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domingo, 10 de novembro de 2019

«Combate à pobreza, não aos pobres»

Em dia de canonização do Frei Bartolomeu dos Mártires, começo estas linhas pela conferência anual da Comissão justiça e Paz e pelo apelo que Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa deixou:

“O combate deve ser à pobreza, não aos pobres”.
A pobreza que a Assembleia da República reconheceu, unanimemente, como um ataque aos direitos humanos, continua a encher documentos mas não se reflete em ações que reconheça a dignidades de todos.
O cardeal de Barcelona, D. Juan José Omella criticou a Europa indiferente.
“Perante a avalanche de imigrantes na Europa, o que vamos fazer? Ninguém os quer. Não podemos socorrer todos sem saber onde os colocamos. Mas o que estamos a fazer para que não tenham de sair? Quantos países cumprem o compromisso de dar uma percentagem da sua riqueza para os países mais pobres? E como invertemos isso?”, questionou.
D. Juan José Omella indicou que os pobres vivem hoje nas prisões, “que não são estabelecimentos de inserção, mas escolas de crime”, “estão nas periferias”, “são vítimas de desastres naturais”, perseguidos por questões religiosas, vitimas de violência, “seres humanos que não nascem”, são crianças abandonadas nas ruas, “são os que sofrem com a precariedade laboral e existencial”.
O arcebispo indicou a necessidade de “atacar e denunciar as causas da pobreza” e afirmou ainda que o “ativismo social não pode fazer esquecer a vocação cristã, caso contrário a Igreja transforma-se numa ONG”.
No Vaticano o Papa Francisco entregou este sábado o «Nobel» da Teologia ao professor canadiano CharlesTaylor e teólogo africano Paul Béré, a quem lembrou o dever da Teologia:
“O dever da Teologia é permanecer em diálogo ativo com as culturas, mas é também uma condição necessária para a vitalidade da fé cristã e a missão de evangelização da Igreja”.
A atribuição do prémio foi também ocasião para lembrar o Papa emérito Bento XVI e agradecer o seu “estudo, reflexão, escuta, diálogo e oração sempre à procura de um maior encontro com Deus”, afirmou.
Francisco recordou que, traduzido no “desejo de Joseph Ratzinger”, a procura pela verdade “sempre integra razão e fé, inteligência e espiritualidade”.
Neste dia as atenções voltam-se para a Sé de Braga, local onde às 15h30, vai ser lido o decreto de canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires, novo santo português canonizado pelo povo há muitos anos, mas que agora é reconhecido mundialmente.
Se ainda não teve ocasião de conhecer melhor esta figura do século XVI que antecipou as mudanças que a Igreja necessitava, apenas consagradas 400 anos depois no Concílio do Vaticano II, pode encontrar todas as informações mais relevantes neste trabalho do jornalista Luís Filipe Santos.
Um bom domingo e um dia feliz!


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