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sábado, 15 de agosto de 2020

Uma Mulher na Igreja e no mundo

Brígida nasceu em 1303, em Finster, na Suécia, nação do norte da Europa que, três séculos antes, tinha acolhido a fé cristã com o mesmo entusiasmo com que a Santa a recebera dos seus pais, pessoas muito piedosas, pertencentes a nobres famílias próximas da Casa reinante.

Casada com Ulf, governador de um importante distrito do Reino da Suécia,  durante 28 anos, até à morte de seu marido, e  mãe de oito filhos. Foi uma educadora exemplar, a tal ponto foi apreciada a sua pedagogia que o rei Magnus a chamou durante um tempo à corte para acompanhar a sua esposa.

Com uma forte sensibilidade religiosa, delicadeza e docilidade conseguiu melhorar a índole de Ulf, seu esposo, levando-o com fé a progredir na vida cristã, num autêntico caminho de santidade através do Sacramento do Matrimónio. Ambos adoptaram a Regra dos Terciários franciscanos, praticando com generosidade obras de caridade em prol dos indigentes, tendo fundado um hospital.  

Quando Brígida ficou viúva distribuiu os seus próprios bens pelos pobres e, mesmo sem aceder à consagração religiosa, estabeleceu-se no mosteiro cisterciense de Alvastra.

Em 1349 deixou para sempre a Suécia e foi em peregrinação a Roma. Não só tencionava participar no Jubileu de 1350, mas também desejava obter do Papa a aprovação da Regra de uma Ordem religiosa que ela queria fundar, intitulada ao Santo Salvador, e composta por monges e monjas sob a autoridade da abadessa.

Na Idade Média existiam fundações monásticas com um ramo masculino e outro feminino, mas com a prática da mesma regra monástica, que previa a direção de uma abadessa. Com efeito, na grande tradição cristã, à mulher são reconhecidos a própria dignidade e — sempre a exemplo de Maria, Rainha dos Apóstolos — o próprio lugar na Igreja que, sem coincidir com o sacerdócio ordenado, é igualmente importante para o crescimento espiritual da Comunidade.

Em Roma, acompanhada pela filha Karin, Brígida dedicou-se a uma vida de intenso apostolado e de oração, dali partindo em peregrinação a vários santuários italianos, em particular a Assis, pátria de São Francisco, por quem nutria uma grande devoção. Finalmente, em 1371, realizou a sua maior aspiração e foi à Terra Santa, em companhia dos seus filhos espirituais, um grupo ao qual Brígida chamava «os amigos de Deus».

Durante a sua vida, os Pontífices encontravam-se em Avinhão, longe de Roma, e Brígida dirigiu-se sentidamente a eles, a fim de que voltassem para a Sé de Pedro, na Cidade Eterna.

Faleceu em 1373, antes que o Papa Gregório XI tivesse voltado definitivamente para Roma. Foi sepultada provisoriamente na igreja romana de São Lourenço «in Panisperna», mas em 1374 os seus filhos Birger e Karin trasladaram-na para o mosteiro de Vadstena, na Suécia, sede da Ordem religiosa fundada por ela fundada, que conheceu imediatamente uma expansão notável. Em 1391 o Papa Bonifácio IX canonizou-a solenemente e em 1999 foi declarada co-Padroeira da Europa, pelo Papa João Paulo II.

Joana Cordeiro


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