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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Novos movimentos cristãos na Europa: desafios ou oportunidades?

Conferência dos Bispos da Polónia promove reunião de bispos europeus em Varsóvia

Roma, 08 de Fevereiro de 2013

“As instituições eclesiásticas trabalham muitas vezes como se vivêssemos numa sociedade 100% cristã, coisa que faz tempo que não somos mais”, afirmou o arcebispo Józef Michalik, presidente da Conferência dos Bispos da Polónia, no último dia da reunião do Comité Conjunto da Conferência das Igrejas Europeias e do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE).

A reunião, realizada em Varsóvia, teve o tema “Fé e religiosidade numa Europa em mutação. Novos movimentos cristãos na Europa: desafios ou oportunidades?”.

“Embora o conteúdo da fé seja o mesmo, se não houver entusiasmo na transmissão do poder salvador o evangelho perde o apelo”, disse Michalik.

De acordo com o vice-presidente da CCEE, "precisamos de mais reflexão sobre a fé no contexto das mudanças em que vivemos. (...) A autêntica experiência da fé leva à conexão com a vida. A fé sem obras é morta. A fé se expressa através do amor”,  disse o arcebispo, completando: “Hoje, a Europa está em crise económica e financeira, o que, em pontos importantes, também leva a uma crise de ética, que ameaça o continente”.

Michalik considera que a solidariedade, o compromisso com os outros e a responsabilidade pelos pobres não são valores negociáveis, mas, muitas vezes, não têm força de motivação suficiente para levar as pessoas e a sociedade a se sacrificarem na prática pelo próximo. “A solução é a apresentação positiva do realismo cristão, do optimismo, do compromisso com a transformação das realidades terrenas e do senso de comunidade de fé, vivido por todos os cristãos”.

A mensagem do evangelho precisa mostrar abertura para a integração de todas as pessoas, em oposição aos grupos de interesse e ao egoísmo que caracteriza os dias de hoje. A preocupação com a ética social, com a família, com a dignidade da pessoa ainda está no coração do evangelho, ressalta o presidente da Conferência Episcopal Polaca.

Em seus discursos durante o encontro, o cardeal Angelo Bagnasco, arcebispo de Génova, e o metropolita Joseph, do Patriarcado Ortodoxo da Roménia, enfatizaram a experiência das igrejas tradicionais com os chamados "novos movimentos". O arcebispo de Southwark, dom Kevin McDonald, e a pastora Claire Sixt-Gateuille, da Igreja Reformada da França, falaram dos desafios pastorais emergentes.

Os participantes da conferência também foram informados da situação religiosa e ecuménica na Polônia pelo bispo Krzysztof Nitkiewicz, responsável pelas relações ecuménicas da conferência episcopal do país, e pelo metropolita Jeremiasz, presidente do Conselho das Igrejas da Polónia.

O encontro reuniu ainda o metropolita Emmanuel, da França, e o cardeal Peter Erdo, arcebispo de Esztergom-Budapeste e presidente da CCEE.

O Comité Conjunto da Conferência das Igrejas Europeias (KEK) é a mais alta instância de diálogo com o Conselho das Conferências Episcopais Europeias. Fundado em 1959, reúne 120 igrejas protestantes, anglicanas, ortodoxas e católicas de todo o continente, além de outras 40 organizações cristãs.

Já o Conselho das Conferências Episcopais da Europa foi estabelecido em 1971 e inclui 33 episcopados nacionais, representadas pelos respectivos presidentes, juntamente com os arcebispos de Luxemburgo, Mónaco e Chipre dos Maronitas, além do bispo ortodoxo grego de Chisinau.

O encontro foi organizada em Varsóvia a convite de Michalik, que é arcebispo de Przemysl, presidente da Conferência dos Bispos Polacos e vice-presidente da CCEE.



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