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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Milhares de famílias de todo o mundo reuniram-se com o Papa no Vaticano

O Papa, às famílias de Colón
A Santa Sé reclama uma defesa "mais vigorosa" do matrimónio heterossexual

O próximo encontro das famílias celebrar-se-á em Filadélfia (EUA) em 2015

Redacção, 04 de Fevereiro de 2013 às 16:41

Bento XVI reunir-se-á o 26 e 27 de Outubro próximo com famílias procedentes de todo o mundo, que chegarão ao Vaticano por causa do Ano da Fé e visitarão a tumba de São Pedro, informou hoje o arcebispo Vincezo Paglia, presidente do Conselho Pontifício para a Família.

Paglia informou hoje das actividades do seu dicastério depois do VII Encontro Mundial das Famílias que se celebrou em Milão em Junho do ano passado. O próximo encontro das famílias celebrar-se-á em Filadélfia (EUA) em 2015.

De 23 a 25 de Outubro, o "ministério" vaticano para a família celebrará a sua XXI Assembleia plenária, que tratará do 30º aniversário da carta dos Direitos da Família.

Em 26 e 27 desse mesmo mês, milhares de famílias de todo o mundo reunir-se-ão no Vaticano em duas jornadas de "oração, unidade e festa", segundo precisou Paglia, que assinalou que no primeiro dia as famílias se concentrarão na praça de São Pedro e no dia seguinte assistirão à missa que oficiará o Pontífice.

O evento – sublinhou - será uma ocasião de "recolhimento e orações para todas as famílias que queiram reflexionar sobre a importância da família como lugar de evangelização e berço da fé".

A Igreja está "preocupada" pela crise que atravessam o matrimónio e a família, está "surpreendida" pela "superficialidade" com a que se a acusa de "conservadora" e exige uma defesa mais vigorosa da família, afirmou hoje o "ministro" vaticano para as famílias, Vincezo Paglia.

Paglia denunciou a "forte oposição cultural" existente hoje em dia contra a família, devida ao individualismo, à solidão e o culto ao "eu".

"Numa sociedade cada vez mais individualista é muito fácil por em dúvida tanto o matrimónio como a família, levando-o até ao ponto de fazer desaparecer o significado dos termos. Se está chegando ao ponto de não reconhecer no matrimónio a raiz da família e nesta a base da sociedade", disse Paglia.

O prelado insistiu em que o matrimónio, entre um homem e uma mulher, constitui o "lugar primário de humanização do ser humano e a sociedade, o berço do amor e a vida" e que ante os ataques que sofre, a Igreja "está preocupada", sabedora de que a família e o matrimónio continua sendo "uma boa notícia" para os homens de hoje.

"Surpreende por isso a superficialidade com a que a Igreja é acusada de conservadora. Não se trata de apoiar instituições superadas, mas sim de pensar no futuro da mesma sociedade. Se algo se pode dizer é que somos conservadores do futuro, do futuro da sociedade", manifestou.

Acrescentou que família significa "casa, estabilidade, crescimento e futuro" e que por isso é "urgente" a sua "mais vigorosa" defesa para que seja colocada "e rapidamente" no centro da política, da economia e da cultura.

Paglia mostrou-se também a favor de uma nova pastoral de ajuda às famílias, para preparar os jovens para o matrimónio, acompanhar as jovens famílias e ajudar as famílias "feridas" e nos processos canónicos de nulidade de matrimónios.

O arcebispo italiano também disse, na mesma linha que Bento XVI, que não se pode assimilar o matrimónio entre um homem e uma mulher e a família a qualquer outra forma de afectos, em clara referência aos pares de facto e matrimónios homossexuais.

A este respeito, expressou o seu apoio à Igreja francesa pela sua forte oposição à aprovação dos matrimónios homossexuais por parte do governo de Francois Hollande e as manifestações contra realizadas estes dias pelos católicos gauleses.

Também reiterou a oposição da Igreja às adopções de filhos por parte de pares homossexuais, insistindo em que os filhos necessitam de um pai e uma mãe e não de um "progenitor A" e "progenitor B".

Mesmo assim criticou que cada vez se tenham menos filhos, perguntando-se que será do termo "irmão" ou "irmã" no futuro.

Também assegurou que não é suficiente "querer-se muito" para justificar o matrimónio e que por isso há que reflectir sobre as "decisões equivocadas revestidas de razão".

O matrimónio, segundo Paglia, é "muito mais". Mesmo assim, defendeu a fidelidade no par e lançando mão do futebol disse que tal como se diz "Lazio ou Roma (equipas italianas) for ever", "não se pode dizer o mesmo para a mulher ou o marido?".

O arcebispo assegurou que a Igreja continuará apoiando a família, "instituição divina que está na base da vida das pessoas, protótipo de todo o ordenamento social".

Os Encontros Mundiais da Família tem como objectivo central reforçar a instituição familiar e os seus laços nos cinco continentes.

Estas reuniões iniciaram-se em Outubro de 1994 em Roma, coincidindo com a celebração do Ano Internacional da Família declarado pela ONU.

O segundo teve lugar na cidade brasileira do Rio de Janeiro; em 2000, por causa do Ano do Jubileu, de novo as famílias reuniram-se em Roma, debaixo da epígrafe "Os filhos, primavera da família e da sociedade".

Em 2003 as famílias cristãs de todo o mundo encontraram-se em Manila, em 2006 em Valencia (Espanha), onde foi pela primeira vez Bento XVI; em 2009 na Cidade do México e em 2012 em Milão (Itália).

À capital mexicana o papa Ratzinger não pode ir por motivos de saúde, devido à altitude da capital mexicana, ainda que tenha intervindo por videoconferência e anunciou Milão como etapa seguinte. O próximo encontro será em Filadélfia em 2015.

(RD/Agencias)


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