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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Croácia, único povo da EU a quem deixaram votar sobre o matrimónio gay, disse «não»

66% do voto: o matrimónio une homem com mulher 

A aliança Em Nome da Família (U Ime Obitelji) entrega as 740.000 assinaturas que levaram a este referendo, em que 2 de cada 3 votos defendem o matrimónio real
Actualizado 2 de Dezembro de 2013

P. J. Ginés/ReL
Escândalo na Europa: pela primeira vez consultou-se um povo da União Europeia sobre que é (e deve ser legalmente) o matrimónio.

E quando o povo pode falar, foi rotundo: é a união entre um homem e uma mulher.

As elites políticas em França, Portugal, Espanha, Inglaterra e outros países europeus redefiniram o matrimónio, uma instituição prévia a parlamentos e partidos, sem consultar os seus povos. Nenhum destes países colocou um referendo para redefinir o matrimónio e incorporar como tal as uniões do mesmo sexo.

O caso de Espanha é pioneiro: impô-lo o governo socialista de Zapatero e consolidou-o o governo do PP, sem consulta alguma aos cidadãos.

Convocaram-no 740.000 cidadãos
Por isso o caso da Croácia escandaliza muitos... Começando pelo primeiro-ministro croata, o socialista Zoran Milanovic, que lamentava que o povo tivesse podido expressar-se num referendo, que por suposto, não convocou ele: convocaram-no os próprios cidadãos croatas ao reunir 740.000 assinaturas num país de 4,3 milhões de pessoas.

O primeiro-ministro socialista mostrava-se compungido perante a imprensa pelo entusiasmo participativo do seu povo: "lamentavelmente não pode evitar-se o referendo sobre o matrimónio, por mais triste que isso soe", cita as suas palavras a agência Efe.

De facto, o que se votou neste histórico domingo 1 de Dezembro não era uma mera consulta: era uma modificação na Constituição do país para que fique claro que o matrimónio é a união entre homem e mulher, e não outras combinações.

Bastava vitória simples: foi contundente
A reforma constitucional para reforçar o matrimónio real contou com o apoio de 2 de cada 3 votantes: com todos os votos escrutinados, 65,9% apoiavam o matrimónio como união homem mulher, enquanto só 33,5% estava contra a definição tradicional. Houve só 0,6% de votos nulos.

O certo é que segundo a lei croata bastava com uma maioria simples para mudar a Constituição: a maioria de dois terços é rotunda e tumbativa.

Além disso, a opção pelo matrimónio natural ganhou em 20 dos 22 distritos eleitorais. As únicas duas zonas onde a redefinição do matrimónio tem apoios é na península de Ístria (zona turística junto a Itália) e em Primorje-Gorski Kotar. Nem sequer na capital e seus arredores há um apoio forte ao matrimónio redefinido.

Desde 28 de Julho, Croácia é membro pleno da União Europeia... O primeiro da UE a permitir votar aos seus cidadãos sobre o que deve ser o matrimónio.

A coligação pró-família chamada "No nome da família" (U Ime Obitelji) falou de "um festival da democracia", a clara expressão do povo e a participação cidadã. Na página do Facebook de U Ime Obitelji, quando não tinham passado nem 24 horas desde o encerramento dos colégios eleitorais, já havia mais de 6.500 mensagens de felicitação chegadas de toda a Europa, também em inglês, polaco, italiano, francês e espanhol.

O cardeal de Zagreb, Josip Bozanic, tinha feito campanha com as entidades pró-família recordando elementos chave como que o matrimónio é uma união especial que favorece a procriação e a educação equilibrada das crianças.

Incomoda que o povo decida?
A imprensa ocidental ainda está digerindo o resultado. A agência Efe na nota que manda a todos os medias escreve que a reforma constitucional "confirma que só os heterossexuais podem casar-se".

É falso: qualquer pessoa adulta, tenha ou não sentimentos de atracção com o seu mesmo sexo pode casar-se... Mas com pessoas do outro sexo (e há outros impedimentos: só pode haver um cônjuge, de idade adulta, que tenha consentido, etc... Todas as leis sobre matrimónios estabelecem limites).

Segundo a Efe, o Governo socialista da Croácia chegou a qualificar "de homofóbica a celebração desta consulta", na qual o povo livremente decidiu que o matrimónio seja o que sempre foi e que não o mudem umas elites desde os seus despachos.


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