Católica, mãe de família, condenada à morte por Blasfémia. Presa há mais de 4 anos na penitenciária feminina de Multan, espera o processo de apelação
Roma, 15 de Abril de 2014 (Zenit.org)
A Alta Corte de Lahore comunicou que a apelação foi adiada
“para uma data a se definir”. A táctica dos adiamentos contínuos (o
quarto em dois meses) constitui uma “lesão das prerrogativas de justiça
para um cidadão paquistanesa, como Asia”, nota à Fides o advogado de
Asia, o cristão Naeem Shakir.
O advogado havia explicado à Fides que depois da transferência de
um dos juízes, o caso de Asia passou para outro colégio e depois, para
um terceiro. O facto é que “toda a série de processos de que o primeiro
colégio era encarregada está agora em mãos de novos juízes, e todas as
audiências foram marcadas, menos as do processo de Asia Bibi”.
“Estamos desiludidos e frustrados. É um procedimento não correcto e
pouco transparente. Não existe alguma razão plausível para que apenas o
processo de Asia Bibi não esteja agendado. É um adiamento
injustificável. Pedirei um encontro com o presidente da Alta Corte para
receber esclarecimentos. Se não formos atendidos, escreveremos uma
carta, como Conselho da ordem dos advogados”, afirma Shakir à Fides.
Asia Bibi foi condenada à morte por suposta blasfémia em 8 de
Novembro de 2010, em primeira instância. O recurso foi protocolado na
Alta Corte de Lahore em 11 de Novembro de 2010. Mas, por razões de
conveniência, de pressões políticas e religiosas, só agora, quatro anos
depois, foi levado em consideração pelo Tribunal. Para Ásia, presa há
mais de 4 anos e meio, prevêem-se ainda diversos meses de detenção na
prisão feminina de Multan.
No Paquistão, onde 97 por cento da população é muçulmana, a lei sobre
a blasfémia é severa, prevê a pena de morte, e apoia o flagelo a
minoria cristã, cerca de 4 milhões, em sua maioria católicos, um pouco
mais de 2 por cento da população do Paquistão, com acusações infundadas
que alimentam o fundamentalismo islâmico.
Apesar das inúmeras denúncias de várias personalidades sobre uso
injusto da aplicação das normas, a realidade é que aqueles que tentam
abolir ou reformar sofrem a violência do extremismo muçulmano. Como
aconteceu em 2011, com o ministro federal para as minorias religiosas no
Paquistão, o católico Shahbaz Bhatti, que foi morto a tiros.
(Trad.:MEM)
(15 de Abril de 2014) © Innovative Media Inc.
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