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sábado, 20 de junho de 2015

A oração é autêntica se o nosso coração está "em paz com os outros"

Em sua homilia na capela da Domus Santa Marta, o Papa ofereceu uma catequese sobre a oração, que "não precisa de muitas palavras", mas da "força do Espírito Santo"

Roma, (ZENIT.org) Federico Cenci

Foi uma catequese sobre a oração a homilia do Papa Francisco na missa desta manhã em Santa Marta. A partir da passagem: "Na nossa fraqueza nada podemos sem a tua ajuda", o Papa recordou que depois da ferida do pecado original, todos nós somos "fracos" e "escorregamos nos pecados”. Portanto, "não podemos dar um passo sem a ajuda do Senhor".

O orgulho pessoal, no entanto, pode ofuscar esta verdade. “Quem acredita ser forte, quem crê que pode se arranjar sozinho é, no mínimo, ingénuo e, no final, acaba derrotado por tantas ­­­fraquezas que carrega consigo”, afirmou o Santo Padre.

A consciência de tal fraqueza alarga o âmbito da fé. "Todos nós temos fé - continuou ele - todos nós queremos avançar na vida cristã, mas se não estamos conscientes da nossa fraqueza, acabaremos derrotados". Por isso - disse o Papa – é bela a oração que diz: "Senhor, eu sei que na minha fraqueza nada posso fazer sem a sua ajuda".

Ajuda que pedimos por meio da oração. Jesus "ensina a rezar" - disse o Papa -  mas não "como os pagãos", que achavam que eram "escutados com a força da palavra". Então, Francisco ofereceu aos fiéis o exemplo de Ana, mãe de Samuel, que pediu ao Senhor, orando em silêncio, a graça de ter um filho. O sacerdote que estava ali, olhava aquela mulher silenciosa e achando que ela estava bêbada a repreende.

"Reza-se assim diante do Senhor", disse o Papa. “Na oração – continuou- como sabemos que Ele é bom, sabe tudo de nós e do que precisamos, começamos a dizer a palavra 'Pai', que é uma palavra humana, certamente, que nos dá vida, mas apenas em oração podemos pronuncia-la com a força do Espírito Santo".

O convite de Francisco é, portanto, "rezar simplesmente assim", confiar na "força do Espírito que reza em nós" e "com o coração aberto na presença de Deus que é Pai e conhece, sabe do que nós precisamos antes que façamos o pedido".

O Bispo de Roma, ao concluir a homilia, destacou a conclusão do Evangelho de hoje, em que Jesus ensina seus discípulos que se eles não perdoarem os males dos outros, tampouco o Pai perdoará as suas faltas. "Nós só podemos rezar bem e chamar Deus de 'Pai' se o coração está em paz com os outros, com os irmãos", comentou o Papa. Não há necessidade de dizer: "Mas, Pai, essa pessoa me fez isso e aquilo... ", acrescentou Francisco, pedindo: “Perdoe, perdoe como Ele lhe perdoará".

O exercício do perdão é uma fortaleza. "E assim - disse o Papa - a fraqueza que temos, com a ajuda de Deus na oração, se torna fortaleza porque o perdão é uma grande fortaleza. É preciso ser forte para perdoar, mas essa força é uma graça que recebemos do Senhor, pois somos fracos".



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