Embaixador costa-riquenho junto à Santa Sé concede entrevista sobre a fé impulsionada na Costa Rica pela beatificação do papa polaco
Roma, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora
A Costa Rica está vivendo a canonização de João Paulo II
como uma grande festa nacional, já que foi uma costa-riquenha a
beneficiada pelo milagre que levará o papa Wojtyla aos altares. Várias
centenas de peregrinos do pequeno país centro-americano irão a Roma para
o evento. A embaixada da Costa Rica perante a Santa Sé preparou uma
série de actividades, como nos conta o embaixador Fernando Sánchez
Campos. O diplomata afirma que o santo polaco revitalizou na população
da Costa Rica o desejo de não ficar de fora da história, de se
transformar em testemunhas e em agentes do futuro no país e na
comunidade dos países centro-americanos.
Confira a entrevista.
Como a Costa Rica está vivendo a canonização de João Paulo II?
Sánchez: É uma grande festa nacional. De alguma forma, como na
primeira e única viagem que um papa fez à Costa Rica, João Paulo II está
levantando de novo o ânimo nacional. Muitos jovens descobriram uma
vocação ao serviço. A Costa Rica entende que tem um papel importante na
pacificação da América Central, que ela não pode se fechar em si mesma.
Agora, com este milagre, o ânimo nacional se reergueu. A fé na Costa
Rica está viva, madura, e o povo se sente orgulhoso dela. O país foi
privilegiado novamente por João Paulo II. Ele foi o único papa que nos
visitou e agora escolheu uma costa-riquenha para o milagre que o levará
aos altares.
Desde quando vem acontecendo tudo isso com os costa-riquenhos?
Sánchez: Desde as primeiras especulações [sobre a canonização]. A
Sra. Floribeht Mora, com quem eu falei algumas vezes, já está sentindo
um pouco do peso desse interesse todo que ela ocasionou e de ter se
tornado uma porta-voz do nosso país no mundo, por conta do que aconteceu
com ela. E nós, na embaixada, estamos muito ocupados, porque,
obviamente, se a canonização de João XXIII e João Paulo II já implicaria
muito trabalho por causa da vinda de tantos costa-riquenhos, agora que o
milagre aconteceu na Costa Rica, mais ainda.
Quais são as actividades preparadas?
Sánchez: A primeira é no dia 24 de Abril, na igreja polaca, com o
postulador da causa, dom Oder. É uma actividade entre a Costa Rica e a Polónia, para todos que quiserem voltar a escutar os dois protagonistas
desta história: a Sra. Floribeth e João Paulo II. Vai ser apresentado
também um documentário sobre os fatos do milagre, que a televisão
nacional produziu. No dia 26, que é a véspera da canonização, vamos ter
um momento muito especial na paróquia de Santa Ana, no Vaticano: a
entronização de Nossa Senhora dos Anjos, que é a padroeira da Costa
Rica. Vai ser a primeira imagem de Maria como padroeira de um país que é
colocada na igreja de Santa Ana, que é uma igreja dentro do Vaticano,
acessível directamente pela rua. Para nós, é mais um sinal das boas
relações e do apreço do Vaticano pelo nosso país. E no fim da tarde
vamos ter outra missa para os peregrinos da Costa Rica na igreja de
Santiago de Monserrat. Nos dois eventos vão estar presentes os fiéis, a
Sra. Floribeth Mora e os bispos da Costa Rica.
Os eventos organizados pela Costa Rica terminam com a canonização?
Sánchez: Não. Depois da canonização, nos dias 27, 28 e 29, nós vamos a
San Giovanni Rotondo. Por quê? Porque na Costa Rica existe uma grande
devoção pelo padre Pio e por João Paulo II. E já que os dois santos eram
amigos e João Paulo II foi duas vezes a Monte Rotondo, a Sra. Floribeth
quis unir os dois santos que despertam mais fé em nosso país e dar o
testemunho dela e rezar diante do túmulo do padre Pio. Ela quer visitar
também a Casa Alívio do Sofrimento, com a qual a Costa Rica acaba de
firmar um convénio. Enfim, tudo tem relações formais importantes entre o
país e a Santa Sé.
O senhor comentou que os actuais dirigentes da Costa Rica foram muito influenciados por João Paulo II...
Sánchez: Sim, foi muito interessante que, a partir do anúncio do
milagre, muita gente começou a se lembrar, a comentar “onde é que eu
estava quando João Paulo II visitou o país”. E foi muito importante
escutar testemunhos de actuais dirigentes do país, dirigentes económicos,
políticos, dos meios de comunicação social, que, naquela visita, fossem
jovens ou crianças, membros do coral ou das pastorais sociais juvenis,
estavam todos lá, no Estádio Nacional. E todos eles sentiram uma grande
vocação de serviço ao escutar João Paulo II, que pedia para todos nós
construirmos a civilização do amor.
(16 de Abril de 2014) © Innovative Media Inc.
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