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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Palestina assina pedido de adesão ao Tribunal Penal Internacional

Abu Mazen ameaça denunciar crimes de guerra israelitas nos territórios ocupados; Israel e os Estados Unidos reagem com dureza


Roma, 02 de Janeiro de 2015 (Zenit.org)


O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Abu Mazen, assinou nesta quarta-feira o pedido de adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI). "Somos atacados todos os dias em nosso território. Diante de quem podemos nos queixar?", perguntou o líder do Fatah. O pedido foi assinado um dia depois de o Conselho de Segurança da ONU rejeitar uma resolução apresentada por 22 países árabes e pela ANP, que instava israelitas e palestinianos a concretizar um acordo de paz em 2015.

Perante a decisão de Abu Mazen, que abre o caminho da justiça internacional ameaçando denunciar o que definiu como "crimes de guerra" de Israel nos territórios ocupados, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou que responderá com a mesma moeda: denunciando a ANP ao Tribunal da Haia.

De momento, ele pediu em comunicado que o organismo rejeite a petição porque "a Autoridade Palestina não é um Estado". "Quem deve temer o Tribuale Penal Internacional é a Autoridade Palestina, que está em um governo de unidade com o Hamas, grupo terrorista que comete crimes de guerra como o Estado Islâmico", destacou Netanyahu. "Tomaremos medidas de resposta e defenderemos os nossos soldados". Israel poderia denunciar a ANP pelo lançamento de projécteis a partir de Gaza ou pelos atentados cometidos por palestinos nas ruas israelitas.

Os Estados Unidos condenaram a "muito preocupante" decisão do presidente da Autoridade Nacional Palestina. A solicitação de Abu Mazen é "totalmente contraproducente" e não ajuda em nada a promover as "aspirações" palestinianas de soberania e independência, declarou o Departamento de Estado norte-americano. Tal passo "prejudica gravemente o clima" de negociação já difícil e incerto com os israelitas, afirmou o porta-voz Jeff Rathke.

A petição de entrar nos tribunais internacionais estava na gaveta do líder palestino desde o colapso das negociações com Israel, há nove meses. Apesar da vontade dos seus principais ministros, Abu Mazen opunha-se a tomar essa decisão devido à pressão dos Estados Unidos e à advertência israelita de que o denunciaria em Haia. Mas a enorme decepção no Conselho de Segurança da ONU o fez mudar de ideia.

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