Basílica de Santa Maria Maior: cardeal Sandri leu a mensagem do pontífice
Cidade do Vaticano, 04 de Novembro de 2013
Dentro da programação do terceiro concerto do XII Festival
Internacional de Música e Arte Sacra, que se realiza em Roma até o dia
10 de Novembro, o último domingo foi dedicado ao canto polifónico. O
Coral da Capela Pontifícia Sistina apresentou a harmonia da música
latina, enquanto o Coral Sinodal do Patriarcado de Moscovo trouxe ao
público as valiosas tradições da música sacra russa.
No início do concerto, realizado na basílica de Santa Maria Maior, o
cardeal Sandri declarou: “Vim a pedido da Secretaria de Estado de Sua
Santidade para representar a Santa Sé neste concerto. Aceitei com grande
prazer e estou muito honrado em ler esta mensagem, que o papa Francisco
me confiou nesta ocasião”.
Eis a mensagem do santo padre:
“Viver um momento de elevação espiritual na basílica de Santa Maria
Maior através da arte musical da Igreja latina e da Igreja ortodoxa
russa é uma experiência interessante e profunda. Esta basílica nasceu,
de fato, para celebrar no ocidente o Concílio Ecuménico de Éfeso, que
reconheceu Maria como Theotókos, Mãe de Deus. Esta basílica une duas
tradições eclesiais que se reconhecem na mesma fé, enriquecendo-a com a
sua diversidade cultural.
Avaliando a história do cristianismo na sua dimensão milenar, podemos
observar que o que foi separado por acontecimentos históricos, impostos
pelos diversos modos de se entender a revelação, manteve, no entanto,
uma profunda unidade na arte. Hoje, esta unidade artística pode
encontrar, constantemente, pontos de encontro fecundos, na inteligente
observação, estudo e reflexão das fontes comuns. Isto significa
verdadeira e mútua compreensão, respeito e enriquecimento para todos.
Na Igreja, a arte em todas as suas formas não existe somente com a
finalidade de uma simples fruição estética, mas existe para que, através
dela, em cada momento histórico e em cada cultura, a Igreja seja
intérprete da revelação para o povo de Deus. A arte existe na Igreja
fundamentalmente para evangelizar e é nesta perspectiva que podemos
dizer com Dostoievski: 'A beleza salvará o mundo’.
Hoje, a Igreja pode e deve respirar com os seus dois pulmões: o do
oriente e o do ocidente. Onde ainda não conseguimos essa integração
inteiramente, segundo a medida solicitada por Jesus na sua oração ao
Pai, podemos fazê-lo de outras formas, como, por exemplo, através do
grande património de arte e de cultura que as diversas tradições
produziram em abundância para a vida do povo de Deus.
Música, pintura, escultura, arquitectura; em uma palavra: beleza, que
se une para nos fazer crescer na fé celebrada, na esperança profética e
na caridade testemunhada, procurando antecipar na história aquela
unidade desejada, que todos procuramos e que, pela graça de Deus, um dia
realizaremos.
in
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