UNESCO: Mons. Francesco Follo afirma que homens e mulheres são feitos para "viver humanamente juntos" e para criar as condições que tornem esse viver juntos o mais feliz possível
Roma, 11 de Novembro de 2013
"A primeira tarefa que liga o ser humano ao seu próximo é a
de querer o bem comum. Esta verdade é uma verdade capital". Com estas
palavras, mons. Francesco Follo, chefe da delegação da Santa Sé, abriu
nesta manhã o seu discurso na 37ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO,
em Paris.
Falando da educação e da sua contribuição para o desenvolvimento
sustentável, o prelado sublinhou a importância da partilha e explicou
que "rico" não é aquele que possui, mas aquele que transmite e
compartilha, enfatizando que todos "somos convidados a compartilhar".
A partilha material e espiritual não implica empobrecimento: "é um
enriquecimento mútuo". E como disse o papa Francisco, "é só quando somos
capazes de compartilhar que nos enriquecemos de verdade".
Mons. Follo abordou depois o reconhecimento da contribuição dos
jovens. "Toda voz humana deve ser ouvida. Os jovens e os idosos
constroem o futuro dos povos. Os jovens, porque levarão a história
adiante; os idosos, porque transmitem a experiência e a sabedoria de
vida. A voz dos jovens sempre nos lembrará do que nós precisamos dar a
eles, mas também, e isso é igualmente importante, do que eles podem dar a
nós [...] Os jovens são capazes de viver no amor e de ser solidários
com todos os seus irmãos na humanidade, sem qualquer discriminação".
Follo afirmou que a Santa Sé apoia os objectivos da UNESCO,
especialmente os de desenvolvimento social inclusivo e a sua articulação
com o diálogo intercultural e a reconciliação das culturas.
O chefe da delegação da Santa Sé tratou em seguida do papel e da
contribuição para o desenvolvimento social, explicando que "a educação, a
vida na cidade, a paz e tantas outras realidades não podem dar fruto se
as nossas preocupações não forem propriamente espirituais".
O monsenhor citou o magistério pontifício, o cardeal Jean Daniélou e o
filósofo Jürgen Habermas para reiterar a dimensão social da vida
espiritual e o "papel público que o cristianismo (e todas as religiões)
podem desempenhar na promoção do ser humano e no bem comum de toda a
humanidade, no respeito e na promoção das liberdades religiosas e civis
de todos e de cada indivíduo"
Segundo o prelado, a capacidade de moldar o futuro de sociedades
pacíficas cresce onde é permitida a experiência da transcendência.
"Quando os homens compreendem que o mundo é muito mais do que a terra
que eles trabalham com seus conceitos técnicos e económicos, os seus
horizontes estreitos se alargam para além das questões que os
preocupam".
Mons. Follo concluiu a fala convidando a assembleia a "colocar a
pessoa, o seu desenvolvimento integral e o bem comum no coração dos
nossos pensamentos e das nossas acções". Só assim "a UNESCO será fiel à
sua definição, à sua vocação e à sua missão no serviço da humanidade do
homem".
in
Sem comentários:
Enviar um comentário