Também em pauta, a reforma dos meios de comunicação do Vaticano e a punição a responsáveis indirectos por casos de abusos
Cidade do Vaticano, 15 de Abril de 2015 (Zenit.org) Sergio Mora
A reunião de três dias do C9 com o papa “ainda não
terminou”, disse nesta quarta-feira pela manhã o director da sala de
imprensa do Vaticano, pe. Federico Lombardi, mas “foi dedicado um tempo
consistente à releitura do consistório no tocante à reforma da cúria”.
O chamado “C9” é o grupo de nove cardeais assessores que o papa
Francisco instituiu para ajudá-lo no governo da Igreja. A reunião em
andamento começou na segunda-feira e termina hoje.
O porta-voz vaticano recordou que, “no consistório sobre a reforma da
cúria, os bispos e cardeais fizeram 60 manifestações e este material
foi apresentado novamente por dom Semeraro [o secretário] em uma síntese
abrangente”. Foi delineada “a constituição de dois novos dicastérios,
um sobre caridade, justiça e paz e o outro sobre leigos e família”,
substituindo outros dicastérios existentes hoje. A reforma deverá ser
implementada em etapas.
Lombardi informou ainda que a reunião abordou, embora não de modo
aprofundado, “também a reforma dos meios de comunicação do Vaticano. O
C9 tinha pedido um informe da comissão sobre media, o aprovou com
algumas recomendações e fez um relatório final com um plano geral, mas
sem decisões operativas”, que serão justamente o próximo passo.
O C9 pediu uma comissão que articule os passos para a realização das
reformas. É possível uma continuidade da comissão que preparou o
informe, mas também pode ser que outras pessoas passem a integrá-la. A
finalidade é “evitar que o mesmo trabalho seja feito por diversos entes,
numa racionalização que respeite os contratos de trabalho e as
conferências episcopais”.
Outro ponto tratado na reunião foi a proposta do cardeal George
O'Malley, arcebispo de Boston, sobre a protecção dos menores. “O
purpurado pôs na mesa a pergunta sobre procedimentos necessários nos
casos de abuso de poder, omissão e responsabilidade”, em particular de
pessoas com poder de decisão na Igreja e envolvidas em casos de abusos
sexuais. Não se trata, precisou Lombardi, “das punições merecidas por
quem cometeu directamente o crime dos abusos sexuais, matéria esta que já
foi muito claramente normatizada, e sim de outras pessoas e autoridades
que tiveram responsabilidades por omissão ou de outro tipo”.
É mais um passo da política de tolerância zero que o papa Francisco
vem aplicando em continuidade às iniciativas implantadas por Bento XVI.
(15 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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