Neste mês de Novembro, dedicado às almas faz-nos bem
pensar em Eternidade, essa realidade que nos espera quando partirmos para a
Pátria Celeste. O Papa Bento XVI definia Eternidade como o instante de
satisfação, onde a Totalidade nos abraça e nós abraçamos a Totalidade.
Onde quer que se esteja, seja qual for o nosso
trabalho, temos de pensar que o fazemos para Deus e se tivermos de cumprir
qualquer missão, por mais difícil que seja poderemos sempre pedir a ajuda do
alto para no dia da nossa partida podermos dizer – missão cumprida.
O Papa Francisco anunciou assim o sínodo dos bispos
que terminou a 28 de Outubro:
“É-me grato anunciar-vos que em Outubro de 2018 se
celebrará o Sínodo dos Bispos sobre o tema «Os jovens, a fé e o discernimento
vocacional». Eu quis que vós estivésseis no centro da atenção, porque vos trago
no coração”
O Papa afirma que os jovens devem ser levados a sério
e convida-os a tomar um papel activo na sociedade com a certeza fundamental que
Deus ama a todos e a cada um dirige pessoalmente uma chamada. Os jovens devem pedir
aos adultos para estarem a seu lado e os ajudarem nas escolhas importantes.
Vários conselhos foram dados na preparação deste
sínodo:
- Defender a dignidade da mulher. Qualquer uma e todas são filhas de Deus.
- Falar, pedir conselho, principalmente quando as dúvidas apertam, pois é terrível deixa-las crescer. Para isso é preciso haver pessoas capazes e bem preparadas para saber ouvir e falar.
- Usar a cabeça, o coração e as mãos, ou seja, pensar bem, saber sentir, educar os afectos e meter mãos à obra aproveitando os dons de cada um ou cada uma.
- Procurar o apoio de uma comunidade que ame a verdade, pratique a justiça e a paz. Devemos compreender e amar os jovens, nunca teme-los, devemos mostrar-lhe que não estão sós.
- Formar-se bem, harmonizando quatro aspectos: espiritual, intelectual, comunitário e apostólico. Para amadurecer, crescer sem desvalorizar qualquer deles. Para quem tem filhos educa-los bem, sem hiperprotecção que os tornará imaturos, sem saber discernir o bem do mal.
A formação no discernimento é fundamental diz o Papa:
“Discernir, qual é a voz do Senhor, qual é a voz de Quem nos conduz à
Ressurreição, à Vida, e a voz que nos livra de cair na cultura da morte”.
O Evangelho da Missa desse domingo, 28 de Outubro,
falou da cura do cego Bartimeu, e para que ele descobrisse Jesus, que passava,
foi preciso ouvir o ruído da multidão, que entretanto lhe dizia para não
incomodar o Senhor quando este cego não parava de gritar: “Filho de David tem
piedade de mim”. Foi também essa mesma multidão que lhe transmitiu o chamamento
de Jesus a Bartimeu que atirou fora a capa e deu um salto para depressa se
aproximar do Mestre. Todos nós e principalmente os jovens devemos pedir como
Bartimeu: “ Mestre que eu veja”.
Depois, tendo
sabido desprender-nos do que nos prende, das nossas capas, pediremos: Mestre
que eu seja.
Procuremos,
nunca perder o ponto de vista sobrenatural, vendo Deus por detrás de cada
acontecimento, seja ele agradável ou desagradável. Falar com Deus, não nos
produzirá nenhuma deformação psicológica, e para qualquer cristão deve ser tão
natural como o bater do coração, como dizia S José Maria.
Santa Teresa de
Ávila queixava-se a Deus de muitos padecimentos que tinha, e com amor dizia-Lhe:
agora sei porque tens tão poucos amigos!
Os padres sinodais numa carta aos jovens
diziam que a Igreja e o Mundo precisam urgentemente do entusiasmo dos jovens e
que deveriam ser “companheiros de estrada dos mais frágeis, dos pobres, dos
feridos pela vida. Vocês são o presente, sejam o futuro mais luminoso”. Também nós,
os adultos que não queremos um espírito velho, devemos ser luz e não trevas
pensando na eternidade.
Maria Teresa Conceição
professora aposentada
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