Congregação resgata mulheres vítimas de todo tipo de escravidão, do tráfico humano à violência de género
Madrid, 15 de Abril de 2015 (Zenit.org) Ivan de Vargas
O VI Prémio de Direitos Humanos “Rey de España” foi entregue
nesta segunda-feira à Congregação de Religiosas Adoradoras Escravas do
Santíssimo Sacramento e da Caridade, por seu trabalho em favor das
mulheres vítimas do tráfico humano e da violência de género.
Em seu discurso, a superiora geral das Adoradoras, irmã Teresa
Valenzuela Albornoz, agradeceu especialmente “em nome delas, de tantas
mulheres adultas, jovens e até meninas, que, depois de uma dolorosa
experiência de exploração, através de um longo processo de acolhimento e
de libertação, vivem hoje integradas na sociedade e, em muitos casos,
são promotoras e agentes de mudança nas suas realidades familiares e ambientes sociais. São mulheres valentes, lutadoras tenazes, que, todos
os dias, nos dão lições de resiliência, de capacidade de recuperação, de
esperança nas suas possibilidades e nas nossas como sociedade”.
Durante a cerimónia também esteve presente a superiora provincial da
congregação na Espanha, irmã Margarita Navio Sánchez, que recordou que,
“para desenvolver a nossa missão, é imprescindível a colaboração e o
trabalho em rede, tanto com instituições públicas quanto com as
organizações da sociedade civil. Estendemos este reconhecimento a todas
as instituições e organizações da sociedade civil com as quais
cooperamos no dia a dia, unindo forças, criando sinergias e
complementando as nossas capacidades em favor das mulheres em situação
de maior vulnerabilidade, como é o caso das mulheres vítimas do tráfico
humano”.
O rei Felipe VI encorajou nesta semana a luta “firme e determinada”
contra as diversas formas de comércio humano e de violência contra
jovens e mulheres de todo o mundo, uma prática que o monarca definiu
como “nova escravidão” e cuja “dimensão transnacional” é “um desafio a
combater”.
“Temos em vocês um magnífico exemplo da força de mudança
comprometida”, disse o rei da Espanha. “A sua voz em prol dos direitos
da mulher é a mesma de tantas mulheres que foram privadas dela. Todos
nós desejamos que essa voz não se cale, que chegue a muitos ouvidos, que
ressoe nas consciências e que chegue aonde for necessário para melhorar
sempre a realidade das pessoas mais vulneráveis e desfavorecidas”.
As religiosas Adoradoras nasceram em Madrid em 1856 com o carisma
específico de contribuir com a “libertação, integração pessoal, promoção
e reinserção social da mulher vitimada por diversas formas de
escravidão, além da denúncia e da análise crítica da realidade”,
informou a congregação em comunicado.
O trabalho foca em programas “dirigidos a mulheres em situação de
vulnerabilidade social, prostituição, vítimas de tráfico humano e de
violência doméstica, mães jovens sem apoio, mulheres com problemas de
dependência química, mulheres privadas de liberdade e menores em
situação de exclusão”.
Para favorecer a recuperação integral e fomentar a autonomia das
mulheres, a instituição põe à disposição delas “recursos de acolhimento,
apoio e assessoria jurídica, psicológica e inserção social e no mundo
do trabalho, mediante uma intervenção educativa individualizada em que
cada mulher é a protagonista do próprio processo”.
A congregação ajuda, através de 420 projectos, mulheres vítimas de
exploração em 23 países da Europa, Ásia, África e América. Só no último
ano, as Adoradoras atenderam oito mil mulheres em todo o mundo.
(15 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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