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quinta-feira, 16 de abril de 2015

As Adoradoras do Santíssimo recebem o VI Prémio de Direitos Humanos Rey de España

Congregação resgata mulheres vítimas de todo tipo de escravidão, do tráfico humano à violência de género


Madrid, 15 de Abril de 2015 (Zenit.org) Ivan de Vargas


O VI Prémio de Direitos Humanos “Rey de España” foi entregue nesta segunda-feira à Congregação de Religiosas Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade, por seu trabalho em favor das mulheres vítimas do tráfico humano e da violência de género.

Em seu discurso, a superiora geral das Adoradoras, irmã Teresa Valenzuela Albornoz, agradeceu especialmente “em nome delas, de tantas mulheres adultas, jovens e até meninas, que, depois de uma dolorosa experiência de exploração, através de um longo processo de acolhimento e de libertação, vivem hoje integradas na sociedade e, em muitos casos, são promotoras e agentes de mudança nas suas realidades familiares e ambientes sociais. São mulheres valentes, lutadoras tenazes, que, todos os dias, nos dão lições de resiliência, de capacidade de recuperação, de esperança nas suas possibilidades e nas nossas como sociedade”.

Durante a cerimónia também esteve presente a superiora provincial da congregação na Espanha, irmã Margarita Navio Sánchez, que recordou que, “para desenvolver a nossa missão, é imprescindível a colaboração e o trabalho em rede, tanto com instituições públicas quanto com as organizações da sociedade civil. Estendemos este reconhecimento a todas as instituições e organizações da sociedade civil com as quais cooperamos no dia a dia, unindo forças, criando sinergias e complementando as nossas capacidades em favor das mulheres em situação de maior vulnerabilidade, como é o caso das mulheres vítimas do tráfico humano”.

O rei Felipe VI encorajou nesta semana a luta “firme e determinada” contra as diversas formas de comércio humano e de violência contra jovens e mulheres de todo o mundo, uma prática que o monarca definiu como “nova escravidão” e cuja “dimensão transnacional” é “um desafio a combater”.

“Temos em vocês um magnífico exemplo da força de mudança comprometida”, disse o rei da Espanha. “A sua voz em prol dos direitos da mulher é a mesma de tantas mulheres que foram privadas dela. Todos nós desejamos que essa voz não se cale, que chegue a muitos ouvidos, que ressoe nas consciências e que chegue aonde for necessário para melhorar sempre a realidade das pessoas mais vulneráveis e desfavorecidas”.

As religiosas Adoradoras nasceram em Madrid em 1856 com o carisma específico de contribuir com a “libertação, integração pessoal, promoção e reinserção social da mulher vitimada por diversas formas de escravidão, além da denúncia e da análise crítica da realidade”, informou a congregação em comunicado.

O trabalho foca em programas “dirigidos a mulheres em situação de vulnerabilidade social, prostituição, vítimas de tráfico humano e de violência doméstica, mães jovens sem apoio, mulheres com problemas de dependência química, mulheres privadas de liberdade e menores em situação de exclusão”.

Para favorecer a recuperação integral e fomentar a autonomia das mulheres, a instituição põe à disposição delas “recursos de acolhimento, apoio e assessoria jurídica, psicológica e inserção social e no mundo do trabalho, mediante uma intervenção educativa individualizada em que cada mulher é a protagonista do próprio processo”.

A congregação ajuda, através de 420 projectos, mulheres vítimas de exploração em 23 países da Europa, Ásia, África e América. Só no último ano, as Adoradoras atenderam oito mil mulheres em todo o mundo.

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