O curso Exorcismo e oração da libertação do Ateneu Regina Apostolorum em Roma continua com o testemunho de sacerdotes, psicólogos e estudiosos das seitas
Roma, 17 de Abril de 2015 (Zenit.org)
Um balanço positivo depois de três dias do começo do Curso
“Exorcismo e oração de libertação”, que está acontecendo em Roma, nesta
semana, do 13 ao 18 de Abril, no Pontifício Ateneu Regina Apostolorum.
O director do Instituto Sacerdos, Pe. Pedro Barrajon lembrou,
durante a primeira apresentação, que o mesmo João Paulo II em uma
catequese de 1986, disse do diabo que "a sua acção principal é
especialmente a tentação dos homens ao mal, [...] não está excluído, no
entanto, que em certos casos o espírito maligno exerça a sua influência
não só nas coisas materiais, mas também sobre o corpo humano, por isso
falamos de possessão diabólica".
Depois de um estudo aprofundado sobre o demónio na Sagrada Escritura,
nas religiões orientais e até no Islão, durante o segundo dia, o
exorcista Francesco Bamonte deu uma aula sobre o discernimento da acção
extraordinária do demónio: "Tudo aquilo que no mundo humano excede as
possibilidades naturais do homem, se não provém de Deus, provém de
Satanás: não existem estados intermediários", disse na sua aula,
esclarecendo as falsas alegações da parapsicologia que pretende explicar
em termos naturais todos os fenómenos fora da normalidade
“atribuindo-os a possíveis poderes escondidos na mente e no inconsciente
e excluindo a priori a intervenção de Deus ou de Satanás na vida do
homem: o homem pode superar os seus próprios limites naturais apenas sob
a acção do diabo ou de Deus: a acção do diabo tem sempre um fim
destrutivo, mesmo se tal finalidade não aparece de imediato".
Mons. Helmut Moll falou sobre os sinais e os sintomas de obsessão
diabólica descritos no Ritual Romano, sempre acompanhados por uma
aversão exagerada ou por uma angústia inexplicável diante do sagrado.
Em seguida houve uma aula em que o prof. Matteo Marti, toxicologista e
farmacologista, descreveu os vários tipos de substâncias
estupefacientes e psicoativas utilizadas por grupos espíritas e em
cultos destrutivos. A professora Anna Maria Giannini, professora de
psicologia na Universidade dos Estudos de Roma La Sapienza e directora do
Observatório Nacional de Psicologia da legalidade, descreveu as
técnicas e os efeitos psicológicos da manipulação mental dentro das
seitas: "Entre o guru e o adepto se estabelece uma relação de poder, e
os métodos de comunicação são caracterizados por forte assimetria: não
são iguais, porque o guru é o único possuidor da verdade e das
informações que a vítima precisa, e a vítima depende totalmente disso;
esta forte assimetria serve para escravizar o outro: as pessoas, de
fato, são deliberadamente mantidas numa situação de dependência forte,
dentro de uma lógica que se torna cada vez mais difícil sair". O guru
também se apresenta sempre "com uma imagem de omnipotência, se torna
atraente, inicialmente valoriza o outro, e o influencia deixando-lhe a
sensação de ser livre para escolher".
O responsável do Serviço Anti-Seitas da Comunidade João XXIII, Don
Aldo Buonaiuto, ao advertir a proliferação de grupos sectários,
finalmente declarou que "as seitas mais perigosas não são as seitas
satânicas, mas aqueles que não se definem satânicas de modo explícito”:
as iniciações acontecem também por meio dos circuitos “muito subtis”,
como por exemplo “as psicoseitas, onde se encontram os maiores mestres
das técnicas de manipulação mental. [...] Às vezes, patrocinado pelos
Ministérios, as psicoseitas se apresentam com um 'bombardeio de
compreensão’ com todos e com o mal que se está vivendo”, sem estabelecer
rejeição por ninguém, mas mostrando “uma love bombing e uma abertura que dá a imagem da máxima liberdade, porque a arte do demónio é ocupar o espaço da liberdade”.
Além disso, concluiu o responsável, muitas vezes, quem cai nas
armadilhas das seitas são pessoas que sofrem, “talvez por um problema de
saúde: o desespero pode levar à irracionalidade mais inaudita”, por
isso “vemos pessoas não de classes sociais baixas, mas de classes média e
alta correr atrás dos personagens mais inesperados, magos e
curandeiros”: “as pessoas correm para todas as partes e para qualquer um
quando a ciência médica diz que não pode curar".
(17 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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