Em vista do referendum de maio, sobre a legalização dos matrimónios homossexuais, o primaz, mons. Martin, pede a liberdade de expressão para expressar os pontos de vista da Igreja
Roma, 05 de Janeiro de 2015 (Zenit.org)
A Igreja da Irlanda não quer se impor sobre a legalização
dos matrimónios homossexuais no país, mas sim, abrir-se a um debate
aberto para poder expressar pacificamente a própria opinião em vista do
referendum marcado par ao próximo mês de Maio.
"Acreditamos que temos algo a dizer sobre o assunto e nós
gostaríamos de fazê-lo livremente na arena pública", disse o primaz
irlandês mons. Eamon Martin, arcebispo de Armagh, em uma entrevista à
revista católica Inglesa The Tablet.
Falando sobre os desafios e as mudanças em curso na Igreja local, o
prelado pediu um debate livre para ouvir as vozes a favor e contra. Esta
intenção - disse Martin - deve traduzir-se numa discussão "sem
insultos, injúrias ou ofensas contra ninguém, tanto de pessoas
homossexuais, como de fieis que se opõem à mudança proposta, porque, em
essência, seria uma redefinição do matrimónio".
Na verdade, destacou o arcebispo, “também o ponto de vista da Igreja,
sobre o matrimónio como união exclusiva entre um homem e uma mulher,
aberto à procriação, não é totalmente aceito por muitas pessoas”, mas
deve ser, de todas formas, ouvido, porque busca o bem comum e,
especialmente, “o bem das crianças e da sociedade como um todo”.
Exactamente um mês atrás, no dia 4 de Dezembro de 2014, os bispos
irlandeses tinham reiterado a sua posição em vista do referendum de
maio, apresentando um documento pastoral sobre o significado do matrimónio, distribuído para cerca de 1.300 paróquias.
No texto, os bispos explicavam que a única definição possível do matrimónio, enraizada profundamente em toda cultura, é “complementar
relação entre homem e uma mulher, a única que permite a procriação e a
educação da prole”. Com isso – explicavam – não queriam “excluir ou
penalizar ninguém”, mas, simplesmente afirmar o que está escrito na
mesma natureza.
"Redefinir a natureza do matrimónio significa destruir a espinha
dorsal da sociedade", afirmava também o Episcopado Irlandês no
documento, explicando que com a legalização dos matrimónios gays não
está em jogo somente a “igualdade ou a diferença entre uma visão
religiosa e uma visão civil do matrimónio”, mas sim a “sua mesma
natureza e a importância que a sociedade atribui ao papel das mães e dos
pais na educação dos filhos”.
(05 de Janeiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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