O Santo Padre encontra os bispos em visita ad limina. Dar a própria contribuição nos debates sobre família, matrimónio e fim da vida
Roma, 02 de Dezembro de 2013
O Santo Padre recebeu hoje os bispos holandeses, que estão
em Roma em visita Ad Limina. "Não é fácil manter a esperança nas
dificuldades que devem enfrentar”, exclamou Francisco no começo do seu
discurso.
Falando sobre a situação concreta da Holanda, o santo padre
observou que “nesta sociedade, fortemente marcada pela secularização,
incentivo vocês a estarem presentes no debate público, em todos os
ambientes nos quais está em causa o homem, para tornar visível a
misericórdia de Deus, na sua ternura para com todas as criaturas". E
lembrou que "a Igreja não se espalha por proselitismo, mas por atracção".
A partir daqui – continuou o santo padre – a importância de “animar os
vossos fieis a aproveitar as oportunidades de diálogo, estando presentes
em lugares onde o futuro é decidido; poderão assim levar a sua
contribuição nos debates sobre as grandes questões sociais relacionadas
por exemplo à família, ao matrimónio, ao fim da vida”.
É interessante notar que apenas alguns dias atrás, no país vizinho da
Bélgica, foi aprovado a extensão da lei da eutanásia aos menores de
idade, embora a proposta ainda deva ser ratificada no plenário.
Por outro lado, o papa lembrou que hoje mais do que nunca “sente-se a
necessidade de avançar no caminho do ecumenismo convidando a um
verdadeiro diálogo que procure os elementos de verdade e de bondade e
ofereça respostas inspiradas no Evangelho”. O Espírito – afirmou – nos
empurra a sair de nós mesmos para ir aos outros.
Voltando à situação da Holanda, Francisco destacou que “em um país
rico em muitos aspectos, a pobreza toca um crescente número de pessoas”.
Por isso, exortou-lhes a “valorizar a generosidade dos fieis para levar
a luz e a compaixão de Cristo nos lugares onde a esperam e
especialmente às pessoas mais marginalizadas”. Além do mais, lembrou que
o trabalho da escola católica, que dá aos jovens uma educação sólida,
continuará favorecendo sua formação humana e espiritual, em um espírito
de diálogo e de fraternidade com os que não compartilham da sua fé.
Ainda assim, o santo padre chamou a atenção para a urgência da
criação de uma pastoral vocacional forte e atraente, bem como a busca
comum de como acompanhar a maturidade humana e espiritual dos
seminaristas. Da mesma forma, ressaltou a importância de que os prelados
estejam perto do seu presbitério, disponíveis para cada um dos seus
sacerdotes para apoiá-los e guia-los quando precisem. Também lhes disse
que não podem esquecer de ir ao encontro daqueles que não se aproximam.
De um modo particular, Francisco expressou sua compaixão e assegurou
sua oração para cada uma das vítimas dos abusos sexuais e seus
familiares. Assim, o papa lhes pediu para que “continuem ajudando-as no
seu doloroso caminho de cura empreendido com valor”.
Da mesma forma, destacou que o exercício colegial do seu ministério
episcopal, em comunhão com o bispo de Roma, “é uma necessidade para
fazer crescer a esperança em um verdadeiro diálogo e uma colaboração
efetiva”. Por isso, destacou, “lhes fará bem olhar com confiança aos
sinais de vitalidade que se manifestam nas comunidades cristãs das
vossas dioceses. São sinais da presença activa do Senhor em meio aos
homens e mulheres do vosso país que esperam encontrar autênticas
testemunhas da esperança que nos faz viver, a que vem de Cristo”.
O Santo Padre destacou que a igreja, com paciência maternal" continua
seus esforços para responder às preocupações de tantos homens e
mulheres que experimentam a angústia e o desespero de cara ao futuro”.
Por outro lado, afirmou que " a antropologia cristã e a doutrina
social da Igreja fazem parte do património de experiência e de
humanidade em que a civilização europeia está fundada" e exortou-lhes a
convidar os homens a abrirem-se à dimensão de transcendência sem a qual
“uma cultura se empobrece”.
Para concluir, o pontífice agradeceu pelos sinais de vitalidade com
os que o Senhor abençoou a Igreja que está nos Países Baixos, neste
contexto “que não é sempre fácil”.
in
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