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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Papa contacta com a minoria católica em ambiente culturalmente muçulmano

Início da visita à Indonésia

 | 3 Set 2024

Depois de uma longa viagem de 13 horas o Papa Francisco chega a Jacarta (Indonésia). Foto: Vatican News

 

O Papa Francisco dá início esta quarta-feira, 4 de setembro, ao programa oficial da sua visita apostólica à Indonésia com uma receção no palácio presidencial de Jacarta, onde decorrerá a cerimónia de boas vindas e durante a qual discursará.

Depois de uma longa viagem de 13 horas, entre Roma e Jacarta, onde chegou a maio da manhã desta terça-feira (4.30h em Portugal), o Papa não tinha compromissos marcados, pelo que dedicou o resto do dia a descansar. Ainda assim, depois de ter sido recebido no aeroporto de Jacarta pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e por crianças vestidas com trajes tradicionais, o Papa dirigiu-se à Nunciatura Apostólica, onde se encontrou com um grupo de doentes, migrantes e refugiados acompanhados pela Comunidade de Santo Egídio e pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados.

No trajeto para a capital da Indonésia, o Papa sobrevoou o Irão, tendo aproveitado para enviar ao presidente do país uma mensagem de saudação, na qual aludiu às suas preocupações com a paz no mundo.

Durante o voo, Francisco voltou a percorrer o corredor do avião para saudar cada um dos 80 jornalistas que o acompanham, comentando que esta é a viagem mais longa que fez até ao presente. Alguns profissionais da informação aproveitaram a oportunidade para entregar presentes ou mensagens ao bispo de Roma. Segundo relata o Vatican News, Clément Melki, correspondente da agência francesa AFP, por exemplo, deu ao Papa uma tocha usada pelos migrantes para serem intercetados e salvos na travessia do Mediterrâneo. Trouxera-a de uma reportagem de duas semanas a bordo do navio “Mar Jonio”, ao serviço da ONG SOS Méditerranée. Isso fica no meu coração”, comentou Francisco, em resposta.

Depois da cerimónia de boas vindas, o Papa encontrar-se-á, perto da hora de almoço, com os seus colegas Jesuítas que trabalham naquele país asiático, como é habito fazer em todas as suas viagens.

De tarde, segue-se um encontro com o episcopado indonésio e membros do clero e institutos religiosos, assim como seminaristas e catequistas. O encontro será na catedral de Nossa Senhora da Assunção.

Pelas 17.30h locais, o programa da visita apostólica encerra com um encontro com jovens das Scholas Occurrentes, onde, a exemplo do que fez na viagem a Portugal, na JMJ, dará um contributo final para a obra de arte coletiva “Poliedro do Coração”, evocativa da diversidade cultural e religiosa do país, elaborado por cerca de milhar e meio de jovens de diferentes partes da Indonésia.

Com cerca de 275 milhões de habitantes, 87 por cento muçulmanos (é mesmo o país do mundo com mais muçulmanos), a Indonésia é também o maior arquipélago do mundo, com mais de 17.500 ilhas, das quais apenas um pouco mais de 6.000 são povoadas.

O cristianismo terá chegado a esta região ainda no séc. VII, através dos nestorianos, mas foi só no século XVI que os portugueses e espanhóis iniciaram a evangelização do país, nomeadamente S. Francisco Xavier que continua a ser uma figura de grande veneração.  No início do séc. XVII, os holandeses expulsaram os missionários católicos e difundiram o protestantismo calvinista. Os missionários católicos só no início do séc. XIX voltaram à região.

Hoje, como o SETEMARGENS dava conta, ganham evidência e dão testemunho as pequenas comunidades – na forma das comunidades eclesiais de base – a que chamam na língua local, lingkungan.

(Informação complementar aqui).



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