Lista de novos cardeais inclui prelados de Cabo Verde, Etiópia, Mianmar, Panamá, Tonga, Tailândia e Vietname
À imagem do que aconteceu em 2014, no primeiro consistório do pontificado, Francisco reforça a presença das ‘periferias’ da Igreja Católica no Colégio Cardinalício, no qual vai diminuindo o predomínio da Europa e da Cúria Romana.
“No próximo dia 14 de Fevereiro terei a alegria de levar a cabo um consistório, durante o qual vou nomear 15 novos cardeais, os quais, provenientes de 14 nações de todos os continentes, manifestam o laço inquebrável entre a Igreja de Roma e as Igrejas particulares presentes no mundo”, disse o Papa, após a recitação da oração do ângelus, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Dos novos cardeais, apenas um integra a Cúria Romana: D. Dominique Mamberti, antigo secretário do Vaticano para as relações com os Estados e actual prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.
D. Manuel Clemente foi o segundo nome a ser anunciado e um dos quatro prelados de dioceses europeias, somando-se a D. Ricardo Blázquez Pérez, arcebispo de Valladolid (Espanha) e aos italianos D. Francesco Montenegro, arcebispo de Agrigento, e D. Edoardo Menichelli, arcebispo de Ancona.
A lista inclui os arcebispos D. Berhaneyesus Demerew Souraphiel, de Adis Abeba (Etiópia); D. John Atcherley Dew, de Wellington (Nova Zelândia); D. Pierre Nguyên V?n Nhon, de Hanói (Vietname); D. Alberto Suárez Inda, de Morelia (México); D. Charles Maung Bo, de Rangum (Mianmar); D. Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, de Banguecoque (Tailândia); D. Daniel Fernando Sturla Berhouet, de Montevideo (Uruguai).
O Papa vai ainda criar cardeais os bispos D. José Luis Lacunza Maestrojuán, de David (Panamá); D. Arlindo Gomes Furtado, de Santiago de Cabo Verde; e D. Soane Patita Paini Mafi, de Tonga, que aos 53 anos será o mais jovem membro do Colégio Cardinalício.
Além dos 15 eleitores, Francisco decidiu criar cinco cardeais com mais de 80 anos de idade, reconhecendo “a sua caridade pastoral no serviço à Santa Sé e à Igreja”: D. José de Jesús Pimiento Rodríguez, arcebispo emérito de Manizales (Colômbia); D. Luigi De Magistris, italiano, pró-penitenciário-mor emérito; D. Karl-Joseph Rauber, alemão, antigo núncio apostólico; D. Luis Héctor Villalba, arcebispo emérito de Tucumán (Argentina) e D. Júlio Duarte Langa, bispo emérito de Xai-Xai (Moçambique).
Francisco pediu orações para que os novos cardeais “renovando o seu amor a Cristo, sejam testemunhas do seu Evangelho na cidade de Roma e no mundo” e com a sua experiência pastoral o apoiem na sua missão.
Neste momento, há 110 cardeais eleitores, número que vai subir para 125 após o consistório de Fevereiro, 31 dos quais criados pelo Papa Francisco.
A partir do próximo consistório – reunião de cardeais para debater assuntos importantes da vida da Igreja, convocada pelo Papa – a distribuição geográfica dos cardeais eleitores num eventual Conclave será a seguinte: Europa – 57; América – 36 (17 do Norte e 19 latino-americanos); África – 15; Ásia – 14; Oceânia – 3.
Até final de 2015, quatro cardeais vão completar 80 anos de idade.
O porta-voz do Vaticano emitiu uma nota a explicar que o pontífice argentino não está ligado à tradição das “sedes cardinalícias”, motivadas por razões históricas em diversos países, escolhendo prelados de nações e dioceses que “nunca tiveram um cardeal”.
Nesse contexto, explica o padre Federico Lombardi, insere-se a escolha de D. Arlindo Gomes Furtado, bispo de uma das “mais antigas dioceses africanas”.
O bispo de Santiago de Cabo Verde nasceu a 4 de Outubro de 1949; fez os seus estudos teológicos em Portugal e regressou ao seu país, onde foi ordenado padre em 1976.
Em Novembro de 2003 foi nomeado pelo Papa João Paulo II como primeiro bispo da nova Diocese de Mindelo; foi ordenado bispo a 22 de Fevereiro de 2004.
D. Arlindo Furtado, 34.º bispo de Cabo Verde, tomou posse formalmente como bispo de Santiago a 15 de Agosto de 2009.
OC
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