A ministra de Relações Exteriores da Colômbia, Maria Ángela Holguín, conversou durante alguns minutos com Sua Santidade, o papa Francisco, sobre os avanços do processo de paz na Colômbia
Madrid, 28 de Abril de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora
A ministra de Relações Exteriores da Colômbia, Maria Ángela
Holguín, conversou durante alguns minutos com Sua Santidade, o papa
Francisco, sobre os avanços do processo de paz na Colômbia, depois da cerimónia de canonização dos papas João XXIII e João Paulo II, neste
domingo, no Vaticano.
A chanceler explicou ao Santo Padre os avanços no processo de paz.
“Ele me perguntou sobre os progressos, esperançado nos resultados, e
mandou uma saudação ao presidente Santos, esperando, igualmente, que o
processo [de paz] tenha êxito”.
Previamente, a ministra teve uma reunião de uma hora com o secretário
de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolín, com quem também tratou
do tema. “Eles [o papa e Parolín] estão acompanhando muito o processo de
paz, mandando mensagens de paz para que o processo avance”.
Sobre este encontro, a ministra revelou que o Vaticano está “bastante
informado” sobre as actuais conversações entre o governo e as FARC.
“Comentamos o tema e isso demonstra o interesse da Igreja e do Vaticano
pela Colômbia e pela solução desse conflito de tantos anos”.
“Dom Salazar certamente manda informes. Eles querem saber que
mensagens podem dar em prol da paz. Estão muito esperançados de que a
Colômbia consiga esses acordos, para podermos viver todos em paz”.
Ao tomar conhecimento das palavras que o papa lhe enviou, o
presidente Juan Manuel Santos declarou: "Essa paz vai nos permitir, se
Deus quiser, se a conseguirmos, que não haja mais vítimas, que não seja
mais preciso, no futuro, que esses heróis percam partes do corpo
defendendo os colombianos".
Santos destacou a importância das Forças Militares e dos seus
integrantes, ressaltando que a carreira é uma "pequena homenagem a todos
os que ofereceram a vida por nós".
O processo de paz, com os diálogos que acontecem em Cuba, completaram
17 meses. Na eleição presidencial deste próximo 25 de Maio, com Santos
como candidato à reeleição, o voto expressará o grau de apoio da opinião
pública ao fim do conflito armado, pelo menos com o grupo das FARC.
Na mesa de diálogo, estaria a ponto de ser finalizado o quinto item
da agenda: os cultivos ilícitos de coca. O sexto ponto será a reparação
às vítimas. Andrés París, um dos negociadores, indicou que a
“narco-guerrilha” tem a uma proposta de reparação, mas que ela "não
inclui a prisão". Devido aos crimes atrozes que as FARC cometeram, boa
parte da opinião pública quer que eles reconheçam a própria culpa e
paguem por ela. Sobre o assunto, em outubro do 2012, o guerrilheiro
Jesus Santrich foi questionado em Oslo sobre os assassinatos cometidos e
perguntado se pediria perdão. Ele foi muito eloquente: “Quizá, quizá,
quizá” [“Talvez, talvez, talvez”].
(28 de Abril de 2014) © Innovative Media Inc.
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