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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Antilhas: cardeal Filoni pede apoio para promover as vocações

Somente padres alegres, entusiastas e fiéis atraem os jovens para o serviço de Cristo


Roma, 03 de Dezembro de 2013


O Caribe foi “a primeira região das Américas a escutar a Boa Nova de Cristo, há mais de 400 anos. No entanto, esta é a primeira vez que o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos visita a região”, afirmou em seu discurso o cardeal Fernando Filoni, o próprio prefeito em questão, diante da Conferência Episcopal das Antilhas, que se reuniu nesta manhã no seminário de São João M. Vianney e dos Mártires de Uganda, em Porto Espanha, capital de Trinidade e Tobago. O Caribe apresenta uma grande diversidade de nações, línguas, culturas e situações sociais e económicas, que têm sua raiz na história da região e constituem obstáculos consideráveis para o trabalho pastoral da Igreja.

O cardeal mencionou três grandes desafios: “a escassez de sacerdotes e religiosos, a diminuição do número de católicos activos na vida da Igreja e uma diminuição constante de fundos para apoiar as dioceses”.

Embora algumas dioceses tenham obtido certo sucesso com a proposta do diaconato permanente e outras muitas iniciativas tenham sido criadas no âmbito vocacional, “continuamos à espera dos frutos”, disse o cardeal, exortando os fiéis a não se desanimarem e enfatizando que “a Igreja não pode viver nem crescer sem sacerdotes”. Filoni pediu que os bispos cuidem da formação permanente dos sacerdotes, para que os jovens encontrem “padres alegres, entusiastas e fiéis, porque só esses padres atraem os jovens para o serviço de Cristo”.

A diminuição dos católicos é resultado de várias causas: em algumas regiões, da emigração em busca de um futuro melhor; em outras, da ausência de padres ou da sua falta de formação, que leva muitos crentes a abandonar a prática religiosa; a agressividade de grupos religiosos pentecostais também influencia. Mesmo as grandes instituições educativas católicas se vêem afectadas por esta queda, às vezes determinada pela saída dos sacerdotes e religiosos que trabalhavam no campo educativo, embora eles sejam substituídos, ao menos em parte, por leigos comprometidos, “muitos dos quais dão um testemunho claro e valente da fé”, disse o cardeal.

As Antilhas contam com uma série de movimentos religiosos e novas comunidades que trabalham em diversas áreas, mas, mesmo assim, o cardeal pediu que os bispos convidem alguns dos novos movimentos e realidades eclesiais para trazerem o apoio necessário aos leigos na prática da fé.

Para responder às dificuldades financeiras, apesar da generosidade dos fiéis que apoiam a Igreja, é preciso dar mais atenção à administração dos recursos económicos, à redução de custos e a uma vida mais simples, a exemplo do papa Francisco. Também é preciso encontrar novas fontes de apoio financeiro, sendo “absolutamente transparentes na gestão financeira das nossas dioceses”.

Filoni se concentrou depois no ministério episcopal, convidando os bispos a encarar com valentia os desafios que surgem, a não negligenciar o rebanho confiado a eles, seja o de sacerdotes, seja o de leigos, e a visitar regularmente as paróquias para estabelecer relações “paternas e fraternas com os sacerdotes, sendo firmes quando necessário, mas sempre com atenção contínua ao seu bem espiritual, cultural e pastoral”.

Ao encerrar o discurso, o cardeal Filoni agradeceu pela preocupação pastoral dos bispos, pela sua generosa e firme comunhão com o santo padre e por todo o bem que eles realizam através do seu apoio às missões no mundo inteiro.


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