Na Mensagem para o 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa Francisco exorta especialmente os jovens a superar o medo do futuro para começarem a seguir a Cristo, suprema felicidade
Roma, 14 de Abril de 2015 (Zenit.org) Luca Marcolivio
A Igreja é "missionária por natureza" – destaca o Papa
Francisco - e a vocação cristã “só pode nascer dentro de uma experiência
de missão". Em sua mensagem para a 52º Dia Mundial de Oração pelas
Vocações, divulgada hoje, o Santo Padre invoca o Espírito Santo para que
suscite em nós "o desejo e a coragem alegre de oferecer a nossa vida e
de gastá-la pela causa do Reino de Deus".
A reflexão do Papa parte do livro do Êxodo, ou seja, dos “inícios
da maravilhosa história de amor entre Deus e o povo dos seus filhos, uma
história que passa por dias dramáticos da escravidão no Egipto, o
chamado de Moisés, a libertação e a viagem rumo à terra prometida”.
Na base de tudo está a passagem “da escravidão do homem velho para a
vida nova em Cristo”, que implica “deixar-se a si mesmos, sair da
comodidade e rigidez do próprio eu para centralizar a nossa vida em
Jesus Cristo”.
Como Abraão, os cristãos de hoje são chamados a "abandonar a própria
terra colocando a caminho com confiança, sabendo que Deus indicará o
caminho rumo à nova terra”.
Não se trata, destacou o Papa, de um “desprezo da própria vida, do
próprio sentir, da própria humanidade”, mas, pelo contrário, de
colocar-se “à caminho do seguimento do Cristo” e na escuta do seu
“chamado de amor que atrai e envia para além de si mesmo” para ir “à
descoberta de Deus” (cfr. Deus caritas est, 6).
O chamado de Jesus marca a passagem “da morte à vida, tal e como
celebramos em toda a liturgia”, a libertação de “toda forma de
escravidão”, a superação do "hábito" e da "indiferença", e também da
“falsa estabilidade” para “colocar-nos a caminho rumo a Jesus Cristo,
objectivo primeiro e último da nossa vida e da nossa felicidade”.
Também a Igreja recebe o seu chamado para proclamar "a palavra
libertadora do Evangelho", para curar “com a graça de Deus as feridas
das almas e dos corpos, elevar os pobres e os necessitados".
Ouvir e acolher o chamado do Senhor “não é uma questão privada e
intimista que possa ser confundida com a emoção do momento”, mas sim “um
compromisso concreto, real e total que abraça a nossa existência e a
coloca a serviço da construção do Reino de Deus sobre a terra”, que se
personifica em particular no "compromisso solidário a favor da
libertação dos irmãos, especialmente dos mais pobres”, afirma o Santo
Padre.
O Papa Francisco dirige aos jovens uma exortação particular, porque
“pela idade e pela visão do futuro que se abre diante de seus olhos,
sabem ser disponíveis e generosos”. Aos jovens, o Pontífice pediu para
se colocarem a caminho, vencendo todos os medos ligados às “preocupações
pelo futuro” e à “incerteza que afecta a quotidianidade, correm o risco
de paralisar esses seus impulsos, de conter os seus sonhos".
A mensagem termina com a invocação a Maria, aquela que "cantou a
alegria de sair de si mesma e confiar em Deus os seus projectos de vida”,
para que nos torne “plenamente disponíveis para o projecto que Deus tem
para cada um de nós”, e para que “cresça em nós o desejo de sair e
andar, com cuidado, rumo aos demais”.
(14 de Abril de 2015) © Innovative Media Inc.
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