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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A Ásia é uma das grandes fronteiras da Igreja para o papa Francisco

Director da Sala de Imprensa da Santa Sé faz balanço das viagens do papa em 2014


Cidade do Vaticano, 31 de Dezembro de 2014 (Zenit.org)


O padre Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa da Santa Sé, fez um balanço das viagens do papa Francisco em 2014. Em declarações à Rádio Vaticano, o padre Lombardi falou das cinco viagens internacionais que o pontífice fez neste ano: Terra Santa, Coreia do Sul, Albânia, Estrasburgo e Turquia.

Em primeiro lugar, o porta-voz do Vaticano recordou a visita do Santo Padre à Terra Santa: “Sempre é como voltar às raízes da nossa fé, às raízes do cristianismo, aos lugares da história da salvação, e isso tem um poder simbólico e espiritual formidável. Eu me lembro dos momentos em que o papa se comoveu às margens do Jordão, nos lugares do baptismo, naturalmente no Santo Sepulcro, e assim por diante. São coisas fundamentais para a nossa fé e é justo que o papa também possa, em nome de todos nós, voltar àqueles lugares para nos recordar de onde viemos, o mistério do encontro de Cristo com a humanidade”.

Lombardi destacou também a importância do aspecto ecuménico das viagens apostólicas: “Tanto a reunião em Jerusalém quanto o encontro em Constantinopla com o patriarca Bartolomeu fala do quanto é intensa essa amizade, a relação pessoal que Francisco estabeleceu com o primeiro dos patriarcas da ortodoxia, e como isto é um sinal de esperança para o nosso futuro caminho ecuménico”. 

Em referência às visitas do pontífice à Ásia (ele já foi à Coreia e nas próximas semanas vai ao Sri Lanka e às Filipinas), o padre Lombardi enfatizou que o continente é uma das grandes fronteiras da Igreja do nosso tempo: “Essas grandes viagens de Francisco falam de uma atenção renovada da Igreja por esta parte importante da humanidade de hoje e de amanhã, do ponto de vista demográfico, inclusive; de uma presença humana impressionante do ponto de vista das suas dimensões e da sua dinâmica, e, para a Igreja, uma terra sem fronteiras de evangelização, de anúncio do Evangelho em situações culturais, sociais e políticas muito diferentes e tantas vezes muito difíceis. É uma das grandes fronteiras da Igreja do nosso tempo e o papa Francisco indica isto com estas viagens entusiasmantes”.

O director da Sala de Imprensa da Santa Sé observou que, na Europa, “houve uma viagem muito breve à Albânia, mas significativa porque o papa quer partir das periferias para chegar ao coração de um continente”. A viagem a Estrasburgo é “um ponto de referência para muitas outras manifestações” que o papa poderá fazer em situações ligadas ao continente europeu. “Viagem curta, mas importante, porque deu ao papa a oportunidade de fazer um discurso para a Europa, para os países europeus e para o continente, um discurso amplo, articulado, completo de tantas perspectivas, que, de alguma forma, para o papa que vem de fora da Europa, era muito esperado. E agora continua sendo um ponto de referência para muitas outras intervenções que ele poderá fazer em relação a determinados povos ou em muitas situações que têm a ver com o nosso continente”.

Na Turquia, bem como em outras ocasiões, o diálogo inter-religioso teve grande peso: “O papa é muito consciente também da situação do islão no mundo moderno e tenta encontrar os caminhos para uma relação construtiva, de diálogo, dentro do possível, é claro, evitando e condenando todos os excessos, como o uso violento da religião”.

Um aspecto importante destas viagens é a dimensão do martírio, concluiu o padre Lombardi: “Tanto na Coreia, onde a história da Igreja se caracteriza pelo martírio, como na Albânia, onde o martírio em tempos recentes foi muito forte sob o comunismo, além do Oriente Médio, onde o martírio também é a realidade actual, o papa encontra esta realidade e nos lembra da importância dessa dimensão na vida da Igreja de todos os tempos, inclusive do nosso”.

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