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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Portugal e o Ensino em Casa

Ensino em Casa ou homeschooling é uma prática de ensino leccionado no domicílio do aluno, por um familiar ou por pessoa que com ele habite, e que se torna responsável pela acção educativa.
Esta modalidade de educação domiciliar, onde a instrução é dada em família e não nas escolas, tornou-se um fenómeno social com mais de dois milhões de estudantes e com uma taxa de crescimento anual entre os 7 e os 15%.
Nasceu nos Estados Unidos, na década de sessenta, está legalizada e é muito comum em países como Estados Unidos, Áustria, Bélgica, Canadá, Austrália, França, Noruega, Portugal, Rússia, Itália e Nova Zelândia, o que significa que, sendo a escolaridade obrigatória, as crianças não têm forçosamente que frequentar uma escola pública ou privada.
Nas últimas décadas, esta preferência foi muito procurada, em consequência de uma consciência da importância da educação em casa bem inserida na comunidade e dos vários aspectos negativos que o ensino público apresenta, como a agressividade na dinâmica social do ambiente escolar, o receio de perigos como drogas, bullying, sexualidade precoce, violência psicológica e constantes ataques aos valores morais, culturais, ideológicos e religiosos.
Portugal, está a presenciar um aumento de famílias empreendedoras que assumem a educação dos seus filhos de forma mais integral. Em 2012 eram 63 as crianças matriculadas em Ensino Doméstico, atualmente são 909. Estas famílias de forma ponderada avaliaram a situação e optaram por uma modalidade de ensino com resultados académicos semelhantes ou mesmo superiores aos alunos que frequentam a escola.
Contudo, não são só os resultados académicos que fazem optar as famílias pelo Ensino em Casa. O Ensino em Casa é uma oportunidade excelente de crescimento familiar com reflexos positivos em toda a sociedade. Estudos, realizados concluiram que os alunos do ensino domiciliar têm resultados satisfatórios, em geral acima da média, um excelente desenvolvimento social, emocional e psicológico, com uma boa “interação com pares”, “boa autoestima”, “capacidade de liderança”, “coesão familiar” e “participação em serviços comunitários”.
Ainda que não frequentem a escola publica, a sua capacidade de sociabilização não é inferior aos outros, na medida em que os pais com crianças em ensino doméstico, procuram inscrevê-los em actividades extra (desporto, música, informática, línguas, escutismo, etc.), não só para poderem aprender outros conteúdos, mas sobretudo para terem oportunidade de estarem com outras crianças da sua idade, relacionando-se com elas, partilhando experiências e adquirindo competências sociais.
Também as famílias que praticam o ensino em casa estão conectadas umas com as outras através das redes sociais (fóruns, blogues, sites e grupos do Facebook), boletins, reuniões, excursões com quem partilham dúvidas, dificuldades e actividades.
A responsabilidade de educar compete primordialmente aos pais, assiste à família, como sustentáculo do desenvolvimento da personalidade e da cidadania dos seus membros, o direito de enquadrar a educação dos seus filhos nos princípios e nos valores que perfilham.
Nalguns círculos é frequente o debate sobre o que é ser magnânimo ou grandioso, concluindo-se que única grandiosidade verdadeira traduz-se no crescimento espiritual das pessoas e não em termos materiais, a única grandiosidade possível é a pessoal e é isso que os líderes fazem: educam as suas pessoas, ajudam-nas a crescer, a serem magnânimas e a encontrar sentido para as suas vidas.
E é este um exemplo de modelo formativo que se procura fazer no Ensino em Casa, com muito tempo, dedicação, trabalho e consciencialização e amor.
Maria Susana Mexia



2 comentários:

  1. Artigo muito bom e interessante! Há estudos feitos no Canadá com universos significativos de jovens adultos que foram educados em ensino doméstico comparativamente a jovens adultos que frequentaram a escola, e a percentagem dos que foram educados em ensino doméstico que em adultos se sentem completamente felizes é substancialmente maior do que essa percentagem entre os que frequentaram escolas! Apostemos na maior felicidade futura das gerações de estudantes de hoje. O ensino doméstico tem dado provas a esse favor!

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  2. Como era bom o Estado apostar neste tipo de ensino e apoiar as famílias de forma concreta.

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