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sábado, 27 de junho de 2015

Homilia do Papa: “Não se pode fazer comunidade sem proximidade”

Nesta sexta-feira, o Santo Padre convida a um exame de consciência: “Eu sei aproximar-me?”. Tenho “coragem de tocar os marginalizados?”

Cidade do Vaticano, 26 de Junho de 2015 (ZENIT.org) Staff Reporter

Os cristãos devem se aproximar e estender a mão àqueles que a sociedade tende a excluir, como fez Jesus com os marginalizados de seu tempo. Isso faz da Igreja uma verdadeira comunidade. Afirmou o Papa Francisco em sua homilia na capela da casa Santa Marta, nesta sexta-feira.

O Papa recordou que Jesus foi o primeiro a sujar as mãos tocando os leprosos. Por isso, a Igreja ensina que "não se pode fazer comunidade sem proximidade". Esta manhã, o Papa centralizou sua homilia no protagonista Evangelho de hoje, o leproso que corajosamente se prostra diante de Jesus e diz: "Senhor, se queres, tens poder para purificar-me". Jesus o toca e o cura.

E o milagre acontece sob os olhos dos doutores da lei, para os quais, o leproso era um "impuro". “A lepra – explicou Francisco – era uma condenação perpétua” e “curar um leproso era tão difícil como ressuscitar um morto”. E, por isso, eram marginalizados. Jesus, ao invés, estende a mão ao excluído e demonstra o valor fundamental de uma palavra, “proximidade”.

“Não se pode fazer comunidade sem proximidade. Não se pode fazer a paz sem proximidade. Não se pode fazer o bem sem aproximar-se".  Jesus poderia simplesmente dizer: ‘Cura-te’. Mas não, ele se aproximou e o tocou. Além disso - acrescentou o Papa - "quando Jesus tocou o impuro, se tornou também ele impuro".

Este é o mistério de Cristo: "toma para si as nossas sujeiras, as nossas impuridades". Francisco destacou que Paulo explica isso muito bem: “‘Tendo a condição divina, não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente, mas se esvaziou a si mesmo. Depois, Paulo foi além: ‘Fez-se pecado. Jesus se faz pecado. Excluiu-se, tomou para si a nossa impuridade para aproximar-se de nós’”.

Francisco também falou sobre o convite que Jesus faz ao leproso curado: "Não diga nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta prescrita por Moisés".  E explicou que além da proximidade, para Jesus é fundamental também a inclusão.

"Tantas vezes penso que seja, não digo impossível, mas muito difícil fazer o bem sem sujar as mãos” - disse Francisco - . “E Jesus se sujou. Proximidade. E depois vai além. Ele disse: ‘Mostra-te aos sacerdotes e faz o que se deve fazer quando um leproso é curado. Quem estava excluído da vida social, Jesus inclui: inclui na Igreja, inclui na sociedade … ‘Vai, para que todas as coisas sejam como devem ser’. Jesus jamais marginaliza alguém, jamais. Marginaliza si mesmo, para incluir os marginalizados, para nos incluir, pecadores, marginalizados, com a sua vida”.

Francisco destacou o estupor que Jesus suscita com suas afirmações e seus gestos. "Quantas pessoas seguiram Jesus naquele momento" e "seguem Jesus na história porque ficam impressionadas com seu modo de falar”.

Ele também mencionou as pessoas que olham de longe e não entendem. “Quantas pessoas olham de longe, mas com o coração mau, para testar Jesus, para criticá-lo, para condená-lo... E quantas pessoas olham de longe porque não têm a coragem que ele teve de se aproximar, mas têm tanta vontade de fazê-lo!” – Exclamou Francisco-.

Jesus estendeu a mão a todos, fazendo-se um de nós, como nós, pecadores como nós, mas sem pecado, mas sujo dos nossos pecados. E esta é a proximidade cristã.

Ao concluir sua homilia, o Papa recordou que a proximidade é uma bela palavra, que convida a um exame de consciência: “Eu sei aproximar-me?”. Tenho “ânimo, força, coragem de tocar os marginalizados?”. Uma pergunta que diz respeito também “à Igreja, às paróquias, às comunidades, aos consagrados, aos bispos, aos padres, a todos”.

Rádio Vaticano/ Adaptado por Zenit



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