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domingo, 9 de agosto de 2020

Terapia ou sedução?

Javier Luzón e professor de Antropologia Teológica, foi durante anos exorcista na diocese de Madrid, e participou na década de 90 em milhares de intervenções. É autor do livro Las seis puertas del Enemigo. Experiencias de un exorcista (www.lasseispuertas.com).

No seu canal de YouTube "Tiempo de Respuestas" lamenta que em lugares cristãos e outros se ofereçam sessões de yoga e mindfulness, inclusive a crianças, porque, na sua experiência como exorcista "pode perceber como depois de um beneficio inicial, logo se seguem problemas graves".

O padre Luzón defende que o yoga e o mindfulness, com as suas técnicas de "distanciar-se do eu", "se autoriza outros seres espirituais, a que chamam energias mas na realidade são demónios, a apoderamem-se da sua personalidade".

"Mindfulness significa atenção plena, concentração nos seus sentimentos para se distanciar deles. Claro, que num primeiro momento, a pessoa se sente eufórica, porque se esquece também dos sentimentos negativos, mas ao distanciar-se do seu 'verdadeiro eu', está a dar lugar a que se instale dentro de si, outros seres espirituais e sabe-se lá quem…

Conhecendo estes aspectos negativos e altamente perigosos, sente-se muito preocupado com a ligeireza e irresponsabilidade com que estas técnicas proliferam em colégios, escolas e outros locais públicos.

"Todas as práticas de relaxação e de exercícios de respiração, são posturas de invocação a divindades hinduístas e fazem parte do processo para a anulação da pessoa, para alcançar o estado do nirvana, uma espécie de ataraxia, uma anulação de sentimentos no qual, dizem eles, supostamente, a pessoa se sente feliz e se dilui numa energia universal.

Porém o ser humano não é uma energia universal, nomeadamente na cultura ocidental, é alguém que pensa, reflete e quando quer entrar em contacto com a divindade reza, faz oração, dialoga com um Ser Pessoal que é Deus, Alguém que o escuta e o ama. Não se esvazia, não se anula, mas procura aproximar-se e identificar-se com o Deus.

Quando rezam os crentes monoteístas, judeus, cristãos e muçulmanos, também se abstraem de envolvente, do mundano, do ruído e do stress, por isso vão à sinagoga, à igreja ou à mesquita e têm as suas orações próprias para se ligarem ao divino ou um espaço doméstico mais recolhido e sereno. O seu objectivo é adorar a Deus como ser humano que é, e nunca diluir-se ou alienar-se da sua origem e constituição.

É bom ter presente estas diferenças, saber que orar e rezar é o oposto da meditação oriental, zen, ioga, mindfulness e práticas semelhantes que com a pressão social passaram a ser vulgares, mas da sua essência, origem veracidade e intenção pouco sabemos.

Manoel Maria e Vasconcelos 


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