Pode
a Teologia deixar marcas em carne viva – um dedo atingido por uma máquina, uma
doença tropical, a morte de um pai? E pode ela ajudar a exercer um mandato
autárquico, a gerir fluxos financeiros, a jogar melhor futebol, a colocar
questões à nossa humanidade? Ou será que, afinal, ela não serve para nada?
Neste
percurso de entrevistas que se cruzam, fala-se de como a Teologia é incapaz de
mexer uma palha mas pode revolucionar o mundo, das perguntas que ela pode fazer
ao século XX, de como a reflexão teológica só pode situar-se entre a luz da fé
e a espessura humana e não pode ser nem asséptica, nem pura, nem destilada.
A
propósito dos 50 anos da Faculdade de Teologia da Universidade Católica
Portuguesa, dois jornalistas (António Marujo e António Pedro Ferreira) fotografaram
e falaram com quatro dezenas de antigos e actuais alunos e professores da
faculdade, que abrem a sua reflexão sobre o percurso de cada um/a, com uma liberdade
que chega à autocrítica.
Daí nasceu o livro Teologia Como Resistência, que fala dos caminhos actuais e das encruzilhadas em que a
Teologia se encontra: ou presta atenção à ética e às expressões culturais como
o cinema, a poesia, a literatura e as artes ou corre o risco de ficar a
alucinar sozinha; ou se assume como uma ciência à flor da pele ou deixará de
entender os lugares das feridas humanas e dos toques que salvam; ou é capaz de viajar até ao cosmos e produzir um saber que ajude o mundo a ser um lugar
mais feliz para todas as criaturas, num tempo em que o futuro do planeta está
ameaçado ou tornar-se-á irrelevante.
Para não o ser, a Teologia
só pode assumir-se como factor de resistência.
O
professor Miguel Tamen, director da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, apresenta o livro Teologia Como Resistência no dia 5 de Dezembro, às 18h30, na livraria da
Universidade Católica, em Lisboa. A Universidade Católica Editora, a
direcção da Faculdade de Teologia e os autores terão muito gosto em que possa
participar nesta sessão.
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