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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Costa Rica: João Paulo II fortaleceu a vocação do serviço no país

Embaixador costa-riquenho junto à Santa Sé concede entrevista sobre a fé impulsionada na Costa Rica pela beatificação do papa polaco


Roma, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


A Costa Rica está vivendo a canonização de João Paulo II como uma grande festa nacional, já que foi uma costa-riquenha a beneficiada pelo milagre que levará o papa Wojtyla aos altares. Várias centenas de peregrinos do pequeno país centro-americano irão a Roma para o evento. A embaixada da Costa Rica perante a Santa Sé preparou uma série de actividades, como nos conta o embaixador Fernando Sánchez Campos. O diplomata afirma que o santo polaco revitalizou na população da Costa Rica o desejo de não ficar de fora da história, de se transformar em testemunhas e em agentes do futuro no país e na comunidade dos países centro-americanos.

Confira a entrevista.

Como a Costa Rica está vivendo a canonização de João Paulo II?
Sánchez: É uma grande festa nacional. De alguma forma, como na primeira e única viagem que um papa fez à Costa Rica, João Paulo II está levantando de novo o ânimo nacional. Muitos jovens descobriram uma vocação ao serviço. A Costa Rica entende que tem um papel importante na pacificação da América Central, que ela não pode se fechar em si mesma. Agora, com este milagre, o ânimo nacional se reergueu. A fé na Costa Rica está viva, madura, e o povo se sente orgulhoso dela. O país foi privilegiado novamente por João Paulo II. Ele foi o único papa que nos visitou e agora escolheu uma costa-riquenha para o milagre que o levará aos altares.

Desde quando vem acontecendo tudo isso com os costa-riquenhos?
Sánchez: Desde as primeiras especulações [sobre a canonização]. A Sra. Floribeht Mora, com quem eu falei algumas vezes, já está sentindo um pouco do peso desse interesse todo que ela ocasionou e de ter se tornado uma porta-voz do nosso país no mundo, por conta do que aconteceu com ela. E nós, na embaixada, estamos muito ocupados, porque, obviamente, se a canonização de João XXIII e João Paulo II já implicaria muito trabalho por causa da vinda de tantos costa-riquenhos, agora que o milagre aconteceu na Costa Rica, mais ainda.

Quais são as actividades preparadas?
Sánchez: A primeira é no dia 24 de Abril, na igreja polaca, com o postulador da causa, dom Oder. É uma actividade entre a Costa Rica e a Polónia, para todos que quiserem voltar a escutar os dois protagonistas desta história: a Sra. Floribeth e João Paulo II. Vai ser apresentado também um documentário sobre os fatos do milagre, que a televisão nacional produziu. No dia 26, que é a véspera da canonização, vamos ter um momento muito especial na paróquia de Santa Ana, no Vaticano: a entronização de Nossa Senhora dos Anjos, que é a padroeira da Costa Rica. Vai ser a primeira imagem de Maria como padroeira de um país que é colocada na igreja de Santa Ana, que é uma igreja dentro do Vaticano, acessível directamente pela rua. Para nós, é mais um sinal das boas relações e do apreço do Vaticano pelo nosso país. E no fim da tarde vamos ter outra missa para os peregrinos da Costa Rica na igreja de Santiago de Monserrat. Nos dois eventos vão estar presentes os fiéis, a Sra. Floribeth Mora e os bispos da Costa Rica.

Os eventos organizados pela Costa Rica terminam com a canonização?
Sánchez: Não. Depois da canonização, nos dias 27, 28 e 29, nós vamos a San Giovanni Rotondo. Por quê? Porque na Costa Rica existe uma grande devoção pelo padre Pio e por João Paulo II. E já que os dois santos eram amigos e João Paulo II foi duas vezes a Monte Rotondo, a Sra. Floribeth quis unir os dois santos que despertam mais fé em nosso país e dar o testemunho dela e rezar diante do túmulo do padre Pio.  Ela quer visitar também a Casa Alívio do Sofrimento, com a qual a Costa Rica acaba de firmar um convénio. Enfim, tudo tem relações formais importantes entre o país e a Santa Sé.

O senhor comentou que os actuais dirigentes da Costa Rica foram muito influenciados por João Paulo II...
Sánchez: Sim, foi muito interessante que, a partir do anúncio do milagre, muita gente começou a se lembrar, a comentar “onde é que eu estava quando João Paulo II visitou o país”. E foi muito importante escutar testemunhos de actuais dirigentes do país, dirigentes económicos, políticos, dos meios de comunicação social, que, naquela visita, fossem jovens ou crianças, membros do coral ou das pastorais sociais juvenis, estavam todos lá, no Estádio Nacional. E todos eles sentiram uma grande vocação de serviço ao escutar João Paulo II, que pedia para todos nós construirmos a civilização do amor.

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