração de um homem é administrar a riqueza que tem "para o bem comum"

Roma, 19 de Junho de 2015 (ZENIT.org) Staff Reporter

As riquezas acumuladas para si estão na origem das guerras, das famílias desfeitas e da perda de dignidade, recordou o Santo Padre Francisco na homilia da Missa celebrada na capela da Domus Santa Marta nesta sexta-feira. Ele destacou que "a luta quotidiana" é, ao invés, administrar as riquezas da terra "para o bem comum".

O Papa advertiu que as riquezas não são "como uma estátua", paradas, que não exercem influência na vida de uma pessoa. “As riquezas tendem a crescer, a movimentar, a ocupar lugar na vida e no coração do homem”.

“E se é o acúmulo a impulsionar o homem, as riquezas acabarão por invadir o coração, tornando-o corrupto", alertou Francisco. O que salva o coração do homem é administrar a riqueza que tem "para o bem comum".

O Santo Padre, referindo-se ao Evangelho do dia, refletiu sobre a passagem em que Jesus ensina aos seus discípulos esta verdade: “Onde está o teu tesouro, aí estará também teu coração”. E adverte: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e os ladrões arrobam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus”. Para o Papa, na raiz do acúmulo “há a necessidade de segurança”. Mas o risco de se tornar escravos é alto.

O Papa explicou ainda que "no final, essas riquezas não dão a segurança para sempre. Pelo contrário, levam embora a sua dignidade. E isso também nas famílias: há tantas que estão divididas. Também na raiz das guerras há esta ambição, que destrói e corrompe. Neste mundo, neste momento, há tantas guerras por avidez de poder, de riquezas. Pode-se pensar na guerra em nosso coração”.

A este respeito, ele advertiu que a ganância "avança”, depois, “vem a vaidade – acreditar ser importante, poderoso - e, por fim, o orgulho”. E a partir dali “todos os vícios”. São degraus, mas o primeiro é este: “ganância, vontade de acumular riqueza".

Francisco disse que "acumular é uma característica do homem" e que "fazer as coisas e dominar o mundo é também sua missão". "Esta é a luta de todos os dias: como gerir bem as riquezas da terra para que sejam orientadas ao céu e se tornem riquezas do Céu".

Em seguida, o Santo Padre refletiu sobre o povo que o Senhor abençoa com a riqueza. "O faz administrador dessas riquezas para o bem comum e para o bem de todos, não para seu próprio bem”. “E não é fácil tornar-se um administrador honesto – continuou-  porque existe sempre a tentação da ganância, de se tornar importante. O mundo nos ensina isso e nos leva para esta estrada. Pensar nos outros, pensar que aquilo que tenho está a serviço dos outros e que nada que possuo levarei comigo. Mas se uso o que o Senhor me deu para o bem comum, como administrador, isso me santifica, me fará santo”.

O Papa recordou que muitas vezes ouvimos "tantas desculpas" das pessoas que passam a vida acumulando riquezas. Por isso, devemos nos questionar: "Onde está o seu tesouro? Nas riquezas ou na administração, neste serviço pelo bem comum?"

Por fim, o Pontífice advertiu que “muitos tranquilizam a própria consciência com a esmola e dão o que sobra”.  Isso “não é ser bom administrador”. Administrar a riqueza é um “despojar-se continuamente do próprio interesse e não pensar que essas riquezas nos darão a salvação”. E concluiu: “Acumular sim, tudo bem; tesouros sim, tudo bem, mas os que têm preço na ‘bolsa do Céu’”.

Rádio Vaticano/ Adaptação Zenit



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