Páginas

sábado, 18 de abril de 2015

Terra e comida para todos: uma meta ainda a ser conquistada

Esse foi o tema de discussão na apresentação do livro editado pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz, no qual se propõem soluções para uma distribuição mais equitativa dos recursos alimentares no mundo


Roma, 17 de Abril de 2015 (Zenit.org)


A crise alimentar e, particularmente, agrícola, é o assunto tratado no livro “Terra e cibo” (Terra e alimentação), editado pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz e apresentado ontem na Rádio Vaticano.

O professor Mario Lubetkin, director de comunicações da FAO, explicou como – depois de várias reuniões, incluindo Roma 1996 e Rio 2012 – o ano de 2015 "também marca o fim do ciclo das Metas do Milénio e o início de uma nova era, aquela dos Objectivos do desenvolvimento sustentável".

Apesar dos progressos evidentes contra a fome no mundo, particularmente na América Latina e na Ásia, ainda há muito a ser feito e, apesar da comida na terra ser “suficiente para alimentar a todos", ainda existem 800 milhões de pessoas que "não têm acesso ao mercado", disse Lubetkin.

Por sua vez o Bispo Mario Toso, ex-secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz, hoje bispo de Faenza-Modigliana, ressaltou que, embora o direito à alimentação seja "sancionado pelas leis internacionais, não é questão prioritária” para os governos.

"A falta de adequadas políticas económicas, fiscais e de crédito - disse o prelado - com a consequente falta de infra-estrutura de armazenamento, transporte e comunicação são também a origem do enfraquecimento da agricultura em muitos países".

Para garantir o acesso universal à alimentação, é necessário, portanto, vencer as "concentrações oligopolistas, as novas formas de latifúndio e de colonialismo, as novas ideologias que absolutizam técnica, consumo, mercado, lucro a curto prazo, investimentos privados, natureza, respeito à vida humana”.

O ensaio editado pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz "é inspirada na fé cristã, na Bíblia e na doutrina social da Igreja para fazer derivar novos guias e regras de ação", disse, em conclusão, o Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, presidente do departamento do Vaticano.

Sem comentários:

Enviar um comentário