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sábado, 18 de abril de 2015

A arte do diabo é ocupar o espaço da liberdade

O curso Exorcismo e oração da libertação do Ateneu Regina Apostolorum em Roma continua com o testemunho de sacerdotes, psicólogos e estudiosos das seitas


Roma, 17 de Abril de 2015 (Zenit.org)


Um balanço positivo depois de três dias do começo do Curso “Exorcismo e oração de libertação”, que está acontecendo em Roma, nesta semana, do 13 ao 18 de Abril, no Pontifício Ateneu Regina Apostolorum.

O director do Instituto Sacerdos, Pe. Pedro Barrajon lembrou, durante a primeira apresentação, que o mesmo João Paulo II em uma catequese de 1986, disse do diabo que "a sua acção principal é especialmente a tentação dos homens ao mal, [...] não está excluído, no entanto, que em certos casos o espírito maligno exerça a sua influência não só nas coisas materiais, mas também sobre o corpo humano, por isso falamos de possessão diabólica".

Depois de um estudo aprofundado sobre o demónio na Sagrada Escritura, nas religiões orientais e até no Islão, durante o segundo dia, o exorcista Francesco Bamonte deu uma aula sobre o discernimento da acção extraordinária do demónio: "Tudo aquilo que no mundo humano excede as possibilidades naturais do homem, se não provém de Deus, provém de Satanás: não existem estados intermediários", disse na sua aula, esclarecendo as falsas alegações da parapsicologia que pretende explicar em termos naturais todos os fenómenos fora da normalidade “atribuindo-os a possíveis poderes escondidos na mente e no inconsciente e excluindo a priori a intervenção de Deus ou de Satanás na vida do homem: o homem pode superar os seus próprios limites naturais apenas sob a acção do diabo ou de Deus: a acção do diabo tem sempre um fim destrutivo, mesmo se tal finalidade não aparece de imediato".

Mons. Helmut Moll falou sobre os sinais e os sintomas de obsessão diabólica descritos no Ritual Romano, sempre acompanhados por uma aversão exagerada ou por uma angústia inexplicável diante do sagrado.

Em seguida houve uma aula em que o prof. Matteo Marti, toxicologista e farmacologista, descreveu os vários tipos de substâncias estupefacientes e psicoativas utilizadas por grupos espíritas e em cultos destrutivos. A professora Anna Maria Giannini, professora de psicologia na Universidade dos Estudos de Roma La Sapienza e directora do Observatório Nacional de Psicologia da legalidade, descreveu as técnicas e os efeitos psicológicos da manipulação mental dentro das seitas: "Entre o guru e o adepto se estabelece uma relação de poder, e os métodos de comunicação são caracterizados por forte assimetria: não são iguais, porque o guru é o único possuidor da verdade e das informações que a vítima precisa, e a vítima depende totalmente disso; esta forte assimetria serve para escravizar o outro: as pessoas, de fato, são deliberadamente mantidas numa situação de dependência forte, dentro de uma lógica que se torna cada vez mais difícil sair". O guru também se apresenta sempre "com uma imagem de omnipotência, se torna atraente, inicialmente valoriza o outro, e o influencia deixando-lhe a sensação de ser livre para escolher".

O responsável do Serviço Anti-Seitas da Comunidade João XXIII, Don Aldo Buonaiuto, ao advertir a proliferação de grupos sectários, finalmente declarou que "as seitas mais perigosas não são as seitas satânicas, mas aqueles que não se definem satânicas de modo explícito”: as iniciações acontecem também por meio dos circuitos “muito subtis”, como por exemplo “as psicoseitas, onde se encontram os maiores mestres das técnicas de manipulação mental. [...] Às vezes, patrocinado pelos Ministérios, as psicoseitas se apresentam com um 'bombardeio de compreensão’ com todos e com o mal que se está vivendo”, sem estabelecer rejeição por ninguém, mas mostrando “uma love bombing e uma abertura que dá a imagem da máxima liberdade, porque a arte do demónio é ocupar o espaço da liberdade”.

Além disso, concluiu o responsável, muitas vezes, quem cai nas armadilhas das seitas são pessoas que sofrem, “talvez por um problema de saúde: o desespero pode levar à irracionalidade mais inaudita”, por isso “vemos pessoas não de classes sociais baixas, mas de classes média e alta correr atrás dos personagens mais inesperados, magos e curandeiros”: “as pessoas correm para todas as partes e para qualquer um quando a ciência médica diz que não pode curar".

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