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quinta-feira, 16 de abril de 2015

O papa e o conselho de cardeais avançam no estudo da reforma da cúria

Também em pauta, a reforma dos meios de comunicação do Vaticano e a punição a responsáveis indirectos por casos de abusos


Cidade do Vaticano, 15 de Abril de 2015 (Zenit.org) Sergio Mora


A reunião de três dias do C9 com o papa “ainda não terminou”, disse nesta quarta-feira pela manhã o director da sala de imprensa do Vaticano, pe. Federico Lombardi, mas “foi dedicado um tempo consistente à releitura do consistório no tocante à reforma da cúria”.

O chamado “C9” é o grupo de nove cardeais assessores que o papa Francisco instituiu para ajudá-lo no governo da Igreja. A reunião em andamento começou na segunda-feira e termina hoje.

O porta-voz vaticano recordou que, “no consistório sobre a reforma da cúria, os bispos e cardeais fizeram 60 manifestações e este material foi apresentado novamente por dom Semeraro [o secretário] em uma síntese abrangente”. Foi delineada “a constituição de dois novos dicastérios, um sobre caridade, justiça e paz e o outro sobre leigos e família”, substituindo outros dicastérios existentes hoje. A reforma deverá ser implementada em etapas.

Lombardi informou ainda que a reunião abordou, embora não de modo aprofundado, “também a reforma dos meios de comunicação do Vaticano. O C9 tinha pedido um informe da comissão sobre media, o aprovou com algumas recomendações e fez um relatório final com um plano geral, mas sem decisões operativas”, que serão justamente o próximo passo.

O C9 pediu uma comissão que articule os passos para a realização das reformas. É possível uma continuidade da comissão que preparou o informe, mas também pode ser que outras pessoas passem a integrá-la. A finalidade é “evitar que o mesmo trabalho seja feito por diversos entes, numa racionalização que respeite os contratos de trabalho e as conferências episcopais”.

Outro ponto tratado na reunião foi a proposta do cardeal George O'Malley, arcebispo de Boston, sobre a protecção dos menores. “O purpurado pôs na mesa a pergunta sobre procedimentos necessários nos casos de abuso de poder, omissão e responsabilidade”, em particular de pessoas com poder de decisão na Igreja e envolvidas em casos de abusos sexuais. Não se trata, precisou Lombardi, “das punições merecidas por quem cometeu directamente o crime dos abusos sexuais, matéria esta que já foi muito claramente normatizada, e sim de outras pessoas e autoridades que tiveram responsabilidades por omissão ou de outro tipo”.

É mais um passo da política de tolerância zero que o papa Francisco vem aplicando em continuidade às iniciativas implantadas por Bento XVI.

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