Somente padres alegres, entusiastas e fiéis atraem os jovens para o serviço de Cristo
Roma, 03 de Dezembro de 2013
O Caribe foi “a primeira região das Américas a escutar a Boa
Nova de Cristo, há mais de 400 anos. No entanto, esta é a primeira vez
que o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos visita a
região”, afirmou em seu discurso o cardeal Fernando Filoni, o próprio
prefeito em questão, diante da Conferência Episcopal das Antilhas, que
se reuniu nesta manhã no seminário de São João M. Vianney e dos Mártires
de Uganda, em Porto Espanha, capital de Trinidade e Tobago. O Caribe
apresenta uma grande diversidade de nações, línguas, culturas e
situações sociais e económicas, que têm sua raiz na história da região e
constituem obstáculos consideráveis para o trabalho pastoral da Igreja.
O cardeal mencionou três grandes desafios: “a escassez de
sacerdotes e religiosos, a diminuição do número de católicos activos na
vida da Igreja e uma diminuição constante de fundos para apoiar as
dioceses”.
Embora algumas dioceses tenham obtido certo sucesso com a proposta do
diaconato permanente e outras muitas iniciativas tenham sido criadas no
âmbito vocacional, “continuamos à espera dos frutos”, disse o cardeal,
exortando os fiéis a não se desanimarem e enfatizando que “a Igreja não
pode viver nem crescer sem sacerdotes”. Filoni pediu que os bispos
cuidem da formação permanente dos sacerdotes, para que os jovens
encontrem “padres alegres, entusiastas e fiéis, porque só esses padres
atraem os jovens para o serviço de Cristo”.
A diminuição dos católicos é resultado de várias causas: em algumas
regiões, da emigração em busca de um futuro melhor; em outras, da
ausência de padres ou da sua falta de formação, que leva muitos crentes a
abandonar a prática religiosa; a agressividade de grupos religiosos
pentecostais também influencia. Mesmo as grandes instituições educativas
católicas se vêem afectadas por esta queda, às vezes determinada pela
saída dos sacerdotes e religiosos que trabalhavam no campo educativo,
embora eles sejam substituídos, ao menos em parte, por leigos
comprometidos, “muitos dos quais dão um testemunho claro e valente da
fé”, disse o cardeal.
As Antilhas contam com uma série de movimentos religiosos e novas
comunidades que trabalham em diversas áreas, mas, mesmo assim, o cardeal
pediu que os bispos convidem alguns dos novos movimentos e realidades
eclesiais para trazerem o apoio necessário aos leigos na prática da fé.
Para responder às dificuldades financeiras, apesar da generosidade
dos fiéis que apoiam a Igreja, é preciso dar mais atenção à
administração dos recursos económicos, à redução de custos e a uma vida
mais simples, a exemplo do papa Francisco. Também é preciso encontrar
novas fontes de apoio financeiro, sendo “absolutamente transparentes na
gestão financeira das nossas dioceses”.
Filoni se concentrou depois no ministério episcopal, convidando os
bispos a encarar com valentia os desafios que surgem, a não negligenciar
o rebanho confiado a eles, seja o de sacerdotes, seja o de leigos, e a
visitar regularmente as paróquias para estabelecer relações “paternas e
fraternas com os sacerdotes, sendo firmes quando necessário, mas sempre
com atenção contínua ao seu bem espiritual, cultural e pastoral”.
Ao encerrar o discurso, o cardeal Filoni agradeceu pela preocupação
pastoral dos bispos, pela sua generosa e firme comunhão com o santo
padre e por todo o bem que eles realizam através do seu apoio às missões
no mundo inteiro.
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