Hoje, recordo tantas atrocidades
que se cometeram ao longo da história da humanidade. O conhecimento e o
contexto eram então outros, ainda que nada justifique. A evolução dos tempos,
faz-nos mudar o nosso modo de pensar, de estar, há novos estilos de vida, para
o melhor e para o pior... Penalizamo-nos pelos factos ocorridos antigamente.
Contudo, pela mão do homem, continuam, infelizmente, a existir hoje em dia, a
cada momento, novas atrocidades, com enorme gravidade e com novas realidades
inerentes à época que vivenciamos. Possuímos a prova viva destes acontecimentos,
que assistimos nos meios de comunicação social, às vezes quase em direto. Uma
amiga comentou a este propósito que tinha lido algures: “A história é um
profeta com o olhar voltado para trás: Pelo que foi, contra o que foi,
anunciando o que será”. Há alguns dias, através de um canal de televisão, ouvi
o testemunho impressionante de um refugiado que, finalmente, tinha conseguido
iniciar o seu processo de integração num país de acolhimento europeu. Referiu
que tinha deixado para trás o seu país em guerra, na companhia do seu irmão que
pouco depois seria morto durante a fuga. Mais tarde, depois de atravessar o
deserto seria apanhado e vendido. Posteriormente, iria parar a um centro de
acolhimento que mais parecia a jaula de uma prisão. Conseguiu fugir, tentar
atravessar o Mar Mediterrâneo. Sofreu um naufrágio. Conseguiu nadar e ser
acolhido por um navio humanitário. Ainda assim, não foi fácil todo o processo
até ser acolhido e integrado. Contei de um modo resumido, unicamente a título
de exemplo. Quantos casos idênticos, ou mesmo piores, existem hoje em dia,
alguns com crianças? Até quando? A minha amiga, também comentou: “cada ato de
destruição, encontra a sua resposta, mais cedo ou mais tarde, através de um ato
de criação”. Em Deuteronómio 15:11, está escrito: “Nunca deixará de haver
pobres na terra, é por esse motivo que te ordeno: abre a mão em favor do teu
irmão, tanto para o pobre, como para o necessitado da tua terra”. A caridade é
a maior das virtudes existentes. Há situações que não podemos mudar ou
controlar, mas podemos dar sempre o nosso contributo no sentido de minimizar os
seus efeitos. E há tantos exemplos positivos por esse mundo fora!
O Papa Francisco referiu:
“Rezemos para que o Senhor liberte as vítimas do tráfico e nos ajude a
responder ativamente ao grito de tantos irmãos e irmãs, privados da sua
dignidade e liberdade”.
Santa Maria, rainha da paz, da esperança, ajuda-nos a encontrar soluções que vão de encontro às necessidades sentidas, em particular, neste mês de Agosto em que o Santo Padre tem como intenção as famílias, para que tudo as favoreça, enquanto verdadeiras escolas do amanhã e laboratórios de humanização.
Maria Helena Paes |
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