A palavra “unidade”
suscita-nos várias ideias: 1) união, mas não uniformidade ou cópia; 2) individualidade,
mas não isolamento; 2) colaboração, mas inteligente; 3) obediência, mas sem
servilismo; 4) disciplina, mas não rigidez. Tentaremos explicar-nos melhor.
1) União sem uniformidade. É a base de
trabalho das empresas de sucesso: possuir um objetivo comum - união - a ser
executado por pessoas com várias funções ou competências - diversidade. Sem a
diversidade, uma máquina ou robot seria suficiente. Mas uma empresa necessita
sempre de pessoas capazes de inovar, e adaptar, e inovar. A família é um bom
exemplo de empresa com sucesso, além de ter as melhores condições para formar pessoas
capazes de trabalhar em empresas.
2) Individualidade sem isolamento. A necessidade de um
companheiro ou colaborador é inerente à natureza do homem. Faz-lhe falta como
amigo, companheiro, e, como ajuda no
trabalho, colaborador. Bom é se os
dois papéis se podem encontrar na mesma pessoa. Este é o caso da vida de
família, como exemplo positivo. No extremo oposto, encontramos a ideologia da
luta de classes, seja ela entre patrões e empregados, homens e mulheres, jovens
e idosos, saudáveis e doentes..., governantes e governados. O inimigo não está
no indivíduo, mas no egoísmo, na inveja, na ambição, na prepotência, na
corrupção, na mentira... Importam, isso sim, as virtudes, pois são elas o
antídoto contra o isolamento, esse modo estéril de estar.
3) Obediência, sim. Servilismo,
não. Nem sempre é necessário, ou útil, conhecer a razão da obediência, mas
convém explicá-la quando for possível. Se uma catástrofe está iminente
(incêndio, maremoto...) todos devem obedecer às orientações dos profissionais
(bombeiros, médicos, polícias, soldados...). É essa unidade de comportamentos
que pode aumentar o número de sobreviventes. Nada tem a ver com o servilismo
que consiste em aceitar fazer tudo o que é mandado sem levar em conta a bondade
ou maldade da ordem. A menor cedência no mal arrasta qualquer jovem para uma
torrente, cada vez mais caudalosa, de más ações: a traquinice de esvaziar um
pneu, leva ao furto de uma bicicleta, à participação no assalto a uma bomba de
gasolina, ao rapto de uma pessoa, à falsificação de documentos, ao tráfego de
droga..., ao assassinato. As amizades, os empregadores, os fornecedores, os
professores, os políticos, os namorados, os esposos... devem ser bem escolhidos
e eleitos. Quem é capaz de tornar os outros felizes? Não serão apenas aqueles
que amam o bem e a verdade e se esforçam por nunca esquecer
o uso destes “ingredientes” em todos os momentos da sua vida, seja no âmbito
profissional, familiar, desportivo, de amizades, de doença, de luto, de
partilhas, de sucesso, etc.? Face à injustiça e à corrupção, a coragem e a
fortaleza são as virtudes da unidade.
4) Disciplina sem rigidez. A disciplina nunca
deve ser uma virtude isolada, pois destina-se a tornar a pessoa livre, isto é,
capaz de fazer o que quer. O médico, o trapezista, o matemático, o cientista, o
pai, a mãe..., se querem estar preparados para cumprir com as suas obrigações
profissionais, familiares, sociais, de cidadania, de amizade..., necessitam ter
consciência (e experiência), da necessidade de dominar as suas tendências e
apetites para prepararem e desenvolverem bem as suas capacidades intelectuais,
físicas, anímicas. Sem essa preparação, não conseguirão suportar a visão de
sangue, a vertigem dos voos em altura, as horas de concentração para resolver
problemas matemáticos, a persistência na busca perante o aparente insucesso nos
trabalhos de pesquisa e, sobretudo, a enorme disciplina escondida em cada gesto
das pessoas que se empenham em manter a união familiar com a fortaleza e
ternura próprias de um verdadeiro lar.
Ajudarão estas ideias a alcançar a paz na família, no trabalho..., no mundo?
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