Papa insiste que "não há futuro sem paz". Em seguida, revela os nomes dos 15 cardeais do Consistório de 14 de Fevereiro
Roma, 05 de Janeiro de 2015 (Zenit.org)
Apresentamos as palavras do Papa Francisco pronunciadas antes da recitação do Angelus neste domingo (04), na Praça de São Pedro.
Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Um bonito domingo nos dá o novo ano! Um lindo dia!
São João diz no Evangelho que lemos hoje: "Nele havia a vida, e a
vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não
compreenderam... O Verbo era a verdadeira luz que, vindo ao mundo,
ilumina todo homem"(1; 4-5, 9). Os homens falam tanto da luz, mas muitas
vezes preferem a tranquilidade enganadora da escuridão. Falamos muito
de paz, mas muitas vezes recorremos à guerra ou escolhemos o silêncio
cúmplice ou não fazemos nada de concreto para construir a paz. De facto,
diz São João: "veio para o que era seu, mas os seus não o receberam"
(João 1; 11); porque “é este o julgamento: a luz - Jesus - veio ao
mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas
obras eram más. Todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a
luz, para que suas obras não sejam reprovadas"(João 3;19-20). É o que
diz o Evangelho de São João. O coração do homem pode recusar a luz e
preferir a escuridão, porque a luz revela suas obras más. Quem pratica o
mal, odeia a luz. Quem pratica o mal, odeia a paz.
Começamos há poucos dias o novo ano em nome da Mãe de Deus,
celebrando o Dia Mundial da Paz sobre o tema "Não mais escravos, mas
irmãos". O meu desejo é que se supere a exploração do homem pelo homem.
Esta exploração é uma praga social que mortifica as relações
interpessoais e impede que haja uma vida de comunhão marcada pelo
respeito, pela justiça e pela caridade. Todos os homens e todos os povos
têm fome e sede de paz; para isso é necessário e urgente construir a
paz!
A paz não é apenas a ausência de guerra, mas uma condição na qual a
pessoa humana está em harmonia com ela mesma, em harmonia com a natureza
e em harmonia com os demais. Esta é a paz. No entanto, calar as armas e
apagar as chamas de guerra continua a ser a condição inevitável para
começar um percurso que leva à conquista da paz nos seus diferentes
aspectos. Penso nos conflitos sangrentos em tantas regiões do planeta,
nas tensões nas famílias e comunidades -em tantas famílias, em tantas
comunidades, mesmo paroquiais, há guerra!- bem como nos contrastes em
nossas cidades e em nossos países, entre diferentes grupos culturais,
étnicos e religiosos. Precisamos nos convencer, apesar das aparências
contrárias, que a concórdia é sempre possível, em todos os níveis e em
todas as situações. Não há futuro sem propósitos e projetos de paz! Não
há futuro sem paz!
Deus, no Antigo Testamento, fez uma promessa. O profeta Isaías diz:
De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma
nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais
para a guerra (Is 2; 4). É belo! A paz é anunciada como dom especial de
Deus no nascimento do Redentor: "Na terra paz aos homens que Deus ama"
(Lc 2,14). Este dom deve ser implorado incessantemente na oração.
Lembremo-nos, aqui, na Praça, o aviso: "Na raiz da paz está a oração".
Este dom deve ser implorado e deve ser acolhido a cada dia com empenho,
nas situações em que nos encontramos. No alvorecer deste novo ano, todos
nós somos chamados a reavivar no coração um impulso de esperança, que
deve ser traduzido em obras concretas de paz. "Você não se dá bem com
esta pessoa? Faça as pazes!"; "Em sua casa? Faça as pazes!"; "Em sua
comunidade? Faça as pazes!"; "Em seu trabalho? Faça as pazes!". Obras de
paz, reconciliação e fraternidade. Cada um de nós deve cumprir gestos
de fraternidade para com o próximo, especialmente com aqueles que sofrem
tensões familiares ou problemas de vários tipos. Estes pequenos gestos
têm muito valor: podem ser sementes que dão esperança, podem abrir
caminhos e perspectivas de paz.
Vamos agora invocar Maria, Rainha da Paz. Ela, durante sua vida
terrena, passou por muitas dificuldades relacionadas à fadiga quotidiana
da existência. Mas nunca perdeu a paz de coração, fruto do abandono
confiante na misericórdia de Deus. À Maria, nossa terna Mãe, pedimos que
indique ao mundo inteiro a via certa do amor e da paz.
Após a recitação do Angelus, o Papa anunciou a elevação à púrpura no dia 14 de Fevereiro.
(05 de Janeiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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