Na Papua-Nova Guiné
O Papa Francisco sublinhou, perante os responsáveis políticos da Papua-Nova Guiné, este sábado, 7 de setembro, que os vastos recursos naturais devem beneficiar “toda a comunidade”, um apelo com um forte vínculo politico num país onde muitos acreditam que as riquezas estão a ser desperdiçadas ou roubadas, relatou a agência UCA News.
Na sua segunda etapa de uma longa visita a países asiáticos e da Oceânia, incluindo Timor-Leste, Francisco vincou que os bens no país “são destinados por Deus a toda a comunidade”, perante uma plateia de políticos, diplomatas e líderes empresariais.
No encontro que teve lugar no primeiro dia completo da sua visita à nação do Pacífico Sul, o Papa disse que mesmo que “peritos externos e grandes empresas internacionais tenham de estar envolvidos na exploração destes recursos”, não devem ser os únicos a beneficiar.
Como recorda a UCA News, a Papua-Nova Guiné tem vastas reservas de ouro, cobre, níquel, gás natural e madeira que atraíram o investimento de empresas multinacionais. Há décadas que as terras altas da Papua-Nova Guiné estão salpicadas de vastas minas geridas pelo Canadá, Austrália e China. Mas uma em cada quatro pessoas vive abaixo do limiar da pobreza e pouco mais de 10 por cento das casas têm eletricidade.
Os comentários do Papa devem pressionar o Governo da Papua.Nova Guiné e poderão encorajar milhões de católicos a exigir reformas económicas, antecipa a UCA News.
“É justo que as necessidades da população local sejam devidamente tidas em conta aquando da distribuição dos lucros e da contratação de trabalhadores para melhorar as suas condições de vida”, afirmou o Papa Franciso, na presença do cardeal Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização dos Povos do Vaticano, e o cardeal John Ribat, arcebispo de Port Moresby.
“Por vezes esquecemo-nos de que os seres humanos precisam de mais do que apenas as necessidades da vida”, disse Francisco, acrescentando: “Precisam também de uma grande esperança nos seus corações.” “Esta esperança permite-lhes viver plenamente, dá-lhes entusiasmo e coragem para empreender projectos de grande envergadura e permite-lhes elevar o olhar para vastos horizontes”, completou Francisco.
Uma mulher colocou as mulheres no centro
Num encontro com religiosos e religiosas, uma mãe solteira de três raparigas, Grace Wrakia, apontou a conversa para dentro, centrando-se nos desafios da Igreja Católica quando se trata de apreciar o papel dos leigos, especialmente das mulheres, registou a reportagem do National Catholic Reporter.
Grace Wrakia, que é uma delegada ao Sínodo em curso no Vaticano sobre sinodalidade, descreveu a sua experiência em Roma, na assembleia de 2023, que durou um mês, como uma das maiores honras da sua vida.
O relatório final de síntese dessa reunião descreveu a expansão da liderança das mulheres na Igreja como uma necessidade “urgente”, e Wrakia disse que, quando regressou a casa depois do sínodo, foram as religiosas e as leigas as primeiras a querer saber da experiência.
Agora, com o Papa na sua própria casa, esta mulher falou-lhe diretamente sobre os desafios que subsistem.
Embora o sínodo lhe tenha dado voz, Grce não tinha a certeza de como essa experiência se traduziria na igreja local — embora queira manter-se esperançada, especialmente quando se trata de ouvir a voz dos leigos, e o seu desejo de ver mais padres a agir como “líderes servidores” e “colaboradores”.
Os cristãos constituem 90 por cento dos cerca de 11,8 milhões de habitantes do país. As denominações não católicas dominam, constituindo 64 por cento, com os católicos a constituírem 26 por cento ou cerca de 3,1 milhões.
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