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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

«Chicharito», flamejante contratação do Real de Madrid, foi ameaçado em Manchester por mostrar-se católico

Põe-se de joelhos no campo antes de cada partida 

Javier Hernández, Chicharito, um ano de branco.

Actualizado 5 de Setembro de 2014

Javier Lozano /ReL


Javier “Chicharito” Hernández é o futebolista mexicano do momento. Depois de converter-se numa das sensações do futebol inglês com as suas grandes actuações no Manchester United (onde em Dezembro de 2012 foi eleito melhor jogador da Premier League), acaba de ser cedido ao Real Madrid por uma temporada.

Sem dúvida, não só o seu futebol e os seus golos impressionaram os ingleses mas sim que a profunda fé e a humildade deste jovem de 26 anos puseram-no como exemplo para os jovens. Aparece já nas listas dos desportistas mais religiosos do mundo.

Fala sempre de Deus
Apesar da fama e o dinheiro, Chicharito não perdeu o norte e tem muito claro de onde vêm e até onde vai. Nunca ocultou a sua fervente fé católica, e mais, surpreende a quantidade de vezes

 que fala de Deus. Em todas e cada uma das suas entrevistas e aparições públicas dá-lhe graças pelo que tem e pela oportunidade de jogar futebol.

A imagem mais chamativa e mais conhecida deste futebolista produz-se antes de cada partida quando se põe de joelhos com os olhos fechados e com os braços abertos enquanto

reza. “Rezo sempre no campo antes de uma partida. É uma rotina importante para mim mas não é superstição”, afirma. “Gosto de rezar, posso falar com Deus e digo-lhe que cuide da saúde de ambas as equipas”.

Um anjo nos “diabos vermelhos”
Curiosamente, este “anjo” que reza por companheiros e rivais prestava os seus serviços no histórico Manchester United, conhecido popularmente em todo o mundo como os “red devils”, os diabos vermelhos. Um anjo entre demónios.

Apesar disso, a sua religiosidade causou-lhe vários problemas no futebol britânico. Sofreu ameaças dos protestantes do Rangers pela sua devoção católica e inclusive diferentes organizações tentaram convence-lo de que não rezasse em público para não aquecer o ambiente.

Orgulhoso de ser católico
Esta fé de que faz gala interrogou seguidores e jornalistas em Inglaterra. Mas ele tem-no claro: “Sou católico, não me dá pena dizê-lo. Na minha casa recebi uma educação católica, a minha avó é sobretudo muito católica e é a base da nossa família”. E é que a sua avó, dona Lucha, inculcou-lhe desde pequeno o seu amor à Igreja Católica e à Virgem Maria, algo que este futebolista de êxito não esqueceu.

Deus e a família, a chave do êxito
A família é o mais importante para ele e quem lhe deu estabilidade num mundo tão complicado como o do futebol. Numa entrevista perguntaram-lhe que definisse o êxito em três palavras e não duvidou: “Deus, família, perseverança”.

Se já conseguiu triunfar no futebol, o seu sonho desde criança, agora vai a caminho de realizar o segundo, que passa por casar-se e ser pai. Apesar do êxito continua com a sua namorada de toda a vida. “Quero ser esposo, quero ser pai de família, mas tudo no seu devido tempo. Deus vai decidir isso, e quando for, obviamente mudará toda a minha vida”.

Agradecido com Deus
Tal como a sua fé, a humildade que demonstra no dia-a-dia não deixou indiferente ninguém no Manchester. Chicharito relata que “considero-me uma pessoa realizando os seus sonhos, lutando pelo que sempre sonhou desde rapaz, fazendo o que sempre quis… Mas não vai haver profissão, nem trabalho, nem êxitos, nem dinheiro que me façam sentir mais ou menos que os demais. Sempre estarei muito agradecido com a minha família e também com Deus, por ter-me inculcado isto”.

Este carácter também se foi forjando com diferentes acontecimentos da sua vida, que lhe fizeram dar a verdadeira importância às coisas. De facto, esteve a ponto de abandonar o futebol e foi essa crise a que o levou até Deus.

A crise que mudou a sua vida

“Estive perto de retirar-me, tinha muitas dúvidas sobre se continuar ou não neste caminho que Deus me tinha colocado. Não estava jogando muito e estava de reserva” e começou a estar muito triste. Nesse momento, um companheiro seu no Chivas, Ramón Morales, treze anos mais velho do que ele, ajudou-o de sobremaneira. Assim o relata o veterano jogador: “a forma em que tratei de ajudá-lo era dizer-lhe que confiasse muito em Deus, eu creio, ele crê muito em Deus, a sua família crê. E que Deus dá quando nos esforçamos, quando fazemos as coisas com honestidade, respeito e dedicação”.

Pouco a pouco, nesta situação foi-se aferrando cada vez mais a Deus e começou a “ver a vida desde outra perspectiva, saber que se não me vai bem no futebol posso ser feliz, é quando aprendi que a vida é mais que a tua profissão, porque ainda que seja o teu sonho, ainda que lutes por ele não é tudo. Assim comecei a disfrutar de cada treino, cada minuto, cada momento de estar com a minha família. Comecei a disfrutar de muitíssimas coisas mais além do futebol. Apeguei-me muito a Deus e creio que isso me ajudou bastante para poder crer mais n’Ele e ver a vida de outra maneira”.

O sábio conselho da sua avó
Há um conselho da sua avó que o acompanhou desde então e que afirma que nunca esquecerá e que diz que “o tempo de Deus é perfeito e Deus saberá os tempos para cada um”. E as consequências são evidentes. Depois deste momento menos bom a sua carreira arrancou. É o ídolo mexicano, goleador da sua selecção no Mundial e agora triunfa na Europa.


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