A expressão é do Papa Francisco, que nesta manhã, nos
chega no término da sua viagem ao Japão:
“É a primeira vez no Vaticano que a panela é
destampada a partir de dentro, não de fora. De fora tantas vezes… Isso
foi-nos dito tantas vezes e nós com tanta vergonha…”, afirmou
sobre os escândalos de corrupção envolvendo as Finanças da Santa Sé.
Francisco precisou que a denúncia sobre corrupção
ligada à compra de imóveis em Londres, com dinheiro do chamado ‘Óbolo de São
Pedro’ (donativos de organismos episcopais e católicos de todo o mundo)
partiu dos próprios responsáveis pela supervisão financeira da Santa Sé, a
quem sugeriu que fizessem a denúncia junto das autoridades judiciais do
Estado da Cidade do Vaticano. A investigação foi realizada em cinco
escritórios e, apesar da presunção de inocência, indicou o Papa, “existem
capitais que não são bem administrados, também com corrupção”.
Na viagem de regresso ao Vaticano, Francisco
manifestou ainda a sua preocupação com crises políticas em Hong Kong e na
América Latina, apelando à pacificação destes territórios.
O Papa sublinhou
que se vive um clima “geral” de instabilidade, dos “coletes amarelos” na
França à Nicarágua, passando pelo Chile.
“O que faz a Santa Sé face a isto? Apela ao
diálogo, à paz, mas não é só Hong Kong, há várias situações com problemas que
não sou capaz de avaliar neste momento. Eu respeito a paz e peço paz para
todos estes países que têm problemas, incluindo a Espanha”, acrescentou.
O dia ficou ainda marcado pela intenção do Papa
em consagrar a proibição de uso e pose de armas nucleares no Catecismo da
Igreja Católica.
“O uso das armas nucleares é imoral, por isso
deve ser introduzido no Catecismo da Igreja Católica; e não somente o uso,
mas também a posse, porque um acidente, ou a loucura de algum governante, a
loucura de um só pode destruir a humanidade”, referiu
aos jornalistas, no voo entre Tóquio e Roma, após uma viagem
de sete dias à Ásia, com passagens pela Tailândia e o Japão.
Por cá a Comissão Nacional Justiça e Paz antecipa o Dia
Internacional Contra a Corrupção, que se assinala a 9 de dezembro, e pediu às
pessoas a sua recusa perante “qualquer colaboração” em atividades ilícitas.
“Aos cidadãos em geral cabe um papel de recusa de
qualquer colaboração na corrupção, de denúncia do fenómeno e, sobretudo, de
difusão de uma cultura de honestidade e de serviço ao bem comum”, lê-se na nota
enviada hoje à Agência ECCLESIA.
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quarta-feira, 27 de novembro de 2019
«Destapar a panela»
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