Da degradação de um grande buraco a uma igreja onde a espiritualidade cria um oásis de recuperação social e ambiental
Roma, 11 de Novembro de 2013
Sábado, 16 de Novembro, às 16h00 (Roma), o Cardeal Agostino
Vallini consagrará a nova igreja dedicada a Santa Catarina de Sena na
rua Populonia em Roma.
A Igreja foi construída em uma área densamente construída, cerca de
dez minutos da Basílica de Latrão, em meio a prédios altos que datam
dos anos 50 e 60.
A dimensão da área, de forma rectangular, é aproximadamente cinquenta metros quadrados.
Na esquina da Via Populonia com Via Vetulonia são visíveis as paredes
romanas, não muito longe da Via Appia Antica, entre a Porta San
Sebastiano e a Porta Latina.
Onde hoje está a igreja com seus escritórios paroquiais, antes, havia uma vala profunda de seis metros, cheia de resíduos.
O edifício com formas românicas, escadarias e terraços, parece um moderno castelo medieval.
Para entender como foi possível transformar um espaço degradado em
uma igreja, centro de espiritualidade e actividades sociais, ZENIT
entrevistou Ernesto Giuffre, o jovem arquitecto que projectou e realizou a
obra.
Como foi possível transformar um buraco profundo na construção de uma igreja? Como foi possível projectar esse oásis espiritual no meio de um bairro?
Tudo começou com a idéia de colocar a Igreja em contacto direto com a
vizinhança, logo em seguida, o projecto da igreja como uma praça a ser
descoberta. As frentes não-lineares da Igreja, os bancos, algumas
partes cobertas por materiais salientes, tudo permitiu a construção de um
espaço "vivo", que levaria as pessoas a se sociabilizarem. Até mesmo a
fachada principal, na realidade, decidimos não "desenhar" como a fachada
da Igreja, mas a fachada do complexo,numa fusão inseparável.
No que diz respeito ao espaço sagrado, a ideia era justamente inserir
no “dia a dia do bairro",desde as fachadas do edifício,das janelas que
envolvem toda a construção" se vê e se é visto".
Eu não sou nenhum expert, mas eu vejo que a igreja e
os escritórios para as actividades pastorais da paróquia foram
construídos com fundamento românico e depois uma espécie de castelo
medieval. É isso mesmo?
Sim. A ideia foi construir uma cidade na cidade, e dada a forma da área,
decidimos desenvolver um tipo vertical, explorando a possibilidade de
criar espaços que se comunicam visualmente um com o outro.
A base da Igreja e do edifício é irregular. Como foi construir harmonicamente um edifício, em sua maior parte assimétrico?
Trabalhando com referências contínuas para as várias geometrias,por
exemplo,as vigas do tecto da capela foram construídas de forma
inclinada,e, ao entrar, a pessoa sente que o espaço lateral participa
activamente na construção do lugar e que não é apenas uma"ampliação".
Por que tantas janelas e tantas varandas? Você quis iluminar um edifício que está rodeado por grandes edifícios?
As varandas são os espaços da vida "pública" do complexo, como as ruas e praças de uma cidade.
Além disso, há também uma razão ambiental, a presença de espaços
exteriores, em alguns casos, protegidos da luz solar directa e da chuva,
permitem uma ventilação natural e um arrefecimento dos espaços
interiores. Um pouco como as grandes escadas dos palácios de Nápoles.
Os leitores não podem ver a igreja, você poderia descrever as cores do mármore, o altar, a pia baptismal, a ligação com o céu, e as janelas que envolvem a igreja?
O projecto do Altar, resumidamente, incorpora a fachada principal da
igreja, como se ao entrar a pessoa tivesse acesso a um espaço que faz
entender que um lugar pode levar a outro, a Igreja na Igreja.
Para identificar os principais objectos decidimos usar o Mármore
Vermelho França sobre os pontos mais significativos: a cruz do altar, o
octógono do baptistério, o espaço do ambão.
O vermelho é também usado na parte externa da sineira e na faixa
central que percorre toda a entrada do portal até os degraus do
presbitério.
Da mesma forma, o muro exterior vermelho é um sinal que deixa claro para o transeunte distraído que ali tem uma igreja.
Como foi projectada essa igreja?
Com muito amor!
in
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