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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Espanha: os bispos pedem voto consciente da lei que modifica o aborto

Reforma chega ao congresso e alguns deputados se opõem por considerá-la insuficiente


Madrid, 15 de Abril de 2015 (Zenit.org) Ivan de Vargas


O secretário geral da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), o sacerdote e jornalista José Maria Gil Tamayo, pediu que os deputados do país votem “com consciência” a proposta de reforma que restringe a lei do aborto.

“Creio que toda pessoa deve votar com consciência. Um deputado não é uma simples engrenagem de uma máquina, não se despersonaliza na hora de exercer a representatividade que os eleitores lhe outorgaram; ele conserva também a sua consciência e, acima de tudo, o princípio da coerência”, destacou o porta-voz da CEE em conferência de imprensa.

Gil Tamayo citou o documento publicado pelos bispos após a retirada de pauta da reforma que restringia a lei do aborto, elaborada pelo então ministro de Justiça Alberto Ruiz Gallardón.

A Igreja, disse Tamayo, “não entra em negociação” no tocante ao direito à vida “porque ele não é negociável. É um ponto inamovível da doutrina da Igreja. A vida humana é o bem mais precioso. Isto é inegociável não só da perspectiva religiosa, mas de uma perspectiva de humanidade”, afirmou o porta-voz do episcopado após a apresentação da instrução pastoral da CEE sobre a iniciação cristã de crianças e adolescentes.

Ele também pediu dos governantes “maior protecção à mulher mediante políticas que ajudem a maternidade”, porque só assim poderá “erradicar-se da sociedade o recurso ao aborto”.

Gil Tamayo manifestou ainda a surpresa dos bispos com “a demora do Tribunal Constitucional em pronunciar-se sobre a inconstitucionalidade da lei do aborto hoje vigente”, um atraso que “contraria a justiça”.

A reforma da lei do aborto proposta pelo Partido Popular (PP) para que as menores de 16 e 17 anos não possam abortar sem o consentimento paterno conta com a oposição de alguns deputados do próprio partido, que consideram a modificação insuficiente por manter a possibilidade de aborto livre nas primeiras 14 semanas de gestação. Doze deputados e senadores enviaram uma carta ao presidente Mariano Rajoy para lhe informar que não apoiarão a reforma proposta pelo partido.

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