Serão estas as minhas
últimas palavras antes de férias e da pausa do mês de agosto. Quis
escrever-lhes sobre os meus últimos dias, feitos em recolhimento obrigatório
porque estive com um familiar que testou positivo à covid-19, e assim, ditam
as regras que responsavelmente procurei respeitar, por mim e pelos outros. Sempre estive
negativa – do vírus pelo menos – eu e os que comigo vivem. O meu filho deixou
abruptamente a escola – não se despediu dos colegas nem das educadoras, que
partiram para férias bem merecidas, por sinal. Disse-nos «Eu consigo», com
mais coragem que os pais para enfrentar os dias em casa, regados com muitos
desenhos animados e muita paciencia com os progenitores. Da escola, não
deixaram de fazer uma vídeo-chamada onde amiguinhos perguntavam como
estava, que tinham saudades, e pediram um regresso breve, ao mesmo tempo que
tentavam mostrar todos os brinquedos que conseguiam segurar com as mãos
pequenas. Naqueles poucos minutos houve esperança, cuidado, atenção, amor,
cumplicidade, diálogo, partilha... entre crianças de cinco e seis anos. Frescos à porta para
não faltarem nutrientes à família isolada, chamadas telefónicas e muitas
mensagens a dar força e a pedir resistências quando os dias teimavam em ser
iguais e intermináveis. Um confinamento – parte III, com a diferença que
saberíamos quando este iria terminar, de facto. O que sinto no final
destes dias é que tivemos sorte. E é com este sentimento que partilho o que
vivemos e parto para férias: ninguém na minha família está infetada, não os
tenho numa cama de hospital, e se cautelas se afiguram adensadas nos próximos
tempos, estão à minha distância, da minha mão e do meu coração. A sorte que me
calhou, veio-nos das vacinas, das cautelas (sim, das cautelas!) e do muito
amor que nos chega de quem se faz próximo e nos mantém no pensamento.
Sentimo-lo, de facto. Dar graças é uma
atitude que deve acompanhar todos os despertares. É tudo isto que faz
valer a pena. Boas férias! PS: O portal de
informação da Agência
Ecclesia não vai de férias, mas quer ir consigo nas suas! Para ler, ver e
ouvir no endereço habitual! |
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