Mais de uma centena de cardeais, mil bispos e 93 delegações de todo o mundo vão participar neste grande evento da Igreja
Roma, 24 de Abril de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
Roma viverá neste sábado uma Noite Branca de oração como
preparação para a canonização de João XXIII e de João Paulo II neste
domingo, 27 de Abril. Desta forma os fieis que chegam de todas as partes
do mundo vão se preparar espiritualmente para viver este evento
histórico.
Durante a noite do sábado, 11 igrejas do centro de Roma estarão
abertas para uma vigília de oração e para confissões. Nas onze igrejas
haverá encontros em 7 idiomas diferentes. Para os peregrinos de língua
espanhola está prevista a Igreja Santíssimo Nome de Jesus na Argentina na Praça del Gesú. A noite branca começará no dia 26 de Abril às 19h, na Igreja Santa Maria Monte Santo, onde João XXIII foi ordenado sacerdote.
Durante um briefing informativo ocorrido nesta manhã na Sala de
Imprensa do Vaticano, o Padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano,
especificou alguns detalhes da celebração deste domingo.
Na Praça de São Pedro, o domingo começará às 9h com a oração do Terço
da Divina Misericórdia. Às 9h30 continuará com cantos em espera da
eucaristia. Tudo isso animado por coros da diocese de Roma, Cracóvia e
Bérgamo, além do habitual coro nas celebrações vaticanas, o Coro da
Capela Sistina.
A missa terá início com o canto da ladainha de todos os Santos, comum
nas canonizações, como um sinal de “colocar-nos nas mãos dos santos”. A
celebração eucarística será presidida pelo Santo Padre e concelebrada
por uns 130-150 cardeais e uns 1000 bispos, todos eles na esquerda do
altar. Também nessa área, porém mais abaixo, no Sagrado, estarão uns
6000 sacerdotes.
Da mesma forma, está previsto que 600 sacerdotes distribuam a
comunhão aos fieis que se encontrem na Praça de São Pedro e na Praça Pio
XII, 70 diáconos para dar a comunhão aos concelebrantes e finalmente
200 diáconos para os fieis que estejam na Via della Conciliazione.
O padre Lombardi especificou que serão 5 os que vão concelebrar com o
Papa no altar. Está confirmado que três deles serão o cardeal Vallini (vigário de Roma), o cardeal Stanislaw Dziwisz (arcebispo de Cracóvia e
secretário pessoal de João Paulo II) monsenhor Francesco Beschi,
bispo de Bérgamo. Os outros dois ainda não foram determinados.
À direita do altar, estarão as delegações oficiais. Segundo o Pe.
Lombardi confirmou, no dia de ontem haviam 93 delegações confirmadas,
entre países e delegações internacionais. Entre eles haverá 24 chefes de
Estado e 35 primeiros ministros.
Da América Latina estarão representados 17 países através das suas delegações.
No que diz respeito às delegações, o porta-voz do Vaticano recordou
que a Santa Sé informa que há uma celebração, mas não faz “convites
específicos”. Aqueles que vêm, fazem-no porque querem participar. Por
outro lado, de outras confissões religiosas, também se confirmou a
assistência de fieis ortodoxos, anglicanos e judeus, mas não se pode
falar de “delegações oficiais” como tal.
Voltando ao rito da canonização, o padre Lombardi explicou que o
cardeal Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos,
perguntará três vezes ao Papa se procede a canonização de João XXIII e
João Paulo II, e o faz por três vezes para destacar a importância do
fato em si. Em seguida, o Papa Francisco pronunciará a fórmula de
canonização.
As relíquias dos novos santos estarão colocadas numa mesa à esquerda
do altar. Para levar a relíquia de João XXIII estará o seu sobrinho e o
presidente da Associação João XXIII. Para a de João Paulo II ainda não
se sabe. Ambas relíquias são de primeiro grau. A relíquia do "Papa Bom" é
um pedaço de pele, que foi extraída dele no ano 2000 na exumação para a
beatificação e do Papa Wojtyla serão algumas gotas de sangue.
Ao finalizar o rito da canonização, haverá uma acção de graças do
cardeal Amato e se retomará a missa no Glória. O Evangelho do dia, será
cantado em latim e grego. Um momento importante da celebração
eucarística, será na oração do cânone dos santos, onde será mencionado
pela primeira vez São João XXIII e São João Paulo II.
Sobre a duração da cerimónia, o padre Lombardi observou que é difícil
prever exactamente, mas que provavelmente vai durar cerca de duas horas,
terminando, portanto, por volta das 12h com a oração do Regina Coeli.
Depois da Eucaristia, está previsto que o Santo Padre cumprimente as
delegações no mesmo Sagrado e não como em outras ocasiões, em que as
delegações entravam na Basílica e se cumprimentavam ali. Finalmente
Francisco passeará pela Praça com o Jeep para cumprimentar os fieis.
O padre Lombardi insistiu novamente, diante da pergunta de uma
jornalista, que não há nenhuma confirmação de que Bento XVI estará
presente na cerimónia do domingo. Está convidado, mas até o dia não
saberemos o que ele vai decidir fazer. E caso assista, perguntou outro
jornalista, decidirá o mesmo papa emérito onde ficará localizado, assim
como ele fez no Consistório para a criação de cardeais no passado mês de Fevereiro. Ainda assim, é preciso ter em conta que isso será uma
eucaristia e o consistório era outro tipo de liturgia.
Também recordou que os quadros que serão descobertos na Praça no
momento serão os mesmos usados nas beatificações. Assim como as datas de
festividade dos santos, que continuarão sendo as estabelecidas na
beatificação.
[Trad.TS]
(24 de Abril de 2014) © Innovative Media Inc.
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