Brígida nasceu em 1303, em Finster, na Suécia, nação do norte da Europa que, três séculos antes, tinha acolhido a fé cristã com o mesmo entusiasmo com que a Santa a recebera dos seus pais, pessoas muito piedosas, pertencentes a nobres famílias próximas da Casa reinante.
Casada com Ulf, governador de um importante
distrito do Reino da Suécia, durante 28
anos, até à morte de seu marido, e mãe
de oito filhos. Foi uma educadora exemplar, a tal ponto foi apreciada a sua
pedagogia que o rei Magnus a chamou durante um tempo à corte para acompanhar a
sua esposa.
Com uma forte sensibilidade religiosa,
delicadeza e docilidade conseguiu melhorar a índole de Ulf, seu esposo, levando-o
com fé a progredir na vida cristã, num autêntico caminho de santidade através
do Sacramento do Matrimónio. Ambos adoptaram a Regra dos Terciários
franciscanos, praticando com generosidade obras de caridade em prol dos
indigentes, tendo fundado um hospital.
Quando
Brígida ficou viúva distribuiu os seus próprios bens pelos pobres e, mesmo sem
aceder à consagração religiosa, estabeleceu-se no mosteiro cisterciense de
Alvastra.
Em 1349 deixou para sempre a Suécia e foi em
peregrinação a Roma. Não só tencionava participar no Jubileu de 1350, mas
também desejava obter do Papa a aprovação da Regra de uma Ordem religiosa que
ela queria fundar, intitulada ao Santo Salvador, e composta por monges e monjas
sob a autoridade da abadessa.
Na Idade Média existiam fundações monásticas
com um ramo masculino e outro feminino, mas com a prática da mesma regra
monástica, que previa a direção de uma abadessa. Com efeito, na grande tradição
cristã, à mulher são reconhecidos a própria dignidade e — sempre a exemplo de
Maria, Rainha dos Apóstolos — o próprio lugar na Igreja que, sem coincidir com
o sacerdócio ordenado, é igualmente importante para o crescimento espiritual da
Comunidade.
Em Roma, acompanhada pela filha Karin, Brígida
dedicou-se a uma vida de intenso apostolado e de oração, dali partindo em
peregrinação a vários santuários italianos, em particular a Assis, pátria de
São Francisco, por quem nutria uma grande devoção. Finalmente, em 1371, realizou
a sua maior aspiração e foi à Terra Santa, em companhia dos seus filhos
espirituais, um grupo ao qual Brígida chamava «os amigos de Deus».
Durante a sua vida, os Pontífices encontravam-se
em Avinhão, longe de Roma, e Brígida dirigiu-se sentidamente a eles, a fim de
que voltassem para a Sé de Pedro, na Cidade Eterna.
Faleceu em 1373, antes que o Papa Gregório XI tivesse voltado definitivamente para Roma. Foi sepultada provisoriamente na igreja romana de São Lourenço «in Panisperna», mas em 1374 os seus filhos Birger e Karin trasladaram-na para o mosteiro de Vadstena, na Suécia, sede da Ordem religiosa fundada por ela fundada, que conheceu imediatamente uma expansão notável. Em 1391 o Papa Bonifácio IX canonizou-a solenemente e em 1999 foi declarada co-Padroeira da Europa, pelo Papa João Paulo II.
Joana Cordeiro
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