Director da Sala de Imprensa da Santa Sé faz balanço das viagens do papa em 2014
Cidade do Vaticano, 31 de Dezembro de 2014 (Zenit.org)
O padre Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa da
Santa Sé, fez um balanço das viagens do papa Francisco em 2014. Em
declarações à Rádio Vaticano, o padre Lombardi falou das cinco viagens
internacionais que o pontífice fez neste ano: Terra Santa, Coreia do
Sul, Albânia, Estrasburgo e Turquia.
Em primeiro lugar, o porta-voz do Vaticano recordou a visita do
Santo Padre à Terra Santa: “Sempre é como voltar às raízes da nossa fé,
às raízes do cristianismo, aos lugares da história da salvação, e isso
tem um poder simbólico e espiritual formidável. Eu me lembro dos
momentos em que o papa se comoveu às margens do Jordão, nos lugares do baptismo, naturalmente no Santo Sepulcro, e assim por diante. São coisas
fundamentais para a nossa fé e é justo que o papa também possa, em nome
de todos nós, voltar àqueles lugares para nos recordar de onde viemos, o
mistério do encontro de Cristo com a humanidade”.
Lombardi destacou também a importância do aspecto ecuménico das
viagens apostólicas: “Tanto a reunião em Jerusalém quanto o encontro em
Constantinopla com o patriarca Bartolomeu fala do quanto é intensa essa
amizade, a relação pessoal que Francisco estabeleceu com o primeiro dos
patriarcas da ortodoxia, e como isto é um sinal de esperança para o
nosso futuro caminho ecuménico”.
Em referência às visitas do pontífice à Ásia (ele já foi à Coreia e
nas próximas semanas vai ao Sri Lanka e às Filipinas), o padre Lombardi
enfatizou que o continente é uma das grandes fronteiras da Igreja do
nosso tempo: “Essas grandes viagens de Francisco falam de uma atenção
renovada da Igreja por esta parte importante da humanidade de hoje e de
amanhã, do ponto de vista demográfico, inclusive; de uma presença humana
impressionante do ponto de vista das suas dimensões e da sua dinâmica,
e, para a Igreja, uma terra sem fronteiras de evangelização, de anúncio
do Evangelho em situações culturais, sociais e políticas muito
diferentes e tantas vezes muito difíceis. É uma das grandes fronteiras
da Igreja do nosso tempo e o papa Francisco indica isto com estas
viagens entusiasmantes”.
O director da Sala de Imprensa da Santa Sé observou que, na Europa,
“houve uma viagem muito breve à Albânia, mas significativa porque o papa
quer partir das periferias para chegar ao coração de um continente”. A
viagem a Estrasburgo é “um ponto de referência para muitas outras
manifestações” que o papa poderá fazer em situações ligadas ao
continente europeu. “Viagem curta, mas importante, porque deu ao papa a
oportunidade de fazer um discurso para a Europa, para os países europeus
e para o continente, um discurso amplo, articulado, completo de tantas
perspectivas, que, de alguma forma, para o papa que vem de fora da
Europa, era muito esperado. E agora continua sendo um ponto de
referência para muitas outras intervenções que ele poderá fazer em
relação a determinados povos ou em muitas situações que têm a ver com o
nosso continente”.
Na Turquia, bem como em outras ocasiões, o diálogo inter-religioso
teve grande peso: “O papa é muito consciente também da situação do islão
no mundo moderno e tenta encontrar os caminhos para uma relação
construtiva, de diálogo, dentro do possível, é claro, evitando e
condenando todos os excessos, como o uso violento da religião”.
Um aspecto importante destas viagens é a dimensão do martírio,
concluiu o padre Lombardi: “Tanto na Coreia, onde a história da Igreja
se caracteriza pelo martírio, como na Albânia, onde o martírio em tempos
recentes foi muito forte sob o comunismo, além do Oriente Médio, onde o
martírio também é a realidade actual, o papa encontra esta realidade e
nos lembra da importância dessa dimensão na vida da Igreja de todos os
tempos, inclusive do nosso”.
(31 de Dezembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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