Reforma chega ao congresso e alguns deputados se opõem por considerá-la insuficiente
Madrid, 15 de Abril de 2015 (Zenit.org) Ivan de Vargas
O secretário geral da Conferência Episcopal Espanhola (CEE),
o sacerdote e jornalista José Maria Gil Tamayo, pediu que os deputados
do país votem “com consciência” a proposta de reforma que restringe a
lei do aborto.
“Creio que toda pessoa deve votar com consciência. Um deputado não é
uma simples engrenagem de uma máquina, não se despersonaliza na hora de
exercer a representatividade que os eleitores lhe outorgaram; ele
conserva também a sua consciência e, acima de tudo, o princípio da
coerência”, destacou o porta-voz da CEE em conferência de imprensa.
Gil Tamayo citou o documento publicado pelos bispos após a retirada
de pauta da reforma que restringia a lei do aborto, elaborada pelo então
ministro de Justiça Alberto Ruiz Gallardón.
A Igreja, disse Tamayo, “não entra em negociação” no tocante ao
direito à vida “porque ele não é negociável. É um ponto inamovível da
doutrina da Igreja. A vida humana é o bem mais precioso. Isto é
inegociável não só da perspectiva religiosa, mas de uma perspectiva de
humanidade”, afirmou o porta-voz do episcopado após a apresentação da
instrução pastoral da CEE sobre a iniciação cristã de crianças e
adolescentes.
Ele também pediu dos governantes “maior protecção à mulher mediante
políticas que ajudem a maternidade”, porque só assim poderá
“erradicar-se da sociedade o recurso ao aborto”.
Gil Tamayo manifestou ainda a surpresa dos bispos com “a demora do
Tribunal Constitucional em pronunciar-se sobre a inconstitucionalidade
da lei do aborto hoje vigente”, um atraso que “contraria a justiça”.
A reforma da lei do aborto proposta pelo Partido Popular (PP) para
que as menores de 16 e 17 anos não possam abortar sem o consentimento
paterno conta com a oposição de alguns deputados do próprio partido, que
consideram a modificação insuficiente por manter a possibilidade de
aborto livre nas primeiras 14 semanas de gestação. Doze deputados e
senadores enviaram uma carta ao presidente Mariano Rajoy para lhe
informar que não apoiarão a reforma proposta pelo partido.
(15 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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