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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Nasce a Fundação Economia de Francisco, para levar mais longe o movimento iniciado pelo Papa

Cinco anos depois

 | 24 Set 2024

Papa durante o encontro da Economia de Francisco que decorreu em Assis, 2022

O Papa participou no primeiro grande encontro de jovens da Economia de Francisco, que decorreu em Assis em 2022. Foto © Rita Sacramento Monteiro

Corria o ano de 2019 quando o Papa apelou aos jovens economistas, empresários e empreendedores de todo o mundo para iniciarem um processo de construção de uma economia capaz de colocar no centro a dignidade humana, os mais frágeis e o cuidado com a criação. Nascia então o movimento Economia de Francisco (EoF, na sigla em inglês), que não só não morreu entretanto, como se multiplicou em iniciativas e acaba de dar origem a uma fundação: a Fundação Economia de Francisco, que pretende levar ainda mais longe a missão confiada pelo Papa há cinco anos.

Foi o próprio Papa Francisco que “orientou e inspirou” a criação desta fundação, confiando ao bispo de Assis, Domenico Sorrentino, e aos membros do Comité EoF, Luigino Bruni e Francesca Di Maolo, a tarefa de salvaguardar o “processo iniciado, definindo a nova estrutura organizacional que funcionará como centro de coordenação e animação de tudo o que a Economia de Francisco já vive nas empresas, nas universidades, no mundo”. O organismo contará com o apoio do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, informa a diocese de Assis em comunicado enviado ao 7MARGENS nesta terça-feira, 24 de setembro.

Depois de alguns meses de trabalho, escuta e discernimento, o ato fundador do novo organismo teve lugar na segunda-feira, 23, na presença dos três responsáveis, os quais se encontrarão com o Papa esta quarta-feira. Para além dos elementos da direção, a audição com Francisco contará com a presença de um grupo de apoiantes, especialistas e jovens de mais de trinta nacionalidades, envolvidos nos vários órgãos da Fundação, e que constituem a assembleia de participação, já em funcionamento para determinar o plano de atividades e objetivos.

Francesca Di Maolo, Luigino Bruno e mons. Domenico Sorrentino, una dei tre con il notaio Dott.ssa Elisabetta Carbonari na criação da Fundação Economia de Francisco

Francesca Di Maolo, Luigino Bruno e o bispo Domenico Sorrentino com a notária Elisabetta Carbonari (ao centro), após a formalização oficial da Fundação Economia de Francisco, esta segunda-feira, 23 de setembro. Foto © Diocese de Assis

Entre os principais objetivos da recém-criada Fundação, incluem-se “promover e organizar iniciativas e atividades nos domínios cultural e espiritual, investigação científica, formação interdisciplinar, negócios e inovação; promover a consciência e a responsabilidade para uma vida económica e empresarial em nome do desenvolvimento humano integral; e incentivar experiências e percursos culturais, académicos, editoriais e empreendedores”.

“Com o estabelecimento formal da Economia de Francesco, entramos no centro de uma viagem que nunca parou. A partir de hoje, os jovens da EoF – explica o bispo de Assis e presidente da Fundação, citado no comunicado – tornam-se oficialmente protagonistas deste caminho que visa entrar nas universidades, nas empresas e no mundo da cooperação para que a cultura económica dominante dê lugar a um novo pensamento que se preocupa com a pessoa, com os seus carismas, com o ambiente e com o território, e não com o mero lucro”.

E acrescenta: “É hoje claro para todos que o cuidado e o envolvimento ativo dos trabalhadores e a salvaguarda da casa comum são elementos que nem os empresários podem ignorar. A tarefa da EoF é precisamente esta: compreender e difundir um pensamento económico diferente que englobe os valores da proximidade, circularidade, subsidiariedade, ética, fraternidade e equidade”.

A satisfação com esta nova etapa é também manifestada pelo vice-presidente da Fundação, o economista Luigino Bruni. “Estamos muito felizes por podermos dar o nosso contributo concreto e subsidiário aos jovens que responderam ao apelo do Papa Francisco, e apoiar as ‘visões’ dos jovens com os nossos ‘sonhos’ de adultos”. Mais de cinco anos após o lançamento da EoF, hoje há necessidade de uma segunda geração de jovens economistas que continuem a corrida para uma nova economia, ao lado dos jovens que já concorrem: a Fundação é uma ajuda concreta para isso”, conclui.

Recorde-se que têm sido inúmeras as iniciativas do movimento EoF, envolvendo milhares de jovens de todo o mundo, incluindo como encontros, conferências, publicações, projetos de investigação, e mais recentemente ações de luta pela paz [ver 7MARGENS]. Para esta quarta-feira, às 17 horas de Lisboa, está agendado um encontro online, no qual será apresentada a nova Fundação.



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