A importância de conhecer um sacerdote
Mario Herrera |
Actualizado 30 de Novembro de 2013
Equipo Portaluz / ReL
Mario Herrera conta em entrevista concedida a Shalom Magazine dos Estados Unidos, que sendo adolescente, passava horas frente ao televisor fascinado pela programação dos canais de música e telenovelas. Chamava a atenção a aparente frescura e bem-estar daqueles que ali apareciam. Sem pensá-lo, este hábito converteu-se num refúgio e prontamente num modelo a seguir.
Filho de pais colombianos que se conheceram nos Estados Unidos, formaram-no como católico em Washington. Sendo o mais novo da família, frustrava-o, disse, não ter um contacto permanente com os seus irmãos. “Eu estava zangado com a religião, os meus dois irmãos foram-se para comunidades de fé. Um meteu-se no seminário, outro como catequista. Eu zanguei-me muito porque me senti só em casa. Isso doeu-me”.
Dias de vaidade e êxito
O desejo de representar invadia-o, como também possuir um físico atraente. “Tinha entre 14 ou 15 anos e comecei a conhecer raparigas no colégio, vestia-me bem, tinha boa roupa, fazia desporto, comecei a ser popular! E dizia-me «já que vou ir para o inferno, pelo menos irei de rumba»... Por isso, deixei a religião e vivi um mundo de festas”.
Mas o narcisismo adolescente foi apenas o ponto de partida para os passos seguintes que logo, na universidade, daria quando lhe apresentaram a um modelo profissional… “Era bonito, alto, de Nova Iorque. E disse-me depois de ver-me «tu podes fazê-lo, tens habilidades». Nesse momento interessou-me o mundo do espectáculo. Eu tinha estado trabalhando em discotecas, conheci muitos amigos mais velhos que eu e todos eram bonitos, com muito dinheiro, muitas mulheres”.
Aos 24 anos, modelando, disse, ganhava o suficiente para pagar todas as suas necessidades. Desfrutava quando o convidavam para galas do espectáculo… “Rodeado de flash e celebridades”. Aceitou uma oferta para ir à Colômbia e participou no concurso de beleza de Mister Colômbia. “O meu manager era o mesmo manager que tinha nesse tempo Shakira e inscreveram-me numa telenovela chamada Pais e Filhos; tentaram-me inclusive para participar no Mister Mundo”.
Colisão por partida dupla
No ano 2000 ocorreu um facto em aparência fatal, mas que seria significativo para a sua vida. Estava prestes a assinar um contracto para actuar numa telenovela e fracturou a mão fazendo exercício com um elástico e uma barra de metal. “Saiu-me o osso. Ao ver como me tratou o pessoal da agência e os mexericos nos medias disse «daqui saio já». Trataram-me horrivelmente, como se fosse um pedaço de carne que se paga com um cheque”.
Confuso a respeito do futuro regressou aos Estados Unidos com o afã de emendar o rumo. Sem muita certeza de que era o seu, ingressou a estudar Fisioterapia numa universidade da Pensilvânia, mas terminou retomando o seu hábito de festa. “Uma noite, enquanto o meu amigo conduzia ébrio, sentei-me de co-piloto. Ia de braços cruzados e do nada escutei uma voz que me dizia «põe o cinto». De tanto que me falou fi-lo. Avançámos uns quantos quilómetros até que colidimos contra um poste da luz”.
O regresso de um filho pródigo
O impacto que provocou em Mário a providencial salvação reforçou a sua certeza de que devia dar uma volta radical à sua vida. “Pensei que Deus se tinha revelado na minha vida. Mas, para quê? Ileso do acidente voltei ao apartamento que arrendava. Ali, junto à minha cama, atrás de um arquivador, avistei uma imagem de Jesus. A imagem pode ter sido deixada ali pelo dono anterior, e reflecti sobre a minha fé infantil. Pensei no que tinha aprendido acerca da fé quando era jovem”.
Com estas inquietudes e por conselho da sua namorada de então explorou preliminarmente na fé protestante. Adquiriu incluso o hábito de assistir aos cultos com um caderno na mão para escutar os ensinamentos e tomar notas. Isto não passou despercebido na sua universidade e um dos seus professores, convidou-o a viver um período de missão durante o tempo da Quaresma na sua paróquia, a cargo do Padre Larry Richards. Envolver-se numa iniciativa da igreja católica deixou-lhe mais de uma surpresa… “Eu não queria ir, porque esse ano tinha começado a minha relação com a igreja protestante por meio da minha noiva. Tomei o meu caderno e com afã de criticar os católicos fui a uma das palestras que ditava o sacerdote. Chamou-me a atenção que falara animadamente. Era divertido e seguro”.
Um sacerdote aproxima-se com o Santíssimo
O carisma do padre Richards começou a tocar o seu coração… “Conhecia a história da Igreja e em detalhe”, recorda Mario. “Quando o sacerdote colocou a encarnação, a ressurreição, a Eucaristia e os santos, comecei a ver uma linha da criação que não considerava nenhuma outra igreja. Ali fiquei, pensando na paixão de Cristo e na Eucaristia, quando de imediato vejo que o sacerdote depois dos seus ensinamentos, expõe o Santíssimo Sacramento e começa a percorrer toda a igreja. Quando se aproximou de mim senti no meu coração algo muito estranho. Foi como se encontrasse o meu pai, mas o meu Pai Eterno.
Encontrei os meus irmãos, que eram irmãos cristãos, encontrei a Igreja, a Virgem Maria, como minha Mãe. Tudo apoiado pela escritura e a tradição!”.
Não era necessário entrar em mais explicações nem tomar apontamentos no caderno. Deus escrevia directo sobre o seu coração. “Nesse momento, o Espirito Santo soprou no meu coração, na minha alma e aí, homem com tantas coisas em cima, me vi chorando frente a uma realidade. Era Cristo que se aproximou por meio de um tabernáculo. Com o seu dedo senti que tocou o meu coração”.
Conta que chorou de alegria ao pensar que estava sendo abraçado e amado de verdade. Esse mesmo amor que o viu crescer desde pequeno. De sonhar viver como um playboy milionário, quis viver a pobreza e afastado das capas das revistas. Assim é como hoje usa os meios digitais para evangelizar. Dado que os seus padres não lhe deram um segundo nome quando nasceu, adoptou o nome do seu santo patrono e modelo de fé: São Francisco de Assis.
Aos seus 35 anos, depois de estudar dois anos de Teologia na Universidade Franciscana de Steubenville em Ohio, está terminando a licenciatura em Filosofia e Teologia em San Antonio, Texas, no Colégio Católico México Americano.
Equipo Portaluz / ReL
Mario Herrera conta em entrevista concedida a Shalom Magazine dos Estados Unidos, que sendo adolescente, passava horas frente ao televisor fascinado pela programação dos canais de música e telenovelas. Chamava a atenção a aparente frescura e bem-estar daqueles que ali apareciam. Sem pensá-lo, este hábito converteu-se num refúgio e prontamente num modelo a seguir.
Filho de pais colombianos que se conheceram nos Estados Unidos, formaram-no como católico em Washington. Sendo o mais novo da família, frustrava-o, disse, não ter um contacto permanente com os seus irmãos. “Eu estava zangado com a religião, os meus dois irmãos foram-se para comunidades de fé. Um meteu-se no seminário, outro como catequista. Eu zanguei-me muito porque me senti só em casa. Isso doeu-me”.
Dias de vaidade e êxito
O desejo de representar invadia-o, como também possuir um físico atraente. “Tinha entre 14 ou 15 anos e comecei a conhecer raparigas no colégio, vestia-me bem, tinha boa roupa, fazia desporto, comecei a ser popular! E dizia-me «já que vou ir para o inferno, pelo menos irei de rumba»... Por isso, deixei a religião e vivi um mundo de festas”.
Mas o narcisismo adolescente foi apenas o ponto de partida para os passos seguintes que logo, na universidade, daria quando lhe apresentaram a um modelo profissional… “Era bonito, alto, de Nova Iorque. E disse-me depois de ver-me «tu podes fazê-lo, tens habilidades». Nesse momento interessou-me o mundo do espectáculo. Eu tinha estado trabalhando em discotecas, conheci muitos amigos mais velhos que eu e todos eram bonitos, com muito dinheiro, muitas mulheres”.
Aos 24 anos, modelando, disse, ganhava o suficiente para pagar todas as suas necessidades. Desfrutava quando o convidavam para galas do espectáculo… “Rodeado de flash e celebridades”. Aceitou uma oferta para ir à Colômbia e participou no concurso de beleza de Mister Colômbia. “O meu manager era o mesmo manager que tinha nesse tempo Shakira e inscreveram-me numa telenovela chamada Pais e Filhos; tentaram-me inclusive para participar no Mister Mundo”.
Colisão por partida dupla
No ano 2000 ocorreu um facto em aparência fatal, mas que seria significativo para a sua vida. Estava prestes a assinar um contracto para actuar numa telenovela e fracturou a mão fazendo exercício com um elástico e uma barra de metal. “Saiu-me o osso. Ao ver como me tratou o pessoal da agência e os mexericos nos medias disse «daqui saio já». Trataram-me horrivelmente, como se fosse um pedaço de carne que se paga com um cheque”.
Confuso a respeito do futuro regressou aos Estados Unidos com o afã de emendar o rumo. Sem muita certeza de que era o seu, ingressou a estudar Fisioterapia numa universidade da Pensilvânia, mas terminou retomando o seu hábito de festa. “Uma noite, enquanto o meu amigo conduzia ébrio, sentei-me de co-piloto. Ia de braços cruzados e do nada escutei uma voz que me dizia «põe o cinto». De tanto que me falou fi-lo. Avançámos uns quantos quilómetros até que colidimos contra um poste da luz”.
O regresso de um filho pródigo
O impacto que provocou em Mário a providencial salvação reforçou a sua certeza de que devia dar uma volta radical à sua vida. “Pensei que Deus se tinha revelado na minha vida. Mas, para quê? Ileso do acidente voltei ao apartamento que arrendava. Ali, junto à minha cama, atrás de um arquivador, avistei uma imagem de Jesus. A imagem pode ter sido deixada ali pelo dono anterior, e reflecti sobre a minha fé infantil. Pensei no que tinha aprendido acerca da fé quando era jovem”.
Com estas inquietudes e por conselho da sua namorada de então explorou preliminarmente na fé protestante. Adquiriu incluso o hábito de assistir aos cultos com um caderno na mão para escutar os ensinamentos e tomar notas. Isto não passou despercebido na sua universidade e um dos seus professores, convidou-o a viver um período de missão durante o tempo da Quaresma na sua paróquia, a cargo do Padre Larry Richards. Envolver-se numa iniciativa da igreja católica deixou-lhe mais de uma surpresa… “Eu não queria ir, porque esse ano tinha começado a minha relação com a igreja protestante por meio da minha noiva. Tomei o meu caderno e com afã de criticar os católicos fui a uma das palestras que ditava o sacerdote. Chamou-me a atenção que falara animadamente. Era divertido e seguro”.
Um sacerdote aproxima-se com o Santíssimo
O carisma do padre Richards começou a tocar o seu coração… “Conhecia a história da Igreja e em detalhe”, recorda Mario. “Quando o sacerdote colocou a encarnação, a ressurreição, a Eucaristia e os santos, comecei a ver uma linha da criação que não considerava nenhuma outra igreja. Ali fiquei, pensando na paixão de Cristo e na Eucaristia, quando de imediato vejo que o sacerdote depois dos seus ensinamentos, expõe o Santíssimo Sacramento e começa a percorrer toda a igreja. Quando se aproximou de mim senti no meu coração algo muito estranho. Foi como se encontrasse o meu pai, mas o meu Pai Eterno.
Encontrei os meus irmãos, que eram irmãos cristãos, encontrei a Igreja, a Virgem Maria, como minha Mãe. Tudo apoiado pela escritura e a tradição!”.
Não era necessário entrar em mais explicações nem tomar apontamentos no caderno. Deus escrevia directo sobre o seu coração. “Nesse momento, o Espirito Santo soprou no meu coração, na minha alma e aí, homem com tantas coisas em cima, me vi chorando frente a uma realidade. Era Cristo que se aproximou por meio de um tabernáculo. Com o seu dedo senti que tocou o meu coração”.
Conta que chorou de alegria ao pensar que estava sendo abraçado e amado de verdade. Esse mesmo amor que o viu crescer desde pequeno. De sonhar viver como um playboy milionário, quis viver a pobreza e afastado das capas das revistas. Assim é como hoje usa os meios digitais para evangelizar. Dado que os seus padres não lhe deram um segundo nome quando nasceu, adoptou o nome do seu santo patrono e modelo de fé: São Francisco de Assis.
Aos seus 35 anos, depois de estudar dois anos de Teologia na Universidade Franciscana de Steubenville em Ohio, está terminando a licenciatura em Filosofia e Teologia em San Antonio, Texas, no Colégio Católico México Americano.
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