Novo secretário de Estado do Vaticano participa da apresentação de um livro do cardeal Maradiaga e confirma boa condição de saúde
Roma, 05 de Dezembro de 2013
Dom Pietro Parolin, novo secretário de Estado do Vaticano,
manifestou ontem o seu "carinho por todos os habitantes da América
Latina, porque eu tenho lembranças muito carinhosas de todos os anos que
passei na Venezuela". O secretário respondeu ao pedido dos jornalistas
ali presentes de dizer algumas palavras em espanhol ao chegar à
apresentação do livro "Entre ética e empresa: a pessoa no centro", do
cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, em co-autoria com Giuseppe
Colaiacovo e Manlio Sodi.
Sobre o seu trabalho nos primeiros dias no Vaticano, Parolin
comentou: "Estou começando, e, quando você começa, nem sempre é fácil,
ainda mais num trabalho tão exigente e de tanta responsabilidade como
esse, de secretário de Estado. Mas, com a ajuda de Deus e ao lado do
papa Francisco, eu espero cumprir a minha tarefa".
O secretário de Estado, que assumiu o cargo alguns dias depois da
data prevista por causa de uma cirurgia, comentou sobre a própria saúde e
afirmou que "graças a Deus, tudo terminou bem".
Parolin considera que "é muito fácil trabalhar com o papa porque,
como todo mundo sabe, ele é um homem muito simples e muito próximo, que
tenta ajudar e não complicar as coisas. Eu espero que esta colaboração
possa crescer cada dia mais, para a glória de Deus e da Igreja".
Foi ele mesmo quem abriu a apresentação do livro "Entre ética e
empresa: a pessoa no centro". Em sua fala, Parolin lembrou que o actual
momento de profunda crise económica tem como fundo uma profunda crise
antropológica. Afirmou que a economia tem que ficar sempre a serviço do
homem e não o contrário. Fazendo referência ao título da obra
apresentada, ele destacou a importância de recolocar a pessoa no centro e
de nunca permitir que ela seja um mero meio, em nenhuma actividade e em
nenhuma circunstância. Ressaltou ainda que a Igreja tem a
responsabilidade de comunicar a esperança que vem do Evangelho e também a
alegria, como recorda Francisco na exortação apostólica Evangelii Gaudium.
É necessário, segundo o secretário vaticano, "apoiar o compromisso de
todos na construção de uma sociedade mais justa e mais digna do homem,
uma sociedade aberta à esperança, que não fique fechada em si mesma na
defesa dos interesses de poucos, mas que se abra para a perspectiva do
bem comum".
Por sua vez, o cardeal hondurenho Maradiga mencionou o Festival da
Doutrina Social da Igreja, celebrado em Verona de 21 a 24 de Novembro
com o lema “Menos desigualdades, mais diferenças". O cardeal manifestou o
desejo de que o festival se repita em mais lugares, porque é "um sinal
de esperança".
Aprofundando no tema central do livro, ele destacou a diferença entre
"homem de negócios" e "empresário". O primeiro visa apenas o dinheiro. O
segundo, que é o verdadeiro empreendedor, procura o bem comum e quer
ajudar os outros. “É destes que precisamos”, afirmou Maradiaga.
O purpurado aproveitou para sublinhar a importância de que a Igreja e
os sacerdotes tenham conhecimentos de economia. Recordou o tempo em que
foi encarregado do comité económico do Celam, quando, ao tentar
estabelecer relações com institutos de economia, ouvia como resposta:
"Os padres não entendem de economia". Ele próprio decidiu estudar por
conta. Avaliando as dificuldades que estão provocando a crise económica actual, Maradiaga propõe criatividade, pesquisa e ousadia como formas de
superá-la: "No âmbito da economia, podemos pensar diferente".
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